O crescimento do setor de seguros no Brasil já está em linha com os patamares anteriores ao da crise ocasionada pela pandemia da Covid-19. Marcio Coriolano, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), avalia que estamos vivenciando a chamada recuperação em "V". “Fechamos 2019, na pré-pandemia, com crescimento de 12,3%. Em 2020, descemos para 1,3%. E agora, no primeiro semestre deste ano, na comparação com junho de 2020, voltamos ao patamar pré-crise, crescendo 12%. Isso é muito mais do que o registrado por qualquer outro setor da economia”, afirma Coriolano.
O presidente da CNseg destaca o seguro de vida que, nos primeiros seis meses de 2021, arrecadou R$ 10,9 bilhões em prêmios, uma variação de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado: “a recuperação dos seguros de vida (considerando os Planos de Risco em Coberturas de Pessoa) tem sido consistente já que, no fim de 2019, tinha evoluído 11,0%, reduzido para 3,7% em 2020 e agora, em junho de 2021, evoluiu 16,3% em termos anualizados”. Nesse cenário, a Tokio Marine conquistou bons resultados, como expressa seu presidente, José Adalberto Ferrara: “entre janeiro e junho, a companhia registrou R$ 3,54 bilhões em prêmios emitidos, ante R$ 3,08 bilhões no mesmo período de 2020, crescimento de 14,8%. E em setembro, os números mostram aumentos de 27,9% na Diretoria de Produtos PJ; 9,5% na carteira de Vida; 8% em Massificados e 5,4% na carteira de Automóvel”. Ferrara destaca ainda o fato de a companhia ocupar as primeiras colocações no ranking de produtos como Riscos Nomeados/Riscos Operacionais; Transporte; D&O e RC Geral. “Seguimos com otimismo em relação ao comportamento do mercado de seguros como um todo. Temos confiança de que podemos manter crescimento de dois dígitos e contribuir para a recuperação econômica do país, não apenas em 2021, como também em 2022”, revela Ferrara, acrescentando que a companhia detém 9,9% de market share na carteira de Automóvel, com 2,2 milhões de veículos segurados.
Já a Assurant apresentou crescimento de 31,1% em prêmios emitidos no primeiro semestre de 2021, em comparação aos primeiros seis meses de 2020. A Assurant cresceu 31.1% em prêmios emitidos no primeiro semestre de 2021 comparado ao mesmo período de 2020. O bom desempenho da empresa, segundo o vice-presidente da Assurant, Vladimir Freneda, decorre do “crescimento na busca por proteção contra defeitos funcionais e quebra acidental de eletrônicos e eletrodomésticos, bem como dos seguros dedicados à proteção de dispositivos móveis, como tablets e smartphones. Os seguros contra perda de renda também tiveram participação significativa, provavelmente impulsionados pelas incertezas quanto à capacidade de geração de renda durante as épocas mais graves da pandemia”.
De acordo com a publicação Conjuntura CNseg, uma análise mensal do estado dos segmentos de Seguros de Danos e Responsabilidades, Coberturas de Pessoas, Saúde Suplementar e Capitalização, em junho de 2021, o setor de seguros movimentou R$ 27,7 bilhões em prêmios de seguros, contribuições de planos de previdência e faturamento de capitalização (sem considerar Saúde Suplementar e DPVAT), o que representa um crescimento de 18,8% sobre o mesmo mês do ano anterior. Segundo o documento, no primeiro semestre de 2021, a arrecadação total do setor ultrapassou R$ 145 bilhões, o maior crescimento no primeiro semestre dos últimos cinco anos, avançando 19,8% em relação ao mesmo período do exercício anterior. Por segmento, os crescimentos semestrais, entre 2020 e 2021, foram de 15,4% em Danos e Responsabilidades; 23,7% em Cobertura de Pessoas; e 8,4% em Capitalização.
Em junho de 2021, os seguros de Danos e Responsabilidades arrecadaram R$ 8,3 bilhões em prêmios de seguros, aumento de 18,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já o seguro de Automóvel cresceu 11,1% em junho deste ano na mesma comparação, com R$ 3,1 bilhões, emplacando o 2º mês consecutivo com avanço de dois dígitos. Também mantendo aumento em dois dígitos, o segmento Cobertura de Pessoas registrou alta de 19,7%, com um volume de prêmios e contribuições de R$ 17,3 bilhões. A expansão dos seguros patrimoniais foi de 17% (R$ 1,7 bilhão) e, dos seguros de responsabilidade civil, de 42,0%. Já o seguro Rural movimentou, em junho, mais de R$ 820 milhões em prêmios, avançando 36,3% sobre junho de 2020.
Resultado de três variáveis – Índice de Confiança e Expectativas das Seguradoras (ICES), Índice de Confiança e Expectativas das Resseguradoras (ICER) e Índice de Confiança das Grandes Corretoras (ICGC) –, o Índice de Confiança do Setor de Seguros (ICSS), desenvolvido pela Fenacor, também revela o otimismo do setor de seguros no Brasil. Após apresentar, em julho de 2021, a segunda maior marca do ano, em setembro, na divulgação mais recente, o resultado do ICSS também foi positivo, marcando 115 pontos. Considerando a expectativa para os próximos seis meses, 68% das seguradoras, 40% das corretoras e 75% das resseguradoras apostam em um faturamento melhor para seus segmentos. A crença em uma melhor rentabilidade para os respectivos setores também foi expressa por 37% das seguradoras, 40% das corretoras e 25% das resseguradoras. Nos dois quesitos, nenhuma das empresas entrevistadas respondeu a avaliação como “muito pior”.
Diversas seguradoras estão reformulando ou lançando produtos de seguros voltados aos riscos cibernéticos, em linha com as mudanças impostas pela Nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e novidades, como a chegada do 5G no Brasil. A Zurich no Brasil é uma delas. Segundo Fernando Saccon, superintendente de Linhas Financeiras e Seguro Garantia da companhia, “a Zurich tem protagonismo no mercado de seguros corporativos e o destaque é justamente em proteções relacionadas aos riscos cibernéticos, para os quais temos percebido crescimento anual de 50%, em média, desde 2018”. Saccon afirma que dois fatores têm impulsionado a procura por esse tipo de seguro: “o primeiro foi a decretação da pandemia, que fez com que diversos usuários tivessem que, subitamente, trabalhar em home office. O segundo fator foi a aprovação da LGPD brasileira, que tem o propósito de zelar pela privacidade dos dados dos consumidores, preservando-os de exposição indevida ou de ciberataques”. Depois que a LGPD entrou em vigor, em setembro de 2020, a demanda cresceu 30% na Zurich.
O produto da Zurich é um seguro de proteção de dados, ajudando a evitar eventuais perdas financeiras relacionadas à violação de segurança ou de privacidade de informações. Para tanto, a atuação é em duas frentes: a primeira sobre questões de responsabilidade civil perante as pessoas afetadas (clientes ou funcionários das empresas) ou instituições que os representem por conta do vazamento indevido de seus dados pessoais. A segunda frente é para o pagamento de custos e despesas para ajudar empresas a lidarem com a crise causada por vazamento de dados. Já as coberturas envolvem responsabilidade civil por atos de violação de privacidade e/ou segurança; custos de violação de privacidade; despesas de substituição de ativo digital; ameaça cibernética; e até lucros cessantes.
Impulsionando o setor de seguros, o uso da tecnologia traz vários benefícios. A Swiss Re investe em comunicação digital com seus parceiros e trabalha progressivamente para qualificar seus canais, com o objetivo de que o corretor tenha a melhor experiência possível. Dessa forma, desenvolve plataformas digitais como o Aviso de Sinistros Agro, ferramenta que permite o acionamento de sinistros de seguros agrícolas de forma totalmente on-line, em que o corretor pode acompanhar o andamento do sinistro em tempo real, sem burocracia.
Outro destaque é a Academia Digital Swiss Re Corporate Solutions, uma plataforma educacional on-line com cursos gratuitos e que já soma 4.750 corretores cadastrados. A Academia Digital foi construída em parceria com uma startup de educação, que trouxe expertise em técnicas de ensino em aprendizado, e conta com a chancela do Swiss Re Institute. Além disso, a plataforma passou a contar com dois novos cursos: Seguro Transporte de Carga e Seguro Patrimonial – Empresarial Digital, que se somam ao curso de Agro, disponibilizado no lançamento da plataforma, em outubro de 2020. Assim, a Academia conta com três cursos gratuitos disponíveis a corretores cadastrados na seguradora.
