O equilíbrio entre ciência e afeto
Os médicos passaram longos períodos longe de suas famílias e amigos, enfrentaram rotinas extenuantes e tiveram que driblar o estresse constante durante a pandemia de Covid-19. Muitos pereceram durante essa batalha. Por isso, nada mais justo do que homenageá-los neste Dia do Médico, estabelecido no Brasil por ser também o Dia de São Lucas, que viveu no século I da era cristã e dedicou-se à profissão. “Um dia é pouco para enaltecer essa categoria tão importante, pessoas que dedicam suas vidas para salvar outras tantas. O cuidado com os pacientes e o comprometimento diário nos inspiram a continuar desenvolvendo tecnologias e soluções para transformar vidas e deixar marcas”, diz Eduardo Verges, presidente da Boston Scientific do Brasil.
“Os profissionais de saúde, durante a pandemia, mostraram ao mundo que estavam preparados para lidar com uma situação de exceção. Seu desempenho foi essencial para que hoje, junto com as vacinas, conseguíssemos retomar as rotinas de nossas vidas, incluindo conquistas desse período que vieram para ficar, como o uso da telemedicina e outras ferramentas digitais que otimizam o atendimento”, diz o médico Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional. Ele avalia que esse período evidenciou a necessidade de aproximar médicos e equipes a seus pacientes. “A importância do acolhimento e de relações mais humanizadas é algo em que acredito muito. Por isso, o que eu quero dizer a todos é que nunca se esqueçam de valorizar as pessoas com quem convivemos, inclusive no consultório. Nossa missão é cuidar delas e para isso é necessário que estejamos próximos e presentes”, reforça.
Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) indicam que hoje cada mil brasileiros têm à disposição 2,41 médicos, uma proporção que deu um salto enorme em apenas 22 anos: em 2000, era 1,68 por mil. Os cuidados com a saúde envolvem todo um ecossistema, que inclui 376 escolas médicas distribuídas em 242 municípios (em março de 2022, segundo o CFM), organizações públicas e privadas, e centros de pesquisa, entre outros.
Luiz Paulo Coimbra diz que a pandemia acelerou mudanças no sistema de saúde, valorizando o segmento suplementar. “Em 2019, tínhamos 1,7 milhão de beneficiários, em 2021 encerramos com mais de 2 milhões, um aumento de 20%. Em 2022, ainda vivemos os impactos da pandemia na saúde e nos negócios, principalmente pelas novas cepas de coronavírus e pelas demandas reprimidas, com consultas, exames e procedimentos postