Cerca de 12 milhões de brasileiros têm hoje interesse direto no desempenho das empresas com ações negociadas em Bolsas de Valores. São investidores pessoas físicas – que já movimentam em torno de 25% dos negócios da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) –, trabalhadores que destinaram recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para comprar ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce, aplicadores em fundos de ações e empregados que receberam papéis de suas empresas como bônus ou aposentadoria.
Indiretamente, são atingidos mais 1,8 milhão de participantes de fundos de pensão ou planos de previdência privada, pois essas entidades investem cerca de 20% do patrimônio no mercado acionário, de acordo com estimativas da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).
O contingente que tem investimento direto nas empresas representa 7% da população brasileira, um percentual ainda muito baixo se comparado aos Estados Unidos ou à Austrália, por exemplo, onde cerca de 50% das pessoas destinam parte de sua poupança para o mercado acionário.
A popularização do mercado, para Luis Abdal, diretor de Marketing da Bovespa, também reflete a mudança na percepção de longo prazo dos investidores. Em pesquisa realizada pela Bolsa em 1994, quando ainda estava viva a memória inflacionária, longo prazo era três meses. A pesquisa foi repetida em 2005 e, agora, passou a ser, em média, sete anos. "O horizonte já é bem maior, embora esteja longe da perspectiva de investir por 15 ou 20 anos como se faz em outros países”, avalia
Esses acionistas compartilham os lucros (distribuídos na forma de dividendos ou juros sobre o capital próprio) e ganham com a valorização das ações. Em 2005, eles embolsaram R$ 17,7 bilhões em dividendos, segundo dados da Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) referentes a 247 empresas.
Já a valorização das ações mais negociadas (que integram o Ibovespa), foi de 27,7% em 2005. No acumulado de 2006, até o dia 20 de julho, a variação atingiu 7,1%, pois, em maio, o movimento foi afetado pelo temor internacional de alta da inflação e dos juros nos Estados Unidos.
Em 2005, o valor das empresas negociadas na Bovespa somou R$ 1,1 trilhão, o equivalente a 58,2% do Produto Interno Bruto (PIB), calculado em R$ 1,9 trilhão. Em 1998, a relação era de apenas 28,9% do PIB.
Ainda há muito por avançar. O valor das empresas norte-americanas totalizou US$ 13,3 trilhões na New York Stock Exchange (Nyse) e mais US$ 3,8 trilhões na Nasdaq (a bolsa eletrônica), ou o equivalente 140% do PIB do país. No Japão, essa relação é de 76% (US$ 3,5 trilhões para um PIB de US$ 4,6 trilhões).
O investimento em ações é claramente uma alternativa de poupança de longo prazo. Entre o final de 1994 e 20 de julho deste ano, a Bolsa acumula valorização de 724%, expressa pela variação do Ibovespa, índice que reúne as ações com maior volume diário de negócios. Nesse período, cinco anos foram de retração (1995,1998, 2000, 2001 e 2002).
Desde 2003, entretanto, o mercado tem exibido um desempenho favorável para os acionistas, com alta acumulada de 218% e poucos solavancos que normalmente caracterizam os mercados de renda variável (como ações, câmbio, metais e mercadorias).
Houve um “soluço” no mês de maio, quando o Ibovespa desvalorizou- se 17,8%, no rastro de um temor internacional de maior alta nos juros norte-americanos. Ele foi desencadeado por declarações pouco claras do novo presidente do Fed (banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, sobre o ritmo da economia. Isso porque taxas mais altas para os títulos do Tesouro norte-americano estimulariam investidores estrangeiros a deslocar para esses papéis recursos aplicados em países em desenvolvimento. Na seqüência, o mercado retomou as aplicações em ações e as bolsas se recuperaram.
Atualmente, são negociadas na Bovespa ações de 382 empresas. Esse número já foi bem maior – 582 em 1994, por exemplo –, mas o volume de negócios cresceu em proporção inversa à quantidade de empresas. De 2,5 milhões de negócios para 15,5 milhões em 2005.
Como alternativa de captação de recursos para investimentos, o mercado de ações incentiva a formação da poupança interna, favorece o crescimento auto-sustentado de longo prazo e o desenvolvimento econômico.
Por recompensar o uso correto dos recursos, estimula a eficiência de setores econômicos – o que favorece a perenidade das empresas, os bons resultados financeiros e o retorno para os acionistas.
Outros fatores positivos são maior transparência e credibilidade das informações financeiras, somadas à atração e consolidação do capital externo. Tudo isso traz reflexos positivos para a sociedade, com ampliação dos negócios, criação de empregos, reorientação dos recursos públicos para camadas e setores menos favorecidos, etc.
Basicamente, existem quatro formas para financiar a produção e o desenvolvimento econômico:
1) O próprio empresário canaliza sua poupança para ampliar os negócios;
2) O Estado retira recursos de uma parte do mercado (por meio de impostos) e destina para setores que pretende incentivar;
3) As empresas buscam empréstimos bancários;
4) Quem tem uma poupança disponível adquire ações e passa a ser acionista de uma empresa.