No curso sobre seguro transporte de carga, por exemplo, há informações sobre os riscos que envolvem viagens nacionais e internacionais e as coberturas de prejuízos ou danos causados à carga por acidentes, roubos ou furtos; detalhes do seguro de transportes de cargas para embarcador e tomador; modelos de apólices para embarcador; e tipos de contratos realizados antes da negociação do seguro transporte. Já no módulo de seguro patrimonial – empresarial digital, é possível conhecer as características e o perfil dos clientes desse tipo de seguro e detalhes sobre a vigência e as facilidades da renovação automática em sistema.
Desde seu lançamento, a Academia Digital já contabiliza 4.860 corretores cadastrados e mais de 6.000 certificados emitidos nos três cursos oferecidos na plataforma. O módulo de seguro Agro já certificou 2.700 corretores em cinco meses. Os demais cursos entraram na plataforma em dezembro e também contam com forte adesão. No caso do seguro de transportes de carga, 1.300 corretores já se certificaram e, no seguro patrimonial – empresarial digital, são quase 1.200 certificações.
Em linha com os produtos ofertados pelo setor de seguros – que visam garantir a manutenção de um bem –, por meio do modelo de trade-in (troca, em tradução livre no português), é possível usar um aparelho, como o celular, como crédito para aquisição de um novo. A modalidade é ofertada pela seguradora Assurant, com o objetivo de tornar mais acessível a aquisição de celulares modernos, sendo a operação realizada por meio de canais físicos ou remotos, em redes de varejo e operadoras de telefonia móvel. A oferta está em linha com a pesquisa “Década Conectada”, realizada pela Assurant, que analisou a maneira como os consumidores interagem com a tecnologia para poder atendê- los de maneira assertiva na oferta de soluções e proteção de seus bens. De acordo com o estudo, 52% dos entrevistados afirmaram estarem dispostos a investir em um novo aparelho que suporte as inovações tecnológicas do 5G. A percepção do 5G pelo consumidor também foi um dos pontos analisados e demonstrou que 94% dos consumidores brasileiros estão conscientes sobre o 5G. Quando questionados sobre impactos dessa tecnologia, o índice apontado como enorme ou significativo é de 75% em relação às suas vidas, demonstrando um grau de otimismo diante das inovações que os conectam com o futuro.
Nesse cenário, a Assurant – que também oferta seguro com garantia do novo aparelho e proteções com coberturas contra roubo, furto, quebra acidental e derramamento de líquido – já processou globalmente 15,1 milhões de dispositivos móveis por meio de programas de trade-in.
Novas demandas da sociedade, assim como novos interesses e produtos são impulsionadores de lançamentos no mercado de seguros. Recentemente, por exemplo, a Assurant trouxe ao Brasil e aos demais países da América Latina o Assurant EV OneSM, um seguro de garantida estendida para carros elétricos. A modalidade já era oferecida em outros mercados da Assurant, como na América do Norte e no Reino Unido, e ganhou espaço no mercado nacional pela crescente procura por carros elétricos – segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), somente no primeiro semestre de 2021 houve um aumento de 140% na venda de veículos elétricos no Brasil, em relação ao mesmo período em 2020. A previsão para o ano é de um aumento de 42% na frota existente. Nesse contexto, a Assurant tem garantia que assegura o uso de peças genuínas, além de mão de obra qualificada para o conserto, sendo a garantia adquirida no Brasil nas concessionárias parceiras da seguradora.
Já na Tokio Marine, há cobertura para equipamentos fotovoltaicos no Seguro Patrimonial. “Pelo fato de o Brasil ser um país com altos índices de irradiação solar, podemos dispor de um bom desempenho dos sistemas fotovoltaicos a partir dos fatores climáticos, uma vez que sua eficiência em determinadas regiões pode ser muito mais satisfatória por meio da captação dos raios solares”, esclarece José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine. Na companhia, a contratação do Seguro Patrimonial dá amparo para todas as instalações dos empreendimentos de Geração de Energia Fotovoltaica, sejam eles de pequeno, médio ou grande portes, sendo as coberturas/seguros divididas conforme a etapa do empreendimento.
