O bem mais precioso de todos

DIA MUNDIAL LEMBRA OS 75 ANOS DE FUNDAÇÃO DA OMS, AVANÇOS NA ÁREA E A NECESSIDADE DE ASSEGURAR O DIREITO AO BEM-ESTAR

O tema escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para celebrar o 7 de abril em 2023 é “Saúde para todos”. O slogan da campanha remete ao objetivo máximo da agência, que completa hoje 75 anos, bem como reforça a mensagem de que um estado de completo bem-estar físico, mental e social é um direito humano básico: qualquer pessoa deve ter acesso às soluções de que precisa, quando e onde necessitar, sem ter de superar obstáculos financeiros para isso. Além dos importantes avanços registrados ao longo das últimas sete décadas, a OMS põe em evidência, este ano, que, apesar deles, 30% da população mundial segue sem acesso a serviços essenciais na área de saúde. Para fazer da universalização uma realidade é preciso, segundo a entidade, pelo menos, haver indivíduos e comunidades atendidos com recursos de alta qualidade para que possam zelar por si mesmos e por suas famílias, profissionais preparados para prestarem cuidados de alto padrão e centrados nas pessoas, e formuladores de políticas comprometidos com o propósito. Em sua campanha, a OMS afirma que chegou a hora de os líderes agirem para cumprir seus compromissos de promoverem o acesso aos recursos necessários e de a sociedade civil responsabilizá-los, e reforça a necessidade de aceleração nos progressos para que possam ser atendidos os Objetivos de Desenvolvimento SUS tentável (ODSs) até 2030. Há muito, a agência cita ainda a relevância da “promoção da saúde”, ou seja, do processo de capacitar as pessoas para elas aumentarem o controle sobre – e/ou melhorarem as – suas condições de bem-estar. Essa medida abrange vários tipos de intervenções sociais e ambientais, como, por exemplo, iniciativas que estimulem alimentos e hábitos saudáveis na rotina dos cidadãos e a adesão deles às campanhas de vacinação.
Apesar de todos os desafios que ainda existem, é inegável que a combinação entre ciência, tecnologia e esforços em favor da universalização tiveram um profundo impacto sobre a qualidade de vida e a longevidade. A taxa de mortalidade infantil, ou seja, a probabilidade de morrer entre o parto e o completar do primeiro ano de idade, por exemplo, caiu, em apenas 30 anos, de 64,7 óbitos a cada mil nascidos para 28,4. A expectativa de vida, por sua vez, uma das principais métricas para avaliar a saúde da população, mais que dobou desde 1900. Em 1960, quando a ONU começou a manter dados globais, ela alcançava apenas 52,5 anos, mas hoje passa dos 73. As conquistas criam, é claro, novos desafios, como o de atender de forma eficiente a uma população cada vez mais envelhecida. E apesar delas, persiste a necessidade de minimizar desigualdades entre diferentes regiões ou países. Afinal, enquanto no pequeno Reino de Lesoto, na África, a expectativa de vida ao nascer é de apenas 50,7 anos, no Japão, nação recordista em longevidade, ela ultrapassa 82.
Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO), ressalta a importância, referindo-se especialmente ao Brasil, do planejamento de longo prazo e da estabilidade para que as melhorias na área da saúde aconteçam, incluindo o incremento de pesquisas, inovação e produção de insumos. “Sempre pensaremos no futuro da saúde. Porém, quando ele chegar, ele já será presente e haverá um ´novo futuro´ pela frente. Assim, nunca teremos uma saúde ´ideal´, uma vez que surgirão novos caminhos e precisaremos trabalhar neles. Mas, tenho certeza de que com um bom planejamento, em que governos, empresas, hospitais, etc., possam participar, teremos uma saúde melhor”, pondera.