A última forma é considerada a mais eficaz transferência de poupança privada para o investimento produtivo, pois os riscos dos empreendimentos podem ser distribuídos. Tanto a autopoupança do empresário como o incentivo estatal são limitados. O primeiro pela concentração dos riscos e o segundo pelo crescente afastamento do Estado do mercado – isso em todo o mundo. O empréstimo bancário disputa espaço com o mercado de ações, porém o custo é mais alto.
Mas ainda existem entraves para que esse desenvolvimento aconteça de forma mais expressiva. O primeiro é cultural. No Brasil, o investidor individual ainda não criou o hábito de comprar ações e há falta de conhecimento efetivo do empresário em relação às vantagens do mercado de capitais, assim como de obrigações e custos incorridos por uma empresa listada em Bolsa.
“Com mais de cem anos de existência, o mercado de capitais brasileiros já deveria estar bem mais maduro, contando com a plena confiança do investidor e das empresas”, afirma Doris Pompeu, diretora da consultoria Global Relações com Investidores. Segundo ela, a economia do Brasil apresenta porte para ter um grande número de empresas de capital aberto e um mercado de capitais bastante ativo.
A Bolsa de Valores de São Paulo despertou de vez do sono profundo em que esteve imersa no início dos anos 2000. Se entre 2001 e 2003 apenas duas companhias apostaram na abertura de capital como forma de captar recursos e impulsionar seus negócios, o cenário mudou completamente a partir de 2004. Naquele ano, uma nova fase – descrita por muitos como a da maturidade do mercado de capitais brasileiro – foi inaugurada com o lançamento das ações da Natura.
De lá para cá, os números são animadores. Em 2004, outras sete empresas anunciaram seu ingresso na Bolsa. Em 2005, mais nove. E nos primeiros sete meses deste ano, 13 companhias já haviam feito IPOs (Initial Public Offerings – Ofertas Públicas Iniciais de Ações). As ofertas registradas até 24 de julho totalizaram R$ 7,4 bilhões, já superando o total do ano passado (R$ 5,5 bilhões). A última estréia foi da MMX Mineração e Metálicos, que lançou seus papéis no Novo Mercado.
A recuperação decorre de uma série de fatores verificados nos últimos anos. Na avaliação da diretora da consultoria Global Relações com Investidores, Doris Pompeu, os pontos fundamentais são a maior estabilidade da economia e a taxa de inflação controlada.
“Há alguns anos, as oscilações dos preços das ações tinham de compensar as altas taxas de inflação. Como as variações eram imensas, confundiam terrivelmente os investidores estrangeiros e mesmo os nacionais pouco habituados com o dia-a-dia do mercado financeiro, enquanto, por outro, criavam oportunidades maiores de manipulação”, avalia Doris.
A nova fase é atribuída também ao trabalho desenvolvido pelos agentes do mercado – principalmente a Bovespa – no sentido de esclarecer sobre o papel do mercado acionário no desenvolvimento da economia. Isso, lentamente, tem ampliado o número de investidores e o volume de poupança disponível para esse tipo de investimento.
Para a consultora, o avanço também era uma tendência natural, pois o mercado de capitais desempenha papel fundamental em uma economia forte. Outro estímulo para o ingresso na Bolsa de Valores foi a experiência bem- sucedida das companhias que inauguraram essa fase de crescimento. “A experiência de sucesso das empresas que foram a mercado é um dos fatores que motivam outras a buscarem o mercado de capitais como fonte de recursos, e assim sucessivamente, o que cria um ciclo positivo”, afirma Doris.
A alta taxa de juros no mercado brasileiro também foi motivadora para as IPOs, uma vez que dificulta o acesso a empréstimos bancários e torna os recursos obtidos a partir da abertura de capital ainda mais interessantes. “Além disso, os investidores internacionais têm hoje maior confiança na economia brasileira, a partir de um histórico recente de estabilidade, e investem com mais segurança em renda variável no Brasil”, diz. Outra condição que certamente estimulou os investimentos foi a criação do Novo Mercado e ainda a maior aplicação das boas práticas de governança corporativa pelas empresas, o que garante mais transparência e segurança aos investidores.
Para a consultora, o avanço também era uma tendência natural, pois o mercado de capitais desempenha papel fundamental em uma economia forte.
Outro estímulo para o ingresso na Bolsa de Valores foi a experiência bem-sucedida das companhias que inauguraram essa fase de crescimento. “A experiência de sucesso das empresas que foram a mercado é um dos fatores que motivam outras a buscarem o mercado de capitais como fonte de recursos, e assim sucessivamente, o que cria um ciclo positivo”, afirma Doris.
