Os mais recentes dados divulgados pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), referentes ao mercado controlado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), atestam mais uma vez a resiliência do segmento. Até julho de 2017, na comparação com o mesmo período do ano anterior, o setor de seguros cresceu 4%, registrando mais de R$ 138 bilhões em arrecadação nos sete meses deste ano. Em editorial da Carta do Seguro, o presidente da CNseg, Marcio Serôa de Araujo Coriolano, avalia esse desempenho a partir de dois momentos. “O primeiro, entre janeiro e março, de sucessivo crescimento (a taxa 2016/2015 foi de 9,3%) até atingir 11,6%; e o segundo, de abril até julho, de reduções mensais de taxas, tendo o aumento se estabilizado em 7,7% nos últimos dois meses.”
O resultado até julho poderia, contudo, ser ainda mais positivo, de aumento de 9%, se excluídas as receitas do seguro obrigatório DPVAT, que sofreu ajuste negativo nos prêmios, conforme determinação do governo federal. “Sem o DPVAT, a receita estabelece um acréscimo de R$ 4,6 bilhões”, comenta o presidente do Sindicato dos Corretores no Estado de São Paulo (Sincor-SP), Alexandre Camillo. Segundo ele, apesar de todos os pontos favoráveis, permanece a necessidade de reformas no País, condição básica para a continuidade desse cenário em médio e longo prazo. “De qualquer maneira, hoje há mais otimismo na economia, quando comparado ao retrato de 2016”, diz.
O grande destaque em arrecadação foi o ramo de crédito e garantia que, com desempenho de R$ 2.254,0 bilhões até julho de 2017, evoluiu 38,8% em relação ao igual período de 2016 (saiba mais sobre a modalidade na página 4 deste caderno). Na sequência, destaca-se o bom resultado dos planos tradicionais, com crescimento de 16,5%; e o rural que, impulsionado pelas boas safras de 2017, apresentou evolução de 13,7% na comparação entre os primeiros sete meses deste ano e de 2016. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ano deve ser encerrado com uma safra de grãos de 240,9 milhões de toneladas, o que significaria aumento de 30,4% em relação a 2016.
No acumulado, cobertura de pessoas aumentou 6,5% em arrecadação, registrando R$ 85.412,3 bilhões em julho. O ramo apresenta potencial de crescimento, por sua ainda baixa abrangência. Aura Rebelo, diretora de Marketing e Canais da Icatu Seguros, avalia que a contratação de seguro de vida, por exemplo, não costuma fazer parte do planejamento financeiro dos brasileiros, muito menos de seus sonhos de consumo. “O tema permanece em um terreno ainda desconhecido para a maioria das pessoas. A penetração do produto ainda é inferior a 10% da população, segundo dados do setor”, afirma a executiva, que pontua ainda que os seguros de vida contratados voluntariamente representam somente 0,1% do PIB brasileiro.
Essa realidade, contudo, tende a se alterar em razão de incertezas da economia, da redução do poder de consumo e, ainda, das mudanças nas regras de aposentadoria, que podem impactar os benefícios concedidos em caso de morte do contribuinte. “Nesse contexto, é imprescindível entender o seguro de vida como um dos mais importantes instrumentos de planejamento financeiro, pois seu principal objetivo é dar suporte financeiro a uma pessoa, família ou negócio, em caso de falecimento ou incapacidade temporária de um provedor importante. Mais do que tudo, se interessar, pesquisar e escolher um bom seguro de vida é um ato de amor próprio e amor ao próximo”, defende Aura. No segmento de seguros de pessoas, os prêmios da Icatu atingiram R$ 743 milhões no primeiro semestre deste ano, crescimento de 15% na comparação com o mesmo intervalo de 2016.
Sub-ramo de planos de riscos em cobertura de pessoas, o seguro de viagens foi outro com ótimo resultado. De janeiro a julho deste ano, a modalidade registrou R$ 317,3 bilhões em prêmios, 55,5% mais que o total conquistado no mesmo período de 2016. A alta pode ser creditada pelas mudanças instituídas no ano passado, que determinaram um número maior de coberturas obrigatórias para viagens internacionais, a exemplo de regresso sanitário, despesas médicas e traslado médico.
O mais importante nos ramos elementares e um dos mais conhecidos do setor, o seguro de carro cresceu 6,4% entre julho de 2017 e de 2016, com prêmios que evoluíram de R$ 18.017,9 bilhões para R$ 19.173,5 bilhões. Entre as razões para o desempenho estão a retomada do crédito e, acompanhando a inflação, a queda das taxas de juros.
Na Tokio Marine Seguradora, que registrou um desempenho positivo no primeiro semestre deste ano, com crescimento de 13% em relação aos mesmos meses de 2016, o grande destaque foi o ramo de automóvel: no segmento, a empresa evoluiu 28,1%, número muito superior ao do mercado no mesmo período. “Nesse momento de recuperação econômica, procuramos oferecer aos nossos corretores e assessorias mais opções para a realização de negócios. Investimos em produtos, serviços e canais de vendas, sempre privilegiando a ‘venda consultiva’ por meio dos mais de 25 mil corretores que operam conosco. Em períodos como esse, é preciso ficar atento às múltiplas oportunidades de proteger o patrimônio dos clientes”, afirma o presidente da Tokio Marine, José Adalberto Ferrara. Outros desempenhos de destaque da empresa na primeira metade do ano foram registrados nos seguros de responsabilidade civil geral, com crescimento de 78,6%, e nas carteiras de garantia (25,7%); D&O (17,4%); empresarial (11,5%) e transporte consolidado (9,2%). “Com 13,4% de participação de mercado, a Tokio Marine é hoje também a maior seguradora de riscos de engenharia do País”, comemora Ferrara.
Em setembro último, na 8ª Conferência Brasileira de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (Conseguro), um dos mais importantes eventos do setor de seguros, o presidente Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Marcio Coriolano, revisou as perspectivas da entidade para o encerramento de 2017. Segundo ele, o crescimento do mercado de seguros este ano deverá ficar na faixa de 6% a 7,5%, abaixo dos cerca de 9% previstos no início do exercício. Mesmo com a revisão para baixo, as expectativas ainda são positivas e consideram os indicativos de melhora dos principais indicadores econômicos nacionais no segundo trimestre, a exemplo do avanço de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e do recuo da inflação que, em 12 meses, acumulou 2,46%. O presidente destacou ainda o fato de o setor ter atualmente quase R$ 1 trilhão em ativos financeiros e exaltou os dados dos últimos meses que, segundo ele, reforçam a resiliência do mercado de seguros brasileiro.
O presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar, partilha das expectativas para o encerramento de 2017 e destaca o desempenho do segmento securitário nos primeiros sete meses do ano. “Descontando a inflação e desconsiderando os produtos de acumulação (de vida individual e previdência), o setor, embora não apresente o mesmo crescimento de anos anteriores, se mostra equilibrado, o que é extremamente positivo, pois houve decréscimo do volume de negócios na maioria das atividades econômicas”, afirma.
A transformação digital e a evolução em passos largos da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) implicam mudanças nos negócios e na gestão de diversos setores de negócios – e no de seguros não é diferente. A revolução tecnológica visa conectar equipamentos à rede mundial de computadores e quando, aplicada às organizações, tem como objetivo aperfeiçoar serviços e facilitar processos.
Essa realidade está expressa no Relatório Mundial sobre Seguros 2016 (World Insurance Report, no original em inglês), realizado pela consultoria Capgemini e pela Efma. A partir de entrevistas com mais de 15 mil clientes do setor de seguros em diversas partes do mundo, a pesquisa constatou que uma possível ameaça para a perenidade das seguradoras são as tecnologias conectadas, a exemplo de casas inteligentes, drones e carros ativados por meio de máquinas. Isso porque essas tecnologias da internet das coisas demandam novas formas de interação entre seguradoras e segurados, além de novas maneiras de pensar os produtos ofertados e a própria precificação dos seguros.