PANDEMIA

Outra mensagem ressaltada pela OMS em alusão ao dia de hoje é a de que a Covid-19 atrasou a jornada de todos os países rumo à “saúde para todos”. A pandemia afetou progressos ao exigir o direcionamento de investimentos financeiros e humanos massivos para combatê-la, com a interrupção de pesquisas e de iniciativas relacionadas a outras enfermidades. Todavia, os esforços para superar a crise sanitária global também estimularam avanços e inovações, incluindo da intensificação e aperfeiçoamento da telemedicina à rápida produção de vacinas. Questionada sobre o que a pandemia trouxe de impactos relevantes à área da saúde, Adriana Ribeiro, diretora Médica da PFIZER Brasil, analisa que ela “resgatou o poder da ciência, da pesquisa e da inovação”. “A pandemia deixou evidente como a integração de todo o ecossistema de inovação em saúde, que envolve comunidade acadêmica, parceiros do próprio setor farmacêutico, formuladores de políticas públicas e órgãos reguladores é essencial. Também ressaltou o quanto a prevenção é fundamental, não só contra a Covid-19, mas em relação a outras tantas doenças para as quais temos vacinas”, avalia. Adriana considera que o cenário vivido deixou claro que o investimento em saúde e pesquisa precisa ser constante. “É essencial reforçar o quanto a ciência mudou a expectativa de vida da população e, mais ainda, o quanto a vacinação tem um papel fundamental nisso. Um exemplo claro é o cenário devastador de óbitos diários por conta da COVID-19, que impactavam o Brasil e o mundo há exatos dois anos, e a realidade atual, com a pandemia controlada graças à imunização em larga escala”, detalha.
Dentre avanços e tecnologias originadas e/ou aceleradas em meio à crise da Covid-19, a diretora Médica da PFIZER Brasil destaca a plataforma de RNA mensageiro (mRNA), base dos imunizantes da empresa contra a doença. “Essa tecnologia permite atualizar rapidamente as formulações de vacinas quando necessário. Acreditamos, portanto, que pode impactar de forma transformadora a saúde global e, por isso, desenvolvemos uma estratégia robusta de mRNA. Para além de vacinas, a plataforma coloca-se como uma tecnologia versátil, com possíveis aplicações em várias doenças infecciosas, câncer, doenças raras ou doenças autoimunes. Dessa forma, planejamos continuar investindo na tecnologia de mRNA em diferentes áreas terapêuticas”, finaliza Adriana.


SETOR

Soluções da prevenção ao tratamento

DIFERENTES ENTIDADES E EMPRESAS ATUAM PARA DESENVOLVER RECURSOS CAPAZES DE FAZEREM A SAÚDE CADA VEZ MAIS QUALIFICADA E ACESSÍVEL A TODOS

Amplo, o setor de saúde compreende profissionais, instituições (de hospitais a universidades), empresas de serviços, indústrias e entidades que, juntos, desempenham papeis crucias e complementares para promover o bem-estar das populações. Nesse contexto estão inseridas as filiadas à Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (ABIMED). “Nosso propósito é contribuir com a melhoria e a ampliação do acesso da população às tecnologias de ponta. O setor de dispositivos médicos tem mais de 81 mil produtos registrados na Anvisa, e isso mostra a amplitude da indústria, que produz desde recursos muito simples, como as máscaras, até equipamentos altamente complexos e sofisticados”, descreve Fernando Silveira Filho, presidente executivo da entidade. Referindo-se à crise de Covid-19, o dirigente avalia que ela evidenciou ainda mais relevância da área, já que ela abrange todas as etapas de cuidado: prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Fernando salienta, ainda, que a indústria de tecnologias para a saúde cria riquezas para o país. O presidente da entidade aponta, no entanto, que o Brasil precisa voltar a se industrializar. Ele menciona que o fato de o país importar um volume elevado de dispositivos médicos denota o potencial de crescimento do setor. “Não nos falta capacidade de inovar. O que precisamos é que exista uma política nacional estruturada, de preferência considerando a indústria, a academia e os centros de pesquisa pra que isso flua de uma maneira contínua”, aponta.
“Planejamento” é a palavra empregada por Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) para referir-se ao que a país necessita para impulsionar as indústrias vinculadas à entidade (atuantes nos setores médico-hospitalar, de odontologia, laboratorial, de biotecnologia e de reabilitação e tecnologia assistiva). “Sem um planejamento a indústria fica refém de decisões que podem ocorrer de forma repentina, e isso mina a eficiência. Falta uma decisão de Estado, e não de governo. Para que o ministro que entrar não modifique aquilo que estava traçado, e possa conduzir uma melhoria dos hospitais públicos, das Santas Casas que atendem o SUS, e consequentemente, permitir às empresas se prepararem para atenderem inclusive a inovação que todos esperam na saúde”, considera Paulo. Ele sugere que seria importante termos, para o setor de dispositivos médicos, uma ação semelhante à realizada no que diz respeito aos medicamentos genéricos: criaram-se condições para as indústrias organizarem a produção, mas também -se o governo se preparou para adquiri-los.

MEDICINA DIAGNÓSTICA

Milva Pagano, diretora executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) avalia que a área representada pela entidade, por sua vez, será impulsionada, no Brasil e no mundo, pelos avanços tecnológicos, aumento do envelhecimento populacional e crescente preocupação com a saúde e o bem-estar. “Entre os desafios a serem superados estão a existência de infraestrutura, recursos tecnológicos e humanos capacitados para lidar com o contínuo aumento da demanda. Também deverá ser solucionado o acesso a exames laboratoriais e de imagem, que têm proporcionado o cuidado personalizado, economia para o sistema de saúde e benefícios diretos aos pacientes”, complementa ela. Avanços na Medicina Diagnóstica não param de surgir. Entre os novos exames disponibilizados, Milva cita a biópsia líquida para detecção de câncer, os testes genéticos para identificar predisposição a doenças hereditárias, e os moleculares, para reclassificar doenças conhecidas com indicação precisa de tratamentos. Além disso, equipamentos de diagnóstico por imagem modernos, que introduziram várias formas de imagem funcional e molecular já podem ser operados à distância e integrados com inteligência artificial (IA), possibilitando a identificação de lesões e tumores cada vez menores. “Em 2023, esperamos ver um aumento na utilização de IA na medicina diagnóstica, o que pode trazer benefícios como o aumento da acurácia e da rapidez dos diagnósticos. No entanto, precisamos estar atentos à necessidade de supervisão e regulamentação adequadas para garantir a precisão dos resultados e a segurança das pessoas”, cita. Questionada sobre a importância da medicina diagnóstica para o bem-estar, a diretora da Abramed cita que, ao embasarem 70% das decisões médicas, exames são indispensáveis para a garantia da saúde global e cumprem papel fundamental nas ações de prevenção e detecção precoce de doenças, principalmente por agregarem dados objetivos às informações muitas vezes subjetivas vindas da anamnese e do exame físico.

FARMACÊUTICA

O setor farmacêutico, por sua vez, é indispensável à promoção do bem-estar ao responder pela pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos, terapias e tratamentos. Expoente nele, a PFIZER, segundo a sua diretora Médica no Brasil, Adriana Ribeiro, trabalha para promover o acesso mais igualitário à saúde. “Tão importante quanto desenvolver moléculas capazes de mudar o curso dessas doenças, é atuar para que essas inovações cheguem de fato aos pacientes. A pandemia evidenciou o trabalho da PFIZER nesse sentido. Além da disponibilidade dos diferentes tiposde imunizantes da companhia para a prevenção do coronavírus por todas as faixas etárias atualmente aprovadas, usuários do sistema público também têm acesso ao nosso antiviral para o tratamento da doença”, descreve. Adriana menciona que a empresa faz uma busca incansável para trazer ao mundo medicamentos e vacinas que possam endereçar doenças que ainda são temidas e para as quais não há opção terapêutica adequada. Os investimentos da PFIZER em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos superam US$ 10,5 bilhões globalmente. Hoje são 110 moléculas em estudo, sendo mais da metade correspondentes a novos medicamentos e o restante referente à ampliação de indicação de produtos já existentes e/ou em investigação. E o Brasil participa cada vez mais das descobertas. “São cerca de 20 moléculas para o tratamento de diversas doenças avaliadas em dezenas de estudos clínicos com milhares de pacientes brasileiros em andamento junto com universidades, empresas e laboratórios nacionais”, revela a diretora da PFIZER Brasil.


INFODEMIA

Verificar notícias e informações é cada vez mais necessário

ALCANCE DE CONTEÚDOS FALSOS SOBRE SAÚDE PREOCUPA E DEMANDA ATENÇÃO DE AUTORIDADES E DA POPULAÇÃO

Recursos tecnológicos viabilizaram a difusão massiva de informações e notícias sobre os mais variados temas, incluídas as relacionadas à saúde. Evidentemente, há um lado positivo nisso: o acesso de bilhões de pessoas a conteúdos importantes para o bemestar. Porém, paralelamente, cresce o emprego nocivo dos recursos tecnológicos para propagação de mensagens falsas e, por isso, criminosas. A Organização Mundial da Saúde utiliza o termo “infodemia” para referir-se ao cenário em que há muita informação, incluindo as inverídicas ou enganosas em ambientes digitais e físicos durante um surto de doença. Os conteúdos mentirosos ocasionam confusão e comportamentos de risco, levam à desconfiança nas autoridades de saúde e podem intensificar ou prolongar problemas. Renato Kfouri, médico pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) define a desinformação como uma “doença digitalmente transmissível”, uma vez que seus efeitos podem fazer vítimas, tal qual vírus e bactérias. Os conteúdos falsos são capazes de motivar pessoas a não se vacinarem, a abandonarem tratamentos e/ou aderirem a outros que não funcionam, a seguirem promessas de cura messiânicas, ou, ainda, amedrontam em relação a possíveis efeitos colaterais. De acordo com o médico, a difusão de mentiras já vem de algum tempos, mas a pandemia alavancou movimentos como o antivacina e a possibilidade de oportunistas venderem terapias alternativas e promoverem terror entre a população para obterem lucros políticos, econômicos e/ou sociais.
Poderes públicos e organizações de vários setores buscam alertar sobre o problema e colocar à disposição recursos que permitam desmentir, com agilidade e amplo alcance, as informações falsas. O governo brasileiro lançou no último dia 25 de março a campanha Brasil contra fake, que inclui um site (gov.br/brasilcontrafake) em que podem ser checados conteúdos e encontradas orientações para denunciar mentiras. Já no caso da Boston Scientific, a companhia optou por criar um portal, o Saber da Saúde, em que compila análises e opiniões de especialistas em suas áreas de atuação, conhecimento científico profundo sobre condições clínicas e informações sobre os tratamentos mais avançados disponíveis ao público.
A PFIZER Brasil, por sua vez, de acordo com a diretora Médica da Empresa, Adriana Ribeiro, aposta na informação de qualidade, divulgada por fontes de credibilidade, e investe em diversos materiais, como comunicados, vídeos e respostas a questionamentos, para fazer o conhecimento correto chegar ao público. “Com o mesmo objetivo, mantemos nossos próprios canais de comunicação atualizados e investimos em conscientização, como o movimento Fake News, Não!, que conta com uma página na Internet para esclarecer mitos relacionados sobretudo à Covid-19, e com a parceria de criadores de conteúdo, unindo credibilidade em ciência e contato direto com os públicos”, descreve. Ela conta, ainda, que a companhia atende demandas da imprensa e de agências de checagem, e que conta com elas para negar boatos e corrigir informações falsas. “Também atuamos junto ao governo via compartilhamento de estudos científicos que apoiem a tomada de decisões em saúde”, conclui Adriana.


PLANOS

Ter cobertura na área de saúde é desejo dos brasileiros

SETOR FECHOU O ANO PASSADO COM MAIS DE 50 MILHÕES DE USUÁRIOS E BUSCA APERFEIÇOAMENTOS PARA ATENDER A TODOS OS PERFIS

Entra ano, sai ano, e pesquisas sobre os principais desejos de consumo dos brasileiros confirmam os planos de saúde nas primeiras posições. Não à toa, portanto, quando as condições socioeconômicas permitem, o setor registra crescimento. No final de 2022, o total de usuários de planos de saúde atingiu 50,5 milhões no país - maior número desde dezembro de 2014, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Isso significa que aproximadamente 25% da dos brasileiros já contam com coberturas contratadas. “Temos uma população maior do que a da Argentina com planos de saúde e queremos que esse número cresça cada vez mais. Mas desejamos, também, é claro, que tenhamos sistema público bem-estruturado que possa dar a cobertura para o restante dos brasileiros de forma efetiva”, diz Marcos Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge). Os planos exclusivamente odontológicos, por sua vez, também registraram recorde histórico, com 30,9 milhões de beneficiários.
O dirigente da Abramge afirma que o crescimento do setor está muito relacionado ao aumento da empregabilidade, mas também ao fato de as pessoas perceberem a importância de darem valor à sua saúde.
Muitos querem garantir que, num caso de necessidade, consigam o acesso a atendimentos, exames, tratamentos, etc., na hora certa. “Só para você ter uma ideia, no ano retrasado – os números de 2022 ainda estão sendo fechados –, os planos de saúde deram cobertura a 1,5 bilhão de procedimentos e 900 milhões de exames. Ou seja, na média, cada beneficiário fez 20 exames ao ano. Além disso, foram 300 milhões de consultas e mais de 7 milhões de internações”, detalha. Em 2021, o setor investiu R$ 207,6 bilhões no atendimento à saúde das pessoas, recursos que também proporcionam empregos e inovação na área.
Apesar dos bons resultados, Marcos ressalta “renovação constante” como característica do setor. Para que os planos sigam como instrumentos fundamentais para a ampliação do acesso da população a recursos que assegurem e/ ou proporcionem o seu bem-estar, eles precisam seguir aperfeiçoando-se. “Estamos passando por uma mudança de modelos. Os planos nasceram praticamente como uma ferramenta para resolver uma questão financeira para o acesso à saúde. Mas percebemos que já não dá mais pra ser só um sistema financeiro, porque ele ficará impagável se não fizermos gestão de saúde”, pondera. Para ele, o sistema financeiro dos planos é perfeito: ele coletiviza, agrupa as pessoas para elas se ajudarem. “Precisaremos de uma gestão de saúde para conseguir fazer com que os usuários também realizem o que é necessário, na hora certa. Quanto mais cedo tratarmos uma doença, por exemplo, melhor é o resultado do paciente e melhor o resultado para todos os demais segurados, porque gasta-se menos recursos”, revela. Por isso, há esforços de operadoras, por exemplo, no sentido de reforçar aos beneficiários a importância não só acessarem os recursos disponíveis em casos de urgência ou quando adoecem, mas para a prevenção de potenciais problemas de saúde. Marcos cita, ainda, que há espaço para aperfeiçoar as redes de atendimento, além da necessidade de intensificar o combate a fraudes.
Com relação à infraestrutura em saúde proporcionada pelo setor e suas operadoras, o dirigente da Abramge diz que, se há algum tempo na área médica ela foi “um pouco menor do que precisávamos no setor privado”, hoje ela supera as necessidades existentes. “Houve avanço em hospitais, clínicas, laboratórios, em processamento de exames, etc. Um dos aspectos que hoje discutimos no setor é o de utilizar a infraestrutura que está parada para prestar serviços para o setor público. Infraestrutura de saúde é cara e importante no país. Não deveria ficar fechada, mas sim, ser usada para prestar um serviço à sociedade”, avalia.

CONHECIMENTO

A despeito do desejo dos brasileiros de contarem com coberturas para zelarem pelo seu bem-estar, a Abramge constatou, por meio de pesquisas qualitativas (grupos focais) realizadas em diversas partes do país, um enorme desconhecimento sobre como os planos de saúde funcionam. Diante disso, em março de 2023 a entidade lançou o movimento “Todos por Todos Com Muita Saúde”. A ideia é desmistificar e informar sobre a realidade dos planos e reforçar conceitos atrelados a eles, como o de “coletividade”. O mutualismo que permeia os planos de saúde é um dos aspectos em evidência na campanha, ou seja, explica-se o princípio de eles valerem-se dos investimentos/contribuições de todos os usuários para atenderem os participantes que precisam realizarem procedimentos quando necessários. Assim, cria-se, coletivamente, sob mediação do plano, uma reserva capaz de cobrir as necessidades pontuais dos usuários e de garantir o acesso de todos eles aos benefícios. “Vamos tirar todas as dúvidas que forem apresentadas. Queremos compartilhar informação de credibilidade e dar condições de as pessoas entenderem o que é um plano. Trabalhamos com algo que é aspiração de todo brasileiro, mas que muita gente ainda não entende “, explica Marcos.
É possível seguir o movimento nos seguintes canais:
Website: todosportodosoficial.com.br
Instagram: todosportodos_oficial
Facebook: OficialTodosPorTodos



CONSCIENTIZAÇÃO

Câncer figura entre os grandes desafios para a saúde

DIA MUNDIAL DE COMBATE À DOENÇA OCORRE AMANHÃ E COLOCA EM EVIDÊNCIA A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO E DA DETECÇÃO PRECOCE

O 8 de abril marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer, uma das principais causas de óbitos no planeta. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, em 2020, quase 10 milhões de mortes no mundo estiveram associadas à doença – ou seja, aproximadamente um em cada seis falecimentos. Naquele ano, 19,3 milhões de pessoas foram atingidas por ela, número que, segundo a OMS, poderá crescer quase 50% até 2040. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 704 mil novos diagnósticos a cada ano do triênio de 2023 a 2025 – ou seja, acima de 2 milhões de novos casos da doença ao longo desses 36 meses. Os números apontam, assim, para um aumento de pouco mais de 10% em relação às taxas registradas entre 2020 e 2022 (média de 625 mil por ciclo). “O câncer tende a ter uma evolução nos números nos próximos anos, em especial pelo aumento da longevidade e impactos de hábitos de vida nocivos à saúde entre a população, potencialmente se tornando, em menos de duas décadas, a maior causa de mortes no mundo – superando as doenças cardiovasculares. Por isso, devemos colocar em prática medidas fundamentais para a saúde e prevenção da condição. Esse cuidado impacta diretamente nas estatísticas e pode frear índices, além de trazer mais qualidade de vida e o bem-estar geral da população”, diz Carlos Gil Ferreira, Diretor Médico do Grupo Oncoclínicas – maior grupo exclusivamente dedicado ao tratamento do câncer no Brasil – e Presidente do Instituto Oncoclínicas.
Apesar da esperada progressão nos índices relacionados à doença, ele avalia que o tratamento de diferentes tipos de tumores, com a chegada de drogas inovadoras e condutas direcionadas para as especificidades de cada caso, não só têm mostrado melhora nas chances de sobrevivência, mas impactado positivamente os pacientes em todas as etapas da jornada de cuidado. “A ciência tem evoluído a passos largos, sinalizando um presente e um futuro com boas perspectivas. Alternativas de terapias cada vez mais personalizadas e individualizadas trazem benefícios efetivos à qualidade de vida do paciente, com aumento nos índices de cura”, aponta. Entre os “divisores de águas” na luta contra o câncer, há exemplos diversos já em aplicação. “Temos novidades que têm se mostrado bemsucedidas nos meio médico e científico, como a imunoterapia e o tratamento com anticorpos monoclonais. O chamado CAR-T também vem conquistando grande espaço em casos de tumores hematológicos, um avanço que se mostra animador quando nos referimos em especial a leucemias e linfomas”, explica Carlos.
O diretor do Grupo Oncoclínicas confirma que existem ainda desafios relacionados às aprovações necessárias para adoção dos testes moleculares e chegada de novas medicações, como também para assegurar o acesso igualitário de toda sociedade às melhores soluções/tratamentos. Indica, também, que a informação é ferramenta essencial para assegurar o protagonismo a todos, pacientes ou não, em um momento de mudanças nos paradigmas da doença. Ademais, reforça que o acompanhamento médico periódico e realização de exames de rotina para detecção precoce do câncer, aliados às novas frentes avançadas de tratamento da doença, são a chave para que os índices de incidência não levem ao também aumento das taxas de letalidade. “Precisamos estimular a conscientização da população em geral sobre a detecção precoce de tumores. Quanto mais cedo descoberta a doença, melhor o prognóstico, com resultados positivos às terapias e maiores chances de cura”, finaliza Carlos Gil Ferreira.