A alta taxa de juros no mercado brasileiro também foi motivadora para as IPOs, uma vez que dificulta o acesso a empréstimos bancários e torna os recursos obtidos a partir da abertura de capital ainda mais interessantes. “Além disso, os investidores internacionais têm hoje maior confiança na economia brasileira, a partir de um histórico recente de estabilidade, e investem com mais segurança em renda variável no Brasil”, diz.
Outra condição que certamente estimulou os investimentos foi a criação do Novo Mercado e ainda a maior aplicação das boas práticas de governança corporativa pelas empresas, o que garante mais transparência e segurança aos investidores.
Além das novatas em Bolsa, muitas companhias já anteriormente listadas na Bovespa realizaram 27 Ofertas Públicas de Ações (OPA) desde 2004 até 204 de julho deste ano. Esse movimento ampliou o número de papéis em circulação no mercado e foi marcado também pela adesão das empresas às regras mais rígidas de governança corporativa. No total, as ofertas e IPOS somam R$ 38,8 bilhões durante esses dois anos e meio. Exemplos são as ofertas de empresas como CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias , CPFL Energia, Gerdau, Ultrapar, Unibanco, Duratex, Braskem e Banco do Brasil, entre outras.
O mercado acionário premia as empresas que adotam as melhores práticas de governança corporativa. Elas gerenciam os negócios a partir de um modelo que harmoniza interesses de acionistas e executivos e se pauta pela transparência, tratamento igualitário e ampla prestação de contas (accountability, em inglês).
A maior prova está no desempenho do índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que reúne papéis de 70 empresas que assumiram compromissos adicionais aos exigidos pela legislação. O Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC) apresenta valorização de 306,5% desde que foi criado, em 2001, ante 136,6% do Ibovespa.
Além disso, em junho, pela primeira vez, as empresas pertencentes aos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa passaram a representar mais da metade do valor de mercado da Bolsa, que totalizou R$ 1,28 trilhão. Elas são 20,4% das companhias que mantêm papéis no mercado, mas seu valor correspondeu a 53% do total: R$ 680,3 bilhões. Além disso, foram responsáveis por 54% do volume financeiro e 56% da quantidade de negócios no mercado à vista.
As 78 empresas que adotaram até julho deste ano as melhores práticas de governança têm suas ações negociadas no Novo Mercado ou estão classificadas nos Níveis 1 ou 2, de acordo com os compromissos assumidos.
Nível 1 – Comprometem-se a melhorar a prestação de informações e a manter pelo menos 25% de suas ações em circulação, entre outras iniciativas. Hoje, o segmento reúne 34 empresas.
Nível 2 – Além das iniciativas do Nível 1, requer um conjunto mais amplo de práticas e de direitos para os acionistas minoritários, incluindo a divulgação de balanços de acordo com normas contábeis internacionais; direito a voto em alguns temas para acionistas preferenciais (que, em condições normais, não poderiam votar); obrigatoriedade de realizar oferta de compra de todas as ações em circulação, pelo valor econômico, no caso de fechamento do capital ou de cancelamento do registro nesse Nível; adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado (mecanismo para a resolução de conflitos societários); e tag along, que consiste na extensão para detentores de ações ordinárias, das mesmas condições obtidas pelos controladores no caso de venda do controle acionário e de, no mínimo, 80% para os detentores de ações preferenciais. No início de julho, era integrado por 13 empresas .
Novo mercado – Empresas que adotaram todas as práticas do Nível 2 e ainda mantêm apenas ações ordinárias (com direito a voto). As três últimas a aderirem ao Novo Mercado foram a Embraer, em 5 de junho, o Banco do Brasil, em 28 de junho, e a MMX, em 24 de julho, totalizando 32 companhias listadas.
Muitas empresas de capital aberto apresentam bom desempenho, registram lucro, distribuem dividendos, têm perspectiva de crescimento, mas sofrem com um problema: pouca liquidez, ou seja, negócios escassos com suas ações. Com isso, podem ser pouco atrativas para os investidores, pois ficam reduzidas as chances de vender e comprar os papéis, o que desestimula as aplicações. Para aperfeiçoar o processo, a Bovespa estimulou a adoção da figura do formador de mercado (denominada market maker no exterior). Função desempenhada pelas corretoras de valores, o formador de mercado coloca ações para quem quiser comprar e está pronto para adquirir os papéis de quem decidir vender, por um preço justo. O spread (diferença entre preços de compra e venda) é determinado pela Bovespa, o que evita especulações com os títulos.
Lançada em junho de 2003, a atividade ganhou mais espaço em 2005. No início do ano passado, oito empresas dispunham de um formador de mercado. Dez meses depois, o número já havia dobrado. Atualmente, são 25 ativos – 23 ações, cotas do Fundo PIBB (Papéis Índice Brasil Bovespa) e debêntures no Bovespa Fix –, a grande maioria já comemorando resultados satisfatórios.
ValorHá casos em que a empresa tem liquidez, mas contrata o formador de mercado para aumentar o volume de negócios – e assim ser incluída em algum dos índices da Bovespa – ou apenas com o objetivo de elevar seu Índice de Negociação e ficar mais próxima dos papéis que compõem os índices. Após seis ou oito meses de atuação do market maker, algumas registraram volume de negócios suficiente para fazer parte de índices dos papéis mais negociados. Muitas vezes, ainda, esse é o caminho mais curto para reduzir a volatilidade e evitar oscilações especulativas ou distorções de preço, seja em relação ao potencial da companhia ou à cotação dos papéis de concorrentes. A atuação também pode contribuir para que os papéis atinjam níveis mais consistentes em relação ao efetivo potencial da companhia, o que cria valor para o acionista.
Para profissionais do mercado, o ideal é as empresas contratarem um formador de mercado e, paralelamente, fazerem colocações de títulos, para ampliar a disponibilidade de papéis e o volume de negócios, sem distorções de preço.
Em 2005, a Bolsa de Valores de São Paulo desenvolveu o Bovespa Mais, um segmento de listagem para companhias que queiram acessar gradualmente o mercado de capitais. O objetivo é proporcionar exposição para a empresa e apoiar sua evolução em termos de transparência, ampliação da base de acionistas e liquidez. A listagem atende a estratégias diferentes de acesso ao mercado. Elas incluem: ofertas iniciais de ações de volumes menores do que o padrão atual; a venda inicial de ações de forma concentrada, a pequeno número de investidores, com a perspectiva de realizar posteriormente uma colocação pulverizada; ou, ainda, o registro sem a realização de uma oferta, no momento inicial, para ampliar a exposição e o contato com o mercado, melhorando as condições para futura venda de ações. Para ingressar no Bovespa Mais, as empresas devem adotar medidas que assegurem informações aos investidores semelhantes às demandadas no Novo Mercado. Elas também devem trabalhar para construir um mercado secundário forte e líquido, recebendo da Bovespa orientação, um programa de formação profissional e exposição para que conquistem visibilidade perante os investidores e o mercado.
O número de pessoas físicas que investe em ações vem crescendo a cada ano. De 9,7% em 1994, elas responderam por 25,4% de todo o movimento da Bovespa em 2005. Este ano, até 20 de julho, representaram 24,3% Esse percentual é inferior aos 27,5% registrados em 2004, mas não significa efetivamente uma queda.
Luis Abdal, diretor de Marketing da Bolsa paulista, explica que esse efeito é reflexo da forte atuação dos grandes investidores. “O aumento nas aplicações de investidores institucionais e estrangeiros fez com que, aparentemente, diminuísse a presença dos os investidores individuais. Na realidade, eles aumentaram seus negócios, mas não conseguiram acompanhar a evolução ainda maior dos outros dois grupos. E o número de pessoas físicas não diminuiu – até cresceu”, afirma.
Prova é a elevação no movimento médio diário da Bovespa: subiu de R$ 1,2 bilhão em 2004 para R$ 1,6 bilhão em 2005 e R$ 2,4 bilhões em 2006. Considerando- se esses valores médios, a participação das pessoas físicas representou R$ 406,4 milhões em 2004 e atingiu R$ 576 milhões no ano passado (mais 41,7%).
Esse volume, entretanto, está longe do ideal. Em muitos países, o mercado de ações é visto como a principal forma de poupança de longo prazo, destinada a garantir um futuro mais tranqüilo. Nos Estados Unidos, por exemplo, aproximamente 70% da poupança financeira do país está investida em ações. Em 2004, cerca de 50% da movimentação da Bolsa de Nova York veio de pessoas físicas.
Não há um registro exato do número de pessoas físicas que detêm ações. São estimadas em torno de 12 milhões de pessoas. Mas há dados que sinalizam o ritmo de expansão desse segmento. De acordo a Bovespa, cerca de 128 mil investidores participaram das Ofertas Públicas de Ações feitas por 28 empresas, entre 2004 e 2005. Desse total, mais de 115 mil eram pessoas físicas.
O número de contas de pessoas físicas que operam na Bovespa também cresceu: de 116.914, em 2004, para 155.183, em 2005, o que significa aumento de 32,7% no ano. Outro salto ocorreu até junho de 2006: 224.043, ou mais 44,4% em relação a 2005.
De acordo com dados da Custódia da Bovespa (que considera o CPF e, portanto, pode contabilizar o mesmo investidor mais de uma vez, caso ele possua conta em mais de uma corretora), 49,9% das pessoas físicas que ingressaram no mercado, como investidores individuais, residem no Estado de São Paulo. O Rio de Janeiro respondeu por 26,7% .
As mulheres já representam 22,5% do total de investidores pessoas físicas. Segundo Luis Abdal, diretor de Marketing da Bovespa, “elas são 50% das cotistas dos clubes de investimento formados recentemente”. Abdal avalia que as mulheres são mais fiéis quando se decidem por um investimento. “Depois que compreendem a característica do investimento em ações e entendem as altas e baixas do dia-a-dia como inerentes a esse mercado, elas têm mais paciência e não se assustam. Quando ocorre uma fase de baixa, tendem a manter a aplicação, por entender que isso vai passar.”