Nesse contexto, as seguradoras precisam estar muito atentas e buscar inovações constantes. José Loureiro, diretor de TI, Projetos e Novos Negócios da Icatu Seguros, confirma essa percepção. Segundo ele, a IoT já é uma realidade. “Vivemos cercados por devices, sensores e wearables, que cada vez ganham mais importância na rotina diária das pessoas. Não será diferente na relação entre as empresas e seus clientes e parceiros. Acreditamos que o mercado de seguros vai se beneficiar gradativamente área de Produtos Pessoa Jurídica, a empresa foi a primeira seguradora a usar drones para inspeção de risco, com vistoria realizada na obra do trecho Norte do Rodoanel, em Guarulhos (SP), no fim de julho. “Inicialmente, utilizaremos os drones para medição do risco no seguro de Property, mas o objetivo é levar a ferramenta para o seguro de safras, além dos patrimoniais e de engenharia”, adianta o diretor.
O produto tem coberturas que incluem pagamentos de custos de defesa e danos causados a terceiros por violação de segurança de dados por ataque cibernético; reembolsos ao segurado de despesas incorridas para responder a uma violação de privacidade causada por ataque cibernético; além de reembolsar o pagamento de resgates referentes à extorsão por criptografia de dados, incluindo as despesas gastas na apuração de cada ameaça. Atuação no mundo digital traz desafios e oportunidades para as seguradoras Proteção para quitar dívidas De acordo com a última Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE – com dados de junho, julho e agosto de 2017 –, o número de desempregados no Brasil chegou a 13,11 milhões, aumento de 9,25% no comparativo com o mesmo período do ano anterior, quando havia 12 milhões de pessoas sem emprego no País.
Ampliase, portanto, a importância de maior atenção para o risco de perda involuntária da renda familiar na concessão de empréstimos ou financiamentos. Nesse contexto, o seguro prestamista surge como oportunidade de proteção financeira para consumidores e empresas. Para essas, funciona como instrumento para a diminuição da inadimplência enquanto, para os consumidores, é garantida a preservação do patrimônio adquirido, uma vez que essa modalidade quita a dívida de acordo com o valor contratado na apólice. Veja alguns casos em que esse seguro pode ser utilizado: O seguro prestamista não é negociado diretamente com a seguradora, mas na empresa que opera com crédito (loja ou banco), parceira de uma companhia de seguros. Trata-se de uma modalidade que acompanha a expansão do crédito – em especial o consignado – no Brasil. desse movimento IoT, capturando e analisando a enormidade de dados que estarão cada vez mais disponíveis”, diz.
Para manter a competitividade nesse cenário de revolução digital, a Icatu Seguros tem se aproximado de startups para conhecer melhor essa nova realidade e firmar parcerias que possam melhorar ainda mais os processos da seguradora. “A maior parte dessas empresas opera na nuvem e a Icatu já fez em um passado recente os movimentos internos necessários para poder operar com elas de forma segura. Segurança é um valor para a nossa empresa e sempre será um item essencial de avaliação de novas oportunidades”, diz Loureiro.
Os avanços proporcionados pela IoT também são foco de atenção na Tokio Marine, cuja holding mantém um Comitê Global de Inovação, Novas Tecnologias e Iniciativas Digitais, com participação de todas as empresas do grupo, que se reúnem para compartilhar e discutir soluções. “A IoT é um tema de destaque nesse comitê”, revela Adilson Lavrador, diretor de Operações e Tecnologia da Tokio Marine. Segundo o executivo, a Tokio Marine destina anualmente cerca de R$ 100 milhões em tecnologia. “Um dos principais focos desse investimento é o desenvolvimento e a disponibilização de novos produtos e serviços que possam ser executados em qualquer plataforma móvel.
Sem dúvida, em bem pouco tempo, os dispositivos móveis serão a principal ferramenta de trabalho, não apenas dos corretores, mas também da nossa força de vendas”, diz. Os clientes Tokio Marine já contam com aplicativos para dispositivos móveis, que permitem acesso rápido e prático às informações relacionadas à apólice e a vários outros serviços agregados. Já na área de Produtos Pessoa Jurídica, a empresa foi a primeira seguradora a usar drones para inspeção de risco, com vistoria realizada na obra do trecho Norte do Rodoanel, em Guarulhos (SP), no fim de julho. “Inicialmente, utilizaremos os drones para medição do risco no seguro de Property, mas o objetivo é levar a ferramenta para o seguro de safras, além dos patrimoniais e de engenharia”, adianta o diretor.