Também atenta às novas demandas, a Swiss Re, com portfólio focado em seguros corporativos, oferta produtos diferenciados como os de Risk Engineering Services, Seguros POSI e Seguro Garantia, além da atuação em seguros e resseguros voltados para o meio ambiente.
A Nova Lei de Licitações e a expectativa de retomada de obras com o avanço da vacinação estão abrindo um grande espaço para o crescimento do seguro garantia no Brasil. De acordo com Fernando Saccon, superintendente de Linhas Financeiras e Seguro Garantia da Zurich no Brasil, a empresa tem feito a cobertura de seguros em diversos projetos de infraestrutura, como saneamento, além de ferrovias e portos. “Estamos acostumados a lidar com as complexidades de tais projetos e contamos com o reconhecimento do mercado, que confia na Zurich graças à sua responsabilidade técnica de subscrição”, afirma.
A Swiss Re também é referência em seguro garantia no que tange à apuração de riscos mais complexos. Para a empresa, contudo, há a necessidade de uma abordagem educacional em relação aos seguros garantia no Brasil, motivo pelo qual tem buscado atuar de forma a fortalecer todo o setor e preparar os potenciais stakeholders.
Com uma relevância que se mostrou ainda maior em razão do isolamento social, os seguros voltados para a proteção dos lares ganharam inovações, com novos produtos importantes no segmento. "Temos percebido um aumento da contratação de seguros residenciais", afirma Rafael Ramalho, diretor- -executivo de Personal Lines da Zurich no Brasil, informando que, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o seguro compreensivo residencial foi responsável, em 2020, por um montante de mais de R$ 3,3 bilhões em prêmios para as seguradoras no Brasil. “Em 2020 a Zurich registrou um crescimento de mais de 20% dos seguros residenciais em relação ao ano anterior e continua crescendo substancialmente em 2021”, afirma. Para o executivo, o aumento da contratação desse tipo de seguro no país pode refletir alguns desafios trazidos pela pandemia. “Desde 2020, há uma utilização maior das residências, seja para o home office ou para empreendedores que tiveram que trazer seus negócios para casa. Muitas pessoas também optaram pelo isolamento em cidades menores ou no litoral, e suas casas vazias em grandes centros se tornaram uma preocupação a mais. Por tudo isso, as opções de seguros residenciais que atendem a essas necessidades podem ter se evidenciado como uma boa alternativa de proteção para essa nova realidade”, esclarece. Atenta a esse movimento, a Assurant também oferta cobertura de aparelhos já em uso nos lares, para grupos de produtos divididos em entretenimento, cozinha e lavanderia, equipamentos móveis, como tablets e smartphones, contra danos funcionais e elétricos.
O crescimento do home office foi outro impulsionador de inovações no mercado de seguros residenciais. A Zurich, em seu seguro residencial, o Zurich Residência, lançou recentemente a listagem mobile de bens, que acontece por meio de uma nova ferramenta. “Agora, após a contratação, os segurados podem realizar a declaração de seus bens por meio de registros fotográficos feitos pelo celular, em casa, dispensando a exigência de notas fiscais para comprovação prévia da existência de bens com valor superior a R$ 2,5 mil. Podem ser computadores e notebooks, mas também aparelhos de som e imagem, máquinas fotográficas e até ar-condicionado e micro-ondas”, diz Ramalho.
A Tokio Marine também dedicou atenção especial ao tema. Em fevereiro do ano passado, lançou o Seguro Residencial Misto, exclusivamente para profissionais liberais, autônomos e MEI-Microempreendedor Individual. Na modalidade Residencial Segurada, específica para profissionais autônomos que utilizam suas casas para trabalhar, há garantia de ressarcimento aos prejuízos causados a objetos, móveis e equipamentos que o segurado utiliza para exercer a sua atividade profissional. Para atender aos critérios de contratação, além de ser de propriedade do contratante, o imóvel deve ser usado tanto para moradia quanto para a ocupação do estabelecimento comercial.
Os seguros de vida também foram foco de atenção das empresas nos últimos anos, com remodelagem de produtos e de suas coberturas. “No início de abril de 2020, houve a comunicação ao mercado de que indenizaríamos os sinistros decorrentes da contaminação por Covid-19, especificamente nas coberturas contratadas de Morte, Funeral e Diárias de Internação Hospitalar dos Seguros de Vida nos ramos de Vida em Grupo, Vida Individual, Prestamista, Educacional e Condomínio, para os segurados vigentes naquele momento. E para as novas adesões também seria concedida a cobertura após o período de 90 dias de carência”, conta José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine. Além de estender a cobertura para Covid-19, a seguradora reduziu o período da carência de 30 para 7 dias no uso do Einstein Conecta, serviço incluso no produto Vida Individual e que oferece ao segurado orientação médica à distância com profissionais do Hospital Albert Einstein, 24 horas por dia. Já a Zurich no Brasil lançou, no começo de 2021, o Zurich Vida Para Você, um seguro de vida individual que nasceu, segundo Rodrigo Barros, diretor-executivo de Vida, Previdência e Capitalização da Zurich no Brasil, como um dos mais completos do mercado: “além das coberturas tradicionais como Morte e Invalidez (não obrigatórias), oferece outras proteções customizáveis, como a cobertura para doenças graves e cirurgias, de acordo com a necessidade de cada indivíduo, para serem utilizadas sempre que necessário, durante toda sua vida”, afirma o executivo. Somado às coberturas, o Zurich Vida Para Você disponibiliza 15 assistências para que o cliente escolha até três delas – sem custo adicional. Entre elas, destacam-se orientação psicológica, 2ª opinião médica e até uma rede de descontos em mais de 20 mil estabelecimentos em todo o Brasil.
Em 13 de agosto deste ano, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) publicou, no Diário Oficial da União, a Circular nº 639, que dispõe sobre regras e critérios para a operação de seguros do grupo automóvel. Em vigor desde 1º de setembro, a norma visa promover o desenvolvimento do mercado ao simplificar e flexibilizar o seguro auto, uma das principais modalidades do setor no Brasil.
Segundo informações da Susep na data de lançamento da circular, os seguros de automóveis foram responsáveis pela arrecadação de R$ 17,43 bilhões em prêmios no primeiro semestre do ano, crescimento de 6,8% em relação ao mesmo período de 2020. No entanto, de acordo com a Superintendência, dados do Denatran e da Susep revelam que, entre a frota nacional, somente 16% tinha cobertura de seguros em 2019 – se considerados veículos com até 10 anos de fabricação, o dado é de cerca de 33%.
Com base nisso, a circular traz mudanças como a possibilidade de o seguro ser contratado sem a identificação exata do veículo e de comercialização de coberturas de casco abrangendo, de forma isolada ou combinada, diferentes riscos. Adicionalmente, a norma permite a contratação de coberturas de responsabilidade civil facultativa, assistência e acidentes pessoais de passageiros vinculadas ao condutor, independentemente de quem seja o proprietário do veículo.
Inovações no mercado segurador em 2021 também englobaram a categoria de seguros de danos e massificados. Em vigor desde março, a Circular nº 621 da Susep visa ampliar e simplificar o potencial desses produtos, sendo a principal novidade a possibilidade de reunir, na mesma apólice, coberturas diversas. Dessa forma, com ganhos para os segurados e as seguradoras, podem ser ofertadas coberturas combinadas, com produtos que atendem demandas específicas. Segundo a Susep, deverá ser especificada e definida a forma de contratação de cada cobertura oferecida, podendo ser a risco total, risco absoluto ou risco relativo, observada a regulamentação específica de cada ramo de seguro. Além disso, as condições contratuais deverão apresentar as disposições de todas as coberturas incluídas no plano de seguro, com a especificação dos riscos cobertos, dos riscos excluídos e, quando for o caso, dos bens e interesses não compreendidos no seguro.
Na avaliação do presidente da CNseg, Marcio Coriolano, “o resultado dependerá crucialmente do incremento da renda pessoal e do emprego, combustíveis da demanda por produtos básicos patrimoniais, cobertura de vida, previdenciários, saúde suplementar e capitalização”. O executivo pondera ainda que “a sociedade parece mais disposta a se proteger e a gerenciar seus riscos. E pelos números alcançados em ano tão severo como 2020, parece reconhecer o setor segurador como um aliado para transferir riscos ou mitigar seus impactos, no caso de ocorrência, o que abre enorme potencial de negócios em todos os ramos e modalidades de seguros”.