A possibilidade oferecida aos trabalhadores de aplicar 50% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce foi, na avaliação dos profissionais que atuam na Bovespa, um divisor de águas na popularização do mercado de ações.
Em 2000, 337 mil trabalhadores optaram por investir em ações da Petrobras e, em 2002, outros 600 mil adquiriram papéis da Vale do Rio Doce, empresas com histórico de grande rentabilidade e líderes em suas respectivas áreas de atuação.
As ações da Petrobras ON acumulam rentabilidade bruta, entre 17 de agosto de 2000 e 14 de julho de 2006, de 679,1%. Ao longo desses 72 meses, isso equivale à remuneração de TR + 38% ao ano, enquanto o saldo do FGTS tem correção de TR + 3% ao ano.
Quem tivesse R$ 1 mil no FGTS em 2000 atingiria, em 2006, R$ 1.395,33 com a correção tradicional (que acumulou 39,54% no período). O mesmo valor investido em ações ON da Petrobras representavam, no último dia 14, R$ 7.790,96.
Quem utilizou parte do FGTS para adquirir ações da Vale do Rio Doce não ficou atrás. Esses papéis somam rendimento bruto, entre 2002 e 14 de julho, de 538,33%. O rendimento equivale à correção de TR mais 49% ao ano.
Na mesma hipótese de R$ 1 mil, o saldo seria hoje 1.285,68 na conta normal do FGTS e 6.383,33 na parcela investida na Vale.
O clube de investimento é uma carteira de ações administrada pelos participantes juntamente com uma corretora. Reúnem no mínimo três pessoas e, no máximo, 150 pessoas. Essa modalidade atende sob medida pequenos investidores. Segundo o presidente da Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias (Ancord), Homero Amaral Junior “é uma forma de ir se capitalizando aos poucos para ampliar a poupança”.
Na avaliação do diretor de Marketing da Bovespa, Luis Abdal, essa é “uma solução inteligente para quem quer entrar no mercado, porque permite dividir conhecimentos e também o risco com outras pessoas do mesmo círculo de amizade, além de iniciar com uma aplicação individual relativamente pequena”. Abdal afirma que o esforço da Bolsa partiu da proposta de possibilitar que as pessoas entendessem o mercado. “Muitas pessoas não sabiam que era possível investir em empresas que admiram ou das quais são clientes ou consumidores, receber dividendos ou ganhar com a valorização em longo prazo”, enfatiza.
A corretora dá ao investidor todas as orientações sobre como criar o clube e auxilia na escolha das ações a adquirir. Cabe aos participantes definirem a quantidade e o valor de cada cota e quantas cotas cada um irá comprar. Mas nenhum participante pode deter mais de 40% das cotas. Com certa freqüência, os cotistas precisarão realizar uma Assembleia para avaliar os investimentos e decidir as novas estratégias de investimento. Para sair da aplicação é fácil. Basta comunicar à corretora e, em quatro dias, o dinheiro equivalente ao número de cotas do aplicador estará à disposição.
Desde que a Bovespa iniciou seu programa de divulgação de clubes de investimento, o número de clubes vem crescendo sistematicamente. Por volta do ano 2000, quando a Bolsa decidiu estimular a entrada de pessoas físicas no mercado, havia pouco mais de 350 clubes. “Agora, foram criados 356 novos clubes só em 2005”, afirma Abdal. Até 10 de julho de 2006, a Bovespa contabilizava 1.502 clubes, que reuniam quase 115 mil cotistas (30% mais que o total de participantes no final de 2004), que respondiam por um patrimônio próximo a R$ 7,7 bilhões.
O ranking dessa modalidade por estado, em maio, era liderado por São Paulo: 693 clubes, 56.574 cotistas e patrimônio de R$ 3,61 bilhões. Na seqüência, vêm os estados do Rio de Janeiro, com 406 clubes (51.584 investidores e patrimônio de R$ 2,4 bilhões) e do Rio Grande do Sul (200 clubes, 1.971 cotistas e patrimônio de R$ 1,3 bilhão.
O mercado de ações ganhou milhares de novos participantes com a criação dos Papéis de Índice Brasil Bovespa (PIBB). Vendidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), eles funcionam como um fundo de investimento em ações.
Os recursos são investidos em uma carteira que reproduz fielmente o IbrX-50, índice que mede o desempenho dos 50 papéis mais negociados. A primeira emissão, em julho de 2004, atraiu 25,5 mil investidores pessoas físicas, numa emissão de cotas no valor de R$ 600 milhões. A segunda, em setembro de 2005, somou R$ 2,3 bilhões e contou com 121,5 mil investidores. As cotas do PIBB estão protegidas por um ano: se a cotação cair abaixo do que foi aplicado, o BNDES garante, dentro do prazo de 12 meses, a devolução integral do valor investido. Para Luis Abdal, “essas iniciativas são fundamentais para mudar a cultura do brasileiro em relação ao mercado de renda variável”. E quem investiu, não tem do que reclamar. Os PIBBs são negociados em Bolsa, com ótima liquidez (grande volume de negócios) e rentabilidade.
Além do PIBB, é possível participar da Bolsa de forma indireta, nos planos de previdência privada (que colocam uma parcela dos recursos em ações), fundos mútuos ou fundos de renda variável. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no final de 2005, havia 10,6 milhões de cotistas de fundos no País, dos quais 38% com aplicações em carteiras exclusivas de ações. Reunidos, contabilizavam patrimônio de R$ 53 bilhões, ou 7% do total investido em fundos.
Comprar ações é adquirir uma participação no capital de uma companhia. Quem adquire uma ação torna-se sócio da empresa. Embora exista a impressão de que é necessário um investimento elevado, na prática não é assim. Qualquer pessoa pode comprar e vender ações. O primeiro passo é definir de que forma será o investimento: diretamente em uma carteira própria, por meio dos clubes ou de fundos de ações.
O investimento via fundo de ações é o mais simples para o aplicador. Basta escolher uma instituição financeira e o tipo de fundo desejado (com maior ou menor risco). Nesse caso, não é preciso decidir em quais ações investir. A própria instituição controla a compra e venda dos papéis, respeitando o perfil do aplicador. Em geral, os fundos são os que exigem os valores mais altos para iniciar uma aplicação. Na média, é preciso contar com R$ 1 mil.
Nas primeiras duas modalidades é necessário contar com uma corretora de valores. É essa instituição que realiza as ordens de compra e venda de ações em Bolsa de Valores. O interessado pode ir a uma corretora ou se cadastrar em uma corretora filiada à Bovespa pela Internet, por meio do Home Broker – o programa oferecido pela Bolsa para a compra e venda de ações. Conforme a ação escolhida, o investidor pode entrar no mercado com R$ 500,00. A aplicação em um clube de investimento pode ser ainda menor. Há clubes que aceitam participantes dispostos a investir a partir de R$ 30,00.
O investimento em ações embute custos – a exemplo do que acontece em fundos de aplicação financeira, em que os bancos cobram uma taxa de administração. Não há uma tabela fixa de preços para a taxa de corretagem. Praticamente todas corretoras ainda utilizam como referência uma tabela que já foi obrigatória para o setor, antes da liberação da cobrança de taxas.
As corretoras cobram uma taxa por seus serviços (que varia de 2,0% a 0,5% do valor aplicado), além da taxa de serviço (custo fixo), cobrada apenas nos dias em que realizam alguma operação para o cliente (não importando quantas compras e vendas são feitas naquele dia). Nos negócios à vista, a Bovespa cobra 0,027% para as operações no mercado à vista, 0,019% nas operações de daytrade (compra e venda da ação no mesmo dia) e 0,10% para registro de opções. A Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBCL) representa custo de 0,008% por operação à vista e 0,006% por daytrade.
Os ganhos obtidos no mercado de ações têm ainda incidência de Imposto de Renda de 15%. A alíquota normalmente é inferior à cobrada nos rendimentos de fundos financeiros (em que varia de 22,5% nas aplicações de até seis meses a 15%, quando o prazo é superior a 24 meses), exatamente como um estímulo para o investimento em ações.
Formulado com base no conceito internacional Triple Botton Line (TBL) – que avalia a atuação empresarial nas dimensões econômica, social e ambiental – o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) foi lançado pela Bovespa no início de dezembro de 2005. Ele é reforçado por critérios e indicadores de governança corporativa. O índice foi criado para ser referência do investimento socialmente responsável e indutor de boas práticas no meio empresarial brasileiro. Reúne 34 ações de 28 empresas, representantes de 12 setores. Elas foram selecionadas entre as corporações que responderam ao questionário desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e enviado às companhias emissoras das 150 ações mais líquidas da Bovespa.
Um passo decisivo para expandir o mercado foi o lançamento do Home Broker, plataforma tecnológica criada exclusivamente para que pessoas físicas possam atuar no mercado, via Internet. Com o programa, semelhante aos serviços de home banking, qualquer pessoa com acesso à Internet, de qualquer ponto do País, pode investir no mercado de ações, por meio da corretora que deseja.
A ferramenta, que objetiva encurtar distâncias e permitir que todos tenham acesso rápido e fácil ao mercado de ações, possibilitou uma expansão geográfica da Bolsa. A entidade, que já dispunha de dois escritórios (Rio de Janeiro e Porto Alegre), inaugurou recentemente unidades em Fortaleza e Curitiba. Além da praticidade, as operações oferecem agilidade no cadastramento e no trâmite de documentos. Também permitem que o investidor acompanhe a carteira de ações pelo computador e acesse facilmente as cotações. Algumas corretoras publicam também notícias e análises sobre o mercado.