Ações para informar e orientar se distribuem ao longo do ano

“Câncer” é um termo genérico para um grande grupo de mais de 100 doenças que podem afetar qualquer parte do corpo. De acordo com o Inca, elas têm em comum “o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos a distância. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo”. Ao longo de cada ano há datas reservadas para ressaltar importância da prevenção e do diagnóstico precoce, e para disseminar informações relativas ao enfrentamento/tratamento da doença. Além do 8 de abril, no dia 4 de fevereiro de cada período é lembrado o Dia Mundial do Câncer. No Brasil, o 27 de novembro constitui o Dia Nacional de Combate à doença.
Ao longo de todo o mês de abril, o Grupo Oncoclínicas, por exemplo, promove uma campanha de conscientização que abordará as principais causas, formas de prevenção, importância do diagnóstico precoce, tratamentos e novas frentes no horizonte de combate a diferentes tipos de tumores. A iniciativa acontece nas redes sociais e em unidades da organização pelo país. Em algumas cidades haverá também ações em outros espaços físicos, incluindo locais públicos de grande circulação, como praias, centros de compra etc. Este ano, os impactos dos hábitos de vida na incidência do câncer estão entre os pilares centrais da campanha.
Ademais, o Grupo Oncoclínicas, assim como outras organizações públicas e privadas, costuma engajar-se, no último trimestre de cada, com movimentos dedicados a abordar com mais ênfase tipos específicos de câncer. No Dezembro Laranja, o foco é orientar sobre o de pele, o mais comum no Brasil, indicando a relevância da prevenção e detecção precoce e os cuidados na exposição ao sol. Novembro, por sua vez, é dedicado à conscientização e prevenção do câncer de próstata, o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). E sempre no mês anterior, anualmente ocorre a campanha do Outubro Rosa, cujo alvo é o câncer de mama, o mais incidente (depois do de pele não melanoma) entre as mulheres, com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025.




VACINAS

Um direito, um dever, uma necessidade

IMUNIZANTES ESTÃO ATRELADOS A GRANDES CONQUISTAS MUNDIAIS NA ÁREA DA SAÚDE E FORAM ESSENCIAIS PARA CONTER A PANDEMIA

A pandemia de Covid-19 em que o mundo segue inserido marca mais um momento da história em que as vacinas mostraram a sua relevância para enfrentar doenças. No último dia 29 de março, o site com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a crise sanitária inaugurada em março de 2020, indicava que mais de 13,3 bilhões de doses de imunizantes contra o coronavírus já haviam sido aplicadas no planeta. A observação aos números denota uma clara relação entre vacinação e queda no total de casos fatais.Hoje existem opções de imunizantes para prevenir mais de 20 doenças potencialmente letais e eles salvam, de acordo com estimativas da OMS, entre 3,5 a 5 milhões de vidas anualmente ao evitarem que pessoas sejam vítimas de enfermidades como difteria, tétano, coqueluche, influenza e sarampo.
“De maneira geral as vacinas são uma forma de ensinar ao organismo como produzir anticorpos para um determinando agente, apresentado ao sistema imune do indivíduo um antígeno. Esse antígeno pode ser apresentado de diferentes maneiras: uma parte de um microrganismo, um microrganismo morto ou bastante enfraquecido, ou mais recentemente uma receita que ensina ao organismo como produzir o antígeno necessário para estimular a produção de anticorpos”, descreve a doutora Julia Spinardi, líder de Vacinas da PFIZER Brasil. Segundo ela, as plataformas vacinais que ficaram mais conhecidas recentemente envolvem a tecnologia de vetor viral, com vírus incapazes de se replicar, mas que atuam como alerta para o organismo da pessoa vacinada e servem de transportadores da receita do antígeno, e as vacinas de RNA mensageiro (mRNA), tecnologia dos imunizantes da PFIZER contra a COVID-19. “Essa plataforma se mostrou promissora para o desenvolvimento de imunizantes contra várias doenças. As vacinas de mRNA possuem a receita que o organismo deve seguir para produzir o antígeno, no caso do vírus da COVID-19, a sintetizarem a proteína S (do inglês spike) que serão como alerta para o sistema imunológico, com consequente produção de anticorpos e respostas protetivas. Imunizantes dessa natureza são produzidos sinteticamente, baseado numa fração específica do material genético do vírus”, detalha. Julia descreve que cerca de 1,4 bilhão de pacientes foram impactados somente por soluções da PFIZER em 2021, sendo 1,1 bilhão por vacinas produzidas pela companhia. A empresa mantém em seu portfólio imunizantes para condições importantes, entre elas as vacinas monovalente e bivalentes contra a COVID-19; a vacina pneumocócica 13-valente conjugada, que protege contra 13 sorotipos (1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F) da bactéria Streptococcus pneumoniae, capaz de provocar doenças graves, especialmente em bebês e crianças pequenas; a vacina meningocócica ACWY conjugada, que previne meningites e sepse causadas pela bactéria meningococo dos tipos A, C, W e Y, condições que podem ter de rápida evolução, altas taxas de sequelas e letalidade e acometer indivíduos de qualquer faixa etária; a vacina adsorvida meningocócica B (recombinante), lançada no Brasil em julho de 2022, e voltada à imunização ativa de indivíduos de 10 anos a 25 anos para prevenir doenças causadas por Neisseria meningitidis do grupo B. “O pipeline da PFIZER na área de imunização é bastante promissor. São 19 moléculas em estudo, sendo 11 em fase de registro, entre elas, o imunizante contra o vírus sincicial respiratório (VSR); a vacina meningocócica pentavalente; e, a nova geração de vacinas pneumocócicas”, completa Julia.