Aspectos ambientais, sociais e de governança (expressos pela sigla, em inglês, EGS – environmental, social and corporate governance) estão, cada vez mais, sendo considerados como diferenciais de valor também no setor de seguros nacional. O compromisso com o tema e a sustentabilidade é relevante, já que a finalidade dos produtos ofertados pelo segmento engloba gerenciar e assumir riscos, contribuindo para a segurança e tranquilidade de pessoas e empresas que investem em seguros para garantir e preservar seus patrimônios materiais e imateriais. A sustentabilidade, assim, destaca-se no cenário atual, em que um aspecto fundamental é o de capacidade de adaptação a mudanças e de gerenciamento de riscos diversos, com contribuição para assuntos cada vez mais em voga, como as mudanças climáticas, por exemplo. Assim, as seguradoras que integram aspectos ESG em seus negócios e ações podem promover soluções inovadoras em seguros, além de aperfeiçoarem seus próprios processos de gestão de riscos, com um melhor desempenho não somente na parte econômico- financeira, mas ambiental, social e, consequentemente, reputacional.
A Tokio Marine é uma das seguradoras que investe no fortalecimento de seu compromisso com o conceito ESG, por meio de ações bem estruturadas nos campos ambiental, social e de governança. “Só no Brasil, a Tokio Marine já desenvolve muitas práticas ESG e conta com uma agenda a ser ampliada de forma significativa nos próximos anos, em linha com as diretrizes do Grupo Tokio Marine e com as mais atuais práticas empresariais”, comemora o presidente da seguradora, José Adalberto Ferrara. O executivo conta que, com o objetivo de compilar, propor e disseminar boas práticas e novas ideias baseadas em ESG, a Tokio Marine mantém um time multidisciplinar, formado por colaboradores de diferentes áreas, cuja constituição faz parte de uma estratégia que ganha a assinatura Tokio ESG e que está inserida no propósito da companhia de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e que use os recursos naturais de forma responsável. Ainda entre as ações sociais e para redução de desigualdades, o presidente da Tokio Marine destaca o projeto Sementes do Brasil, dedicado a promover capacitação profissional para jovens entre 15 e 18 anos que moram em abrigos, por meio de aulas que abordam desde orientação vocacional e educação financeira até introdução à tecnologia e à inovação, passando por diversidade, inclusão e ainda autoconhecimento.
A Zurich no Brasil, que lançou seu primeiro Relatório de Sustentabilidade em 2020, faz parte de um grupo comprometido com a sustentabilidade já há alguns anos. Tanto é que, em âmbito global e até 2022, há o compromisso de investimentos em títulos verdes no valor de US$ 5 milhões, um montante que equivale à compensação de 5 milhões de toneladas de emissões de CO2. Ainda para contribuir com a mitigação das mudanças climáticas, a Zurich passou a integrar a Net-Zero Asset Alliance, da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgando a intenção de, até 2050, zerar as emissões de CO2. Adicionalmente, foi a primeira seguradora a se inscrever no Business Ambition, em junho de 2019, com a meta de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. No mesmo ano, assinou o seu roadmap de 1,5°C, que está intimamente ligado aos negócios.
A Zurich é ainda parceira do Fórum Econômico Mundial na produção do único Relatório de Riscos Globais do mundo, o Global Risk Report 2021 que, em sua 16ª edição, de 2021, divulgou que, no prazo de 2 anos, os riscos de ameaças relacionadas às mudanças climáticas estão na lista dos cinco primeiros lugares com maior probabilidade de ocorrer. O grupo é também signatário dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI), iniciativa da ONU para nortear o mercado financeiro e de capitais na busca pelo desenvolvimento sustentável, por meio da incorporação de aspectos sociais, ambientais e de governança corporativa na tomada de decisão de investimentos, além de ter assinado o Pacto Global e apoiar as bandeiras da Iniciativa Brasileira de Finanças Verdes (IBFV). Com esses compromissos, a Zurich atua com base em três pilares estratégicos globais de sustentabilidade, nos temas de Mudanças climáticas, Confiança na sociedade digital e Sustentabilidade no trabalho. Nesse cenário, no ano passado, o grupo figurou no topo do ranking do Índice Dow Jones de Sustentabilidade, mais uma demonstração de seu papel ativo na transição para uma economia mais sustentável.