Luiz Abdal, diretor de Marketing da Bolsa, diz que, com o Home Broker, tornou-se possível popularizar o investimento em ações. “Muitas pessoas sequer sabiam da possibilidade de investir em empresas que admiram ou das quais são clientes ou consumidores, e ainda poderiam receber dividendos e ganhar com a valorização em longo prazo. Essas pessoas acreditavam que o mercado de ações negociasse papéis de outras companhias, desconhecidas do grande público”, afirma. Adotado em 1999, o Home Broker representava, em 2001, menos de 1% das operações. Em junho de 2006, já respondeu por 20,7% do número de negócios, o que equivale a 6,5% do volume financeiro médio diário.
Há diferentes perfis de investidor. Há quem prefira empresas com elevado potencial de crescimento e não se importe em receber apenas o dividendo mínimo. Outros optam por companhias com política de dividendos definida e regular, distribuindo uma parcela maior do lucro. “Pagar parcela maior ou menor dos lucros, na forma de dividendos, não significa que a empresa é melhor ou pior”, avalia João Batista Fraga, superintendente de Empresas da Bovespa. A identificação da empresa adequada ao perfil assegura um investimento tranqüilo e consciente”, reforça o presidente da Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias (Ancord), Homero Amaral Junior. Investidores que preferem empresas com tradição em pagar dividendos buscam complementar a renda e, por isso, precisam de estabilidade na remuneração.
A relação entre as empresas e seus acionistas evoluiu consideravelmente nos últimos anos, particularmente após a criação do Novo Mercado da Bovespa. Nesse segmento estão listadas as companhias que assumem compromissos adicionais de transparência e divulgação das informações, alinhadas com as melhores práticas de governança corporativa. Mas nem todos os acionistas acompanham de perto os negócios, o que é ideal para ter uma expectativa realista das possibilidades de ganho em uma aplicação, segundo avalia João Batista Fraga, superintendente da Área de Empresas da Bovespa. Estar informado é a melhor receita para fazer uma boa escolha sobre o investimento, diz Fraga.
Nesse processo, é importante contar com a assessoria de quem conhece o mercado a fundo, função desempenhada pelas corretoras de valores. Homero Amaral Junior, presidente da Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias (Ancord), reforça que esse apoio é fundamental para identificar as oportunidades de investimento adequadas ao perfil de cada investidor, pois há inúmeras modalidades, que exigem conhecimento mais especializado. “Algumas ações já chegaram a seu ponto de maturidade, reduzindo-se a perspectiva de fortes valorizações, enquanto outras se mostram mais interessantes no momento – e isso, nem sempre o investidor identifica individualmente”, diz.
Para Fraga, “o papel do investidor é capitalizar a empresa, mas também acompanhar o que acontece, até para ter certeza de que ela está cumprindo com todos os compromissos assumidos”. E não é difícil obter esses dados. Todas as empresas abertas dispõem de informações corporativas em seus sites na Internet e a maioria mantém uma área específica de relações com investidores. Também a Bovespa e a CVM apresentam dados das companhias na Internet. Para o superintendente, “as informações são muito ricas: há balanços trimestrais, relatórios anuais, fatos relevantes, comunicados ao mercado, atas de Assembleias de acionistas e tudo o que pode interessar ao investidor para acompanhar a vida da empresa”.
Além das exigências legais, o mercado adotou diversas práticas para ampliar o acesso dos investidores às informações sobre a saúde financeira das empresas. Fraga lembra que muitas corretoras e empresas especializadas também oferecem análises por setor e por empresas, que podem ser fundamentais para a decisão do investidor. O importante é buscar informações e até mesmo acompanhar eventos, como as reuniões da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), ou se cadastrar no site da companhia para receber um aviso quando for divulgado um comunicado importante.
Além de acompanhar de perto o desempenho dos negócios da empresa em que detém participação, é recomendado ao acionista buscar informações sobre o setor de atuação da companhia e suas concorrentes. Dessa forma, são reunidos elementos para identificar o potencial de valorização do investimento.
O principal ganho do investidor no mercado de ações está na alta das cotações (preço da ação) em Bolsa. Mas o acionista pode aumentar sua rentabilidade com os dividendos pagos pelas empresas. O dividendo é o rateio de uma parcela dos lucros, proporcional à participação de cada acionista. De acordo com a legislação, todas as empresas de capital aberto devem distribuir, como dividendo, no mínimo 25% do lucro líquido ajustado (corrigido monetariamente). Caso o lucro não seja suficiente para esse rateio, os titulares de ações preferenciais (sem direito a voto) têm prioridade.