A Liberty Seguros é uma das empresas brasileiras a utilizar as inovações tecnológicas em prol de uma nova precificação de produtos. A seguradora foi a primeira empresa a adotar projeto-piloto de telemetria – já bastante difundida nos Estados Unidos e na Europa – no mercado de seguros brasileiro. Com a iniciativa, denominada Direção em Conta, o preço do seguro é ajustado aos hábitos reais de direção do segurado: as medições incluem dados de velocidade, distâncias percorridas, nível de frenagens, curvas e acelerações, além dos horários de uso no trânsito. Além disso, a ação visa ampliar a transparência na relação cliente e seguradora, valorizando os motoristas que dirigem com mais cautela.
A SulAmérica também investiu em tecnologia e lançou os aplicativos SulAmérica Saúde e SulAmérica Auto para tornar mais ágil o acesso às informações referentes a esses seguros. No primeiro, o destaque é o cartão digital de saúde, no qual, assim como no formato tradicional em cartão, estão disponíveis os dados do produto contratado. Nele, é possível ainda consultar a rede de mais de 25 mil prestadores médicos em todo Brasil, identificando, por geolocalização, o médico, clínica ou hospital de interesse.
Já no SulAmérica Auto, os segurados Auto têm acesso aos principais serviços, como recebimento de alertas de vencimento das parcelas do seguro, renovação da apólice e consulta aos endereços dos Centros Automotivos de Super Atendimento. Ambos podem ser adquiridos gratuitamente nas lojas de aplicativos do iPhone ou Android.
Acompanhando as inovações na maneira como os negócios estão sendo realizados, a Zurich lançou o Zurich Proteção Digital. O produto tem coberturas que incluem pagamentos de custos de defesa e danos causados a terceiros por violação de segurança de dados por ataque cibernético; reembolsos ao segurado de despesas incorridas para responder a uma violação de privacidade causada por ataque cibernético; além de reembolsar o pagamento de resgates referentes à extorsão por criptografia de dados, incluindo as despesas gastas na apuração de cada ameaça.
De acordo com a última Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE – com dados de junho, julho e agosto de 2017 –, o número de desempregados no Brasil chegou a 13,11 milhões, aumento de 9,25% no comparativo com o mesmo período do ano anterior, quando havia 12 milhões de pessoas sem emprego no País. Ampliase, portanto, a importância de maior atenção para o risco de perda involuntária da renda familiar na concessão de empréstimos ou financiamentos. Nesse contexto, o seguro prestamista surge como oportunidade de proteção financeira para consumidores e empresas. Para essas, funciona como instrumento para a diminuição da inadimplência enquanto, para os consumidores, é garantida a preservação do patrimônio adquirido, uma vez que essa modalidade quita a dívida de acordo com o valor contratado na apólice. Veja alguns casos em que esse seguro pode ser utilizado: O seguro prestamista não é negociado diretamente com a seguradora, mas na empresa que opera com crédito (loja ou banco), parceira de uma companhia de seguros. Trata-se de uma modalidade que acompanha a expansão do crédito – em especial o consignado – no Brasil.
Com a missão de desenvolver o mercado de seguros, a Escola Nacional de Seguros oferta cursos que visam à especialização dos profissionais que atuam ou buscam trabalhar no setor. Para atender mais pessoas, e fazendo uso da tecnologia, a instituição lançou seu primeiro MBA na modalidade de Ensino a Distância (EAD). Denominado de Gestão de Seguros e Resseguro, o curso tem previsão de início das aulas em 2018.
Com a novidade, a Escola Nacional de Seguros supre uma demanda por qualificação do próprio segmento, que segue em constante evolução. “Para formatar o curso, a Escola recebeu contribuições de diferentes frentes da indústria de seguros, de forma que o programa responda às expectativas reais do setor. Há dois aspectos fundamentais: um mercadológico, que tem a ver com a nossa missão de levar conhecimento para todo o Brasil e os países parceiros, e outro acadêmico, pois o EAD tem dinâmica própria e distinta do presencial. Dessa forma, o MBA chega para suprir uma necessidade, para acrescentar”, destaca o diretor de Ensino Superior da Escola, Mario Pinto.