Estudo da Comissão de Inteligência de Mercado (CIM), da CNseg, concluiu que o mercado de seguros para a terceira idade é um universo com grande potencial a ser explorado no Brasil. Isso porque, apesar de o país contar com cerca de 35 milhões de pessoas com idade acima dos 60 anos e haver a expectativa de, até 2030, ter a quinta maior população idosa do mundo, 52,9% das seguradoras ainda não vendem produtos para essa faixa etária. Já entre as 41,2% empresas que informaram comercializar, as citações incluíram seguro prestamista, seguro de acidentes pessoais, seguros de vida coletivo e individual; seguro funeral e microsseguro. Além disso, 70,6% não oferecem serviços para esse público. Entre a pequena parcela, de 23,5%, que afirmou oferecer produtos para a terceira idade, foram destacados serviços de check-up idoso, assistências viagem, funeral e 24h para terceiros, além de rede de descontos.
Já sob o aspecto de análise de informações, 47% mencionaram que não fazem avaliações voltadas ao público com 60 anos ou mais. Entre as que realizam análises, foram citados como exemplos aspectos comportamentais, perfil de compra, atuarial e estudos publicados. No aspecto de ação de comunicação e atendimento, assim como serviços oferecidos para esse público, 70% informam não ter. Já entre as 17% que afirmaram possuir ações de comunicação para a população sênior, foram mencionados orientação em relação à qualidade de vida, exercícios físicos e prevenção de doenças e plataforma de longevidade.
Os dados constam do estudo da CNseg, que foi dividido em duas frentes: inicialmente, 40 seguradoras brasileiras receberam um questionário sobre como lidam com o público sênior; após foi realizada avaliação do atendimento aos idosos nos Estados Unidos, na China, no Japão, na Alemanha (os quatro países estão entre os dez maiores mercados de seguros) e no Chile (representante sulamericano da pesquisa), tendo como base o índice de pessoas na terceira idade nesses países, bem como critérios econômicos, a partir de um relatório realizado em 2017 pelo Swiss Re Institute. Os dados apontam, assim, que em um setor em que 28% dos clientes são idosos, há a oportunidade de as seguradoras olharem com atenção redobrada para esse público.
Assim como o Banco Central – que, com o Open Banking, visa promover mais autonomia aos consumidores para o uso de dados financeiros, permitindo migrar de bancos e acessar produtos e serviços de diferentes instituições financeiras –, a Susep publicou, no dia 21 de julho, as normas do Open Insurance, método de performance que promete enxugar normas, reduzir a interferência do regulador e permitir que seguradoras tenham mais facilidade no desenvolvimento de soluções. No modelo proposto, as seguradoras poderão exercer algumas atividades oferecidas pelas Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro (SISS), bem como constituir empresa, tendo como propósito específico o exercício dessas atividades de iniciação de serviços. Se por um lado a inovação estimula a competição, por outro há quem pondere. Marcio Coriolano, presidente da CNseg, indica a necessidade de uma análise de impacto regulatório: “muitos paradigmas do Open Insurance foram copiados do Open Banking, sem observância das diferenças estruturais e funcionais entre os sistemas”, explica.
A transformação digital – que já vinha sendo estimulada por novos hábitos de consumo e que demandam cada vez mais inovação, agilidade e simplificação – ganhou ainda mais impulso nos últimos dois anos em diversos setores, como efeito das adaptações necessárias para garantir o isolamento social no contexto da pandemia da Covid-19. E no mercado segurador não foi diferente: investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias, a serviço da transformação digital e da automação de processos, são peças-chave para garantir a agilidade no atendimento nas mais diversas plataformas e etapas da jornada dos clientes.