DESINFORMAÇÃO

A despeito de todas as evidências relacionadas à sua importância para a saúde, imunizantes são alvos constantes de notícias falsas e desinformações. Não se trata exatamente de uma novidade. No artigo “Ani-vax: the history of a scientific problem”, os autores Miguel Gallegos, Viviane de Castro Pecanha e Tomás CaychoRodríguez destacam que resistência às vacinas surgiu antes mesmo do desenvolvimento da primeira delas, em 1796. A própria expressão “anti-vax”, que recentemente ganhou um verbete o Oxford Dictionary of English, data do início do século XIX. O que aconteceu mais recentemente foi, como avanço das tecnologias, uma disseminação acelerada e massiva de mensagens criminosas relativas às vacinas, com impactos negativos e preocupantes, já que a pseudociência e desinformação nas redes sociais, por exemplo, causam hesitação e recusa vacinal. Tudo isso se reflete numa redução da cobertura vacinal. No momento, o governo federal realiza uma campanha nacional para esclarecer sobre a relevância e segurança das vacinas. No site Ministério da Saúde há uma página dedicada ao Movimento Nacional pela Vacinação, com váriasinformações relevantes sobre o tema.

MARCOS NA HISTÓRIA DAS VACINAS

Década de 1790 – o cientista Edward Jenner chega à primeira vacina de sucesso mundial, contra a varíola.
1885 – Louis Pasteur preveniu com sucesso a raiva por meio da vacinação pós-exposição.
1937 – primeira vacina contra a febre amarela.
1945 – a primeira vacina contra influenza é aprovada para uso militar e, no ano seguinte,
para uso civil.
1952/1955 - a primeira vacina eficaz contra a poliomielite é desenvolvida.
1967 - Organização Mundial da Saúde (OMS) anuncia o Programa Intensificado de
Erradicação da Varíola.
1988 - após a erradicação da varíola, a OMS voltou sua atenção para a poliomielite,
lançando uma iniciativa global de erradicação da doença. No final dos anos 1980,
ela era endêmica em 125 países.
1994 – a poliomielite é erradicada das Américas, seguida pela Europa
em 2002 e, em 2003, a doença é endêmica em apenas seis países.
2016 - o sucesso do Projeto de Vacina contra a Meningite destaca o papel
fundamental que parcerias público-privadas podem desempenhar para ajudar a
desenvolver vacinas.
2019 – ocorre a implementação piloto da vacina contra a malária em países de África.
OMS pré-qualifica vacina contra o Ebola para países de alto risco. Em 2021, um
estoque global é estabelecido para garantir a resposta ao surto.
2020 – em dezembro, um ano depois do primeiro caso de Covid-19, são administradas as
primeiras doses da vacina contra a doença.
Fonte (https://www.who.int): Link


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