O MBA possui carga horária equivalente a do curso presencial – 480 horas/aula –, mas com custo 30% inferior ao do programa ministrado em sala de aula. “Outro ponto a destacar é que o MBA tirou nota máxima em todos os quesitos avaliados pelo Ministério da Educação (MEC), o que atesta a excelência de um curso pertinente com as exigências do mercado”, diz Mario Pinto, que ressalta ainda que o MBA “abre uma estrada imensa” para que a Escola Nacional de Seguros amplie a oferta de cursos a distância.
Aprovado no fim de março de 2016 pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), com resolução publicada em 1º de abril autorizando sua comercialização, o Seguro Auto Popular constitui um importante avanço no setor – sobretudo diante do cenário conjuntural e de instabilidade que o Brasil enfrenta nos últimos anos. Com a nova modalidade, segundo estimativas da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), as empresas de seguros poderão atender a um mercado potencial de cerca de 20 milhões de veículos. São carros, motocicletas, ônibus e caminhões com entre cinco e 20 anos de uso, que circulam em território nacional sem qualquer tipo de cobertura.
O produto apresenta custos menores em relação aos seguros tradicionais, pois pode prever o uso de peças usadas, restauradas e/ou recicladas, em linha com a Lei nº 12.977/14, que regulamentou a prática do desmonte. Essa aprovação foi relevante, já que encontrar peças novas para automóveis mais antigos acabava encarecendo muito o seguro, mas também abriu margens para dúvidas e preocupações.
Assim, para maior segurança em relação ao uso de peças, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), após consulta pública, alterou, ainda em 2016, a regra para operação do seguro popular de automóvel. Com a mudança, a autarquia deixou mais claro que a permissão do uso de peças oriundas de desmontagem não excluía a possibilidade de utilização de peças novas de reposição e que o uso de peças de reposição não originais dependia de autorização específica do segurado no momento da contratação.
A Tokio Marine lançou o produto no fim de 2016 e já obteve com ele cerca de R$ 2 milhões de faturamento. “Atualmente, o produto está disponível para os veículos Gol, Voyage, Fox, Astra, Celta, Corsa Classic, Corsa Sedan, Vectra, Uno, Palio, Fiesta, Ka, Clio e i30. Ele atende também um modelo de caminhão (Mercedes Sprinter) e um de utilitário carga (também o modelo Sprinter da Mercedes). A escolha dos veículos foi feita por eles serem os mais bem atendidos pelo mercado de peças novas compatíveis nesse momento”, diz Marcelo Goldman, diretorexecutivo de Produtos Massificados da Tokio Marine. A empresa já oferta o Auto Popular em São Paulo, Campinas, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, no Recife, Distrito Federal e em Salvador. Podem ser contratadas ainda coberturas adicionais, como serviços da assistência completa, duas diárias de carro reserva 1.0 básico para pane, reparos residenciais, lavagem e higienização do veículo além de motorista substituto.
A expectativa da Tokio Marine é atingir 200 mil unidades com esse seguro nos próximos três anos, montante que deve ser conquistado de forma gradual, pois a empresa está lançando o produto paulatinamente, cidade a cidade. Segundo Goldman, “o foco do Auto Popular Tokio Marine é a cobertura de colisão e incêndio para danos totais ou parciais, e assistência 24h completa. Nessa configuração inicial, o seguro pode ficar até 50% mais barato do que os seguros tradicionais”. Como opcionais, a seguradora disponibiliza ainda a cobertura compreensiva (roubo e furto, colisão e incêndio), danos a terceiros (RCF-V materiais e corporais), acidentes pessoais de passageiros (APP), além das diversas opções de carro reserva e serviços de vidros, que incluem reparo de para-choque e arranhões na pintura, entre outros benefícios. No site da seguradora, no endereço eletrônico www.tokiomarine.com.br/auto-popular, é possível solicitar uma cotação do Auto Popular Tokio Marine.
A Azul Seguros é outra pioneira na oferta do produto. A empresa assegura, após análise de aceitação, veículos de até R$ 60 mil, a partir de cinco anos e que já perderam a garantia de fábrica. Na Azul, a opção é até 30% mais barata que o seguro tradicional de carros, já que a reparação pode incluir peças de reúso, com garantia de procedência, o que permite a redução no valor. Tanto na Tokio Marine quanto na Azul Seguros, para todos os itens de segurança, são utilizadas peças originais.
A escolha de um produto securitário é tão ou mais importante que a proteção que ele oferece. Por isso, contar com o apoio de um corretor especializado é uma das dicas principais para a contratação do seguro mais adequado, já que coberturas e serviços agregados variam de empresa para empresa. Nesse sentido, vale também consulta no portal da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para verificar se o corretor de seguros é habilitado para a função.
Os contratos devem ser lidos com atenção e qualquer dúvida esclarecida antes da assinatura. É importante também declarar com veracidade as informações solicitadas para não correr o risco de perder coberturas e até o próprio seguro. Quaisquer mudanças no período do contrato, pelo mesmo motivo, devem ser sempre comunicadas.
No caso da contratação dos seguros populares de automóvel, há ainda cuidados adicionais. “É importante que o segurado se certifique de que contratou o produto ideal para atender suas necessidades: pois tratase de um produto direcionado para coberturas de colisão e incêndio. Caso o cliente esteja em busca de uma cobertura mais focada para proteção contra roubo, por exemplo, talvez seja melhor que ele opte por outro tipo de produto”, esclarece Marcelo Goldman, diretor-executivo de Produtos Massificados da Tokio Marine.
No caso dos automóveis, a atenção deve estar voltada também para o valor da franquia e da assistência prestada pela seguradora, a exemplo da quilometragem máxima que o guincho percorrerá para pegar o carro em caso de quebra e/ou batida. Por fim, vale verificar coberturas quando há envolvimento de terceiros.
A s fraudes, premeditadas ou por ocasião, podem afetar todos os tipos de seguro, nos diferentes mercados. Trata-se de um tema sensível e abordado pela federação europeia de seguros e resseguros, a Insurance Europe, em material traduzido para o português e referendado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). Isso porque, ações fraudulentas no setor impactam não somente as seguradoras, mas toda a sociedade, uma vez que podem gerar aumento do preço do seguro e, assim, prejudicar a entrada de novos consumidores e o desempenho do mercado securitário. De acordo com o estudo da Insurance Europe, denominado “O impacto da fraude em seguros” – “The impact of insurance fraud”, no original em inglês –, são consideradas como fraudulentas, entre outras, as seguintes condutas, tanto por parte do segurado quanto de um terceiro reclamante de uma apólice de seguro:
No Brasil, de acordo com informações do Sincor-SP a partir de levantamento da CNseg promovido em 2015, as fraudes comprovadas em seguros gerais corresponderam a quase 2% dos sinistros no ano retrasado – se considerados os demais segmentos securitários o dado seria maior. Em 2014, elas tinham representado perda da ordem de R$ 448 milhões, o que significa 1,7% dos sinistros comunicados.
Ainda, segundo divulgado pelo Sincor-SP, em 2016 foram mais de 9 mil tentativas de fraudes evitadas pela seguradora Líder-DPVAT, que conseguiu evitar perdas da ordem de R$ 120 milhões.
Para coibir fraudes ou minimizar os prejuízos delas decorrentes, as seguradoras também investem no compartilhamento de informações, em ferramentas de tecnologia e canais de denúncias. O grupo Icatu Seguros, por exemplo, possui uma política específica sobre o tema, divulgada a todos os seus funcionários. A empresa também realiza treinamento e-learning obrigatório, no qual apresenta os principais conceitos sobre prevenção à fraude em seguros. A adoção de práticas cada vez mais eficientes e criteriosas de mitigação de risco é uma das prioridades da Diretoria de Sinistros da Tokio Marine, que conta com uma equipe exclusiva para cuidar de fraude. A empresa detém mecanismos de indicação de casos com possibilidade de fraude, a exemplo de sistema estatístico com regras predefinidas com base em experiência de fraude; um Comitê de Fraude para discutir e aperfeiçoar processos e um Departamento de Gestão Proativa de Riscos, que visa orientar empresários com relação às melhores práticas de segurança para proteção de patrimônio. Outra que investe na prevenção de fraudes é a Allianz, que atua por meio de quatro grandes pilares: protocolo interno (com políticas e procedimentos específicos para o tratamento de indícios e suspeitas de fraudes); conscientização (treinamentos e campanhas); análise de dados (monitoramentos de indicadores de fraudes); e avaliação de risco de fraude (mapeamento e avaliação de riscos específicos de fraude e corrupção, além de workshops).
A SulAmérica e a Bradesco Seguros divulgam em seus websites informações sobre comportamentos fraudulentos e mantêm canais de denúncia por telefone e pela internet. De acordo com a SulAmérica, as fraudes no seguro saúde representam 13% de todas as denúncias recebidas nos diversos meios de combate à fraude. Por isso, a empresa também publica o “Guia do uso consciente” para informar direitos e obrigações dos segurados.
Já a Mapfre, além dos meios digitais e telefônico, possui um canal no qual denúncias são tratadas diretamente por seu Comitê de Auditoria, formado por integrantes independentes e sem qualquer subordinação à Diretoria-Executiva da companhia. Nele, podem ser registrados descumprimentos de Políticas ou Normativos da Mapfre, suspeitas de fraudes, incorreções técnicas, corrupção e outros ilícitos.
A adoção de ferramentas de gestão de fraudes é também estimulada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que na Circular 517/2015 definiu a necessidade de suas supervisionadas elaborarem bancos de dados com informações referentes às perdas operacionais, o que inclui o valor associado “à falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou decorrente de fraudes ou eventos externos”. A exigência cabe às empresas supervisionadas que apresentarem, em dois exercícios seguidos, e simultaneamente, prêmio-base anual e provisões técnicas superiores a R$ 200 milhões.
A adoção de medidas para minimizar riscos financeiros por parte das empresas, como os de inadimplência, ganha ainda mais relevância em cenários de recessão econômica. No Brasil, esse cuidado tem se refletido no desempenho dos seguros de crédito e garantia, segmento que aumentou 38,8% nos primeiros sete meses de 2017 na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, de acordo com dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). Como resultado, o seguro de créditos e garantia registrou R$ 2.254,0 milhões em arrecadação em julho deste ano.
A modalidade – presente no Brasil desde a década de 1990, mas ainda pouco contratada e, por isso, com expressivo potencial de crescimento – ajuda a mitigar perdas financeiras decorrentes de atrasos ou não pagamentos por parte dos clientes, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. Os seguros de crédito e garantia englobam duas modalidades principais:
Riscos comerciais – cobre as operações de crédito realizadas pelo segurado com pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil.
Quebra de garantia – visa cobrir operações de crédito realizadas pelo segurado, especialmente venda de bens de consumo para pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no País. Engloba a existência de garantias reais, em que os bens envolvidos na operação são utilizados como garantia ao segurado e à seguradora.
Além da indenização no caso de eventuais “calotes”, o seguro de crédito é visto por muitas instituições financeiras como uma garantia, o que pode facilitar a obtenção de crédito. Outra vantagem é o possível monitoramento da carteira, já que as seguradoras promovem análise de crédito de potenciais clientes dos segurados, e serviços de consultoria.
Editorial
A Point Comunicação e Marketing idealiza e coordena comercialmente publicações setoriais especializadas de acordo com o foco do negócio.
É assim que a Point diferencia, personaliza e apresenta os produtos ou serviços de seus clientes.
A publicação Vendas Diretas é um projeto idealizado e comercializado pela Point objetivando valorizar o setor de vendas diretas do país e incrementar os negócios no segmento.
Contato
Créditos
Projeto e comercialização:Point Comunicação e Marketing
Edição e diagramação online: Milton F. Merlin
Redação e edição:KMZ Conteúdo
Layout e editoração:Manolo Pacheco e Sérgio Honório