Simplificação nos processos de contratação, condições diferenciadas nas formas de pagamento, renovação de apólices na data de vencimento e manutenção de valores na renovação ou concessão de descontos são apenas algumas das práticas adotadas a cada dia entre as empresas do setor. “A transição para o atendimento virtual trouxe um receio inicial, de que o relacionamento ficaria deteriorado, mas a adaptação foi rápida e isso não ocorreu”, analisa Marcio Coriolano, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).
Nesse contexto, o papel dos corretores de seguros foi fundamental. Boris Ber, vice-presidente do Sincor-SP, destaca que o mercado de seguros chegou aonde chegou graças à distribuição do corretor de seguros, principalmente pela capilaridade – “esse profissional está em todos, sem exceção, municípios do Brasil”, afirma. “Foi o corretor de seguros que sempre levou as novidades, as transformações e os novos produtos. E a transformação digital é uma nova grande oportunidade para o corretor de seguros que, na pandemia, teve um papel fundamental, fornecendo assistência e intermediando, com as companhias, prorrogação de pagamento e atendimentos diferentes, por exemplo. As seguradoras, por sua vez, adotaram vistorias e reembol sos digi tai s – em união superamos os desafios”, comemora. O vice- -presidente destaca ainda que, além da transformação digital, o setor terá muitas novidades, como o seguro da CNH e o Seguro Liga e Desliga. “Cabe, novamente, ao corretor levar essas informações aos seus clientes. Por isso, no Dia do Corretor de Seguros, temos que comemorar a resiliência que os corretores tiveram, cumprindo seu papel e superando os desafios do mundo virtual”, finaliza.
A Tokio Marine, que desde 2015 investe cerca de R$ 130 milhões por ano em tecnologia, seguiu ampliando a oferta de recursos digitais durante a pandemia, a exemplo da realização de vistorias e inspeções remotas, com o objetivo de proporcionar uma melhor experiência aos seus públicos e, sobretudo, mais segurança no contexto de necessidade do isolamento social.
“Do ponto de vista operacional, colocamos à disposição dos nossos parceiros de negócios e segurados, os telefones da Central de Atendimento, assistência virtual via WhatsApp e Apple Business Chat, além de canais digitais como o Portal Nosso Corretor, Portal Autoatendimento, Facebook Messenger e App Tokio Marine. A área comercial suspendeu as visitas presenciais, desde março do ano passado, mas não houve prejuízo ao relacionamento com os corretores e as assessorias, pelo contrário.”, expõe José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine.
“Apenas para ilustrar a importância de oferecer essas opções de atendimento, nossa interação no WhatsApp, em 2020, foi de 1.300.000 chamadas”, celebra.
Já Vladimir Freneda, vice-presidente da Assurant, outra seguradora que vem investindo em melhorias na jornada do consumidor, conta que os segurados da companhia já conseguem abrir e acompanhar o status dos sinistros via WhatsApp, de maneira simples e rápida; além de contarem com processos de análise do defeito funcional de forma virtual, por meio de vídeo, e de aprovação automática baseado em algoritmos, sem intervenção humana no processo.
Hoje, dia 12 de outubro, é comemorado o “Dia do Corretor de Seguros”. Em alusão à data, às 10 horas, será transmitido nos canais da Fenacor e do CQCS, no Youtube, uma ação solidária especial: a entrega, em todo o Brasil, de 22 mil cestas básicas, totalizando 275 toneladas de alimentos arrecadados em uma ação denominada “Conexão Solidariedade”, realizada pela Fenacor e pelos Sincors, com o apoio do movimento “Família em Ação”. Também teve participação a Central Única das Favelas (Cufa), que auxiliou na distribuição das cestas – no total, mais de 100 entidades receberam as doações. O programa contará ainda sobre a largada de outra iniciativa relevante, para jovens e crianças que tiveram seu aprendizado nas escolas profundamente afetado durante a pandemia. No portal da Fenacor, seu presidente, Armando Vergilio, destaca a contribuição dos profissionais do setor na ação solidária: “contamos, mais uma vez, com o amplo apoio dos corretores de seguros e de outros profissionais do mercado, das seguradoras e, enfim, de toda a sociedade”, afirma. Adicionalmente, está na programação o anúncio do local e da data do 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, que marcará o retorno aos eventos presenciais, nos quais serão seguidos rigorosamente todos os protocolos de segurança.
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