A princípio, receber dividendos parece ser o bônus ideal para qualquer investidor. Mas nem todos que aplicam no mercado de ações buscam empresas que tradicionalmente pagam dividendos. João Batista Fraga, superintendente de Empresas da Bovespa, explica que a política de dividendos não aumenta obrigatoriamente o valor da empresa. “Se a companhia tiver boas oportunidades de crescimento, pode ser mais interessante reduzir o valor do dividendo – ou cumprir apenas a exigência legal de 25% do lucro líquido ajustado – e reinvestir o capital para crescer”, afirma. Nesse caso, segundo ele, “o investidor terá um dividendo menor, porém maiores chances de compensar essa diferença no próprio mercado, com a valorização das ações, já que a tendência é de os preços dos papéis subirem por conta da perspectiva de expansão”.
O crescimento dos negócios na Bolsa de Valores e do número de pessoas físicas que negociam ações – de 9,7% dos investidores em 1994, para 27,5% em 2004 – reflete não só a estabilidade da economia como também o Programa de Popularização do Mercado de Ações, criado em 2002 pela Bovespa. O objetivo da iniciativa – denominada Bovespa vai até Você – é mostrar ao cidadão brasileiro que o investimento no mercado de ações pode ser rentável, principalmente em longo prazo, e seguro quando bem-planejado e analisado. O programa inclui frentes de atuação específicas para informar e orientar diferentes grupos.
O Bovespa vai até Você inclui os módulos Fábrica/Empresa, Universidade, Clube, Praia, Metrô, Teatro, Aeroporto, Parques, Municípios, Shopping e Judiciário, entre outros. Até o dia 29 de julho, também contemplará os visitantes e a população de Campos do Jordão, divulgando o mercado de ações com um estande e o Bovmóvel – veículo equipado com vídeo e material didático que funciona como um escritório móvel. Com uma linguagem simples e objetiva, a iniciativa visa popularizar os conceitos do mercado de ações, mostrando que o investimento está ao alcance de todos. Por meio de palestras e materiais didáticos e informativos, uma equipe de promotores de negócios explica como funciona o mercado, qual é o papel de uma bolsa de valores e das corretoras e como as pessoas podem investir. Até meados de julho de 2006, cerca de 311 mil interessados foram atendidos pelo programa, que formou 1.182 clubes de investimento e contou com o apoio de 76 corretoras.
Outro importante meio de divulgação dos principais conceitos de educação financeira, o Projeto Educar, criado pela Bovespa e suas corretoras de valores, informa sobre planejamento de finanças pessoais, hábitos de poupança e tipos de investimento. Direcionado ao público em geral e a instituições que tenham interesse em levar esses conceitos para seus públicos, o projeto, que explica como administrar as finanças, tem como objetivo fomentar uma cultura de formação de patrimônio. O projeto oferece cursos, palestras e materiais didáticos personalizados de acordo com o público e totalmente gratuitos. Desde o lançamento, já atendeu mais de 8 mil pessoas. Os interessados podem se inscrever pelo site da Bovespa(www.bovespa.com.br) .
O projeto de popularização do mercado de ações inclui, ainda, o Programa Educacional Bovespa, com ações direcionadas à educação da comunidade para o mercado de capitais. O objetivo é mostrar a importância das Bolsas de Valores para a economia e a atuação das corretoras de valores nesse processo, além de transmitir conceitos básicos de economia. No últimos quatro anos, já atendeu cerca de 240 mil pessoas.
Entidades do mercado também trabalham para disseminar uma cultura de investimentos, mostrando que o mercado de ações não é somente para especialistas. O Instituto Nacional de Investidores (INI) é um exemplo. Com o objetivo de educar e orientar quem deseja investir em ações, o INI contempla pessoas de qualquer renda e busca incentivar o direcionamento de poupanças para a Bolsa, com ênfase na formação de clubes de investimentos. Em grupo, as pessoas conseguem mais recursos para investir e maior acesso a algumas vantagens tributárias. Além disso, os clubes permitem que os investidores ajudem uns aos outros na hora de analisar empresas e tomar decisões de investimento.
As corretoras também auxiliam a investir de forma consciente, orientando na escolha e composição da carteira de ações e na realização de negócios. É importante escolher uma corretora conceituada no mercado. Nos respectivos sites, é possível consultar as corretoras parceiras do INI (www.ini.org.br) e membros da Bovespa.
Em andamento desde junho de 2003, a Bolsa de Valores Sociais (BVS) busca a melhoria das perspectivas sociais principalmente de crianças, adolescentes e jovens adultos brasileiros. O programa pioneiro da Bovespa e de suas corretoras capta recursos para a manutenção de projetos educacionais e envolve uma série de empresas (chamadas investidores sociais). As doações são coordenadas pela Bovespa, que também é responsável pela escolha das instituições beneficiadas, pela aplicação dos recursos e pelo acompanhamento de cada uma das iniciativas. Até junho, 26 projetos inscritos na BVS foram concluídos. Outros 21 estão em andamento – nas áreas Ambiental, de Capacitação Profissional, Cidadania, Competência em Leitura e Escrita, Cultural, Educação para a Saúde e Especial –, em 11 estados brasileiros e no Distrito Federal. Somadas, essas ações já demandaram recursos de R$ 3,6 milhões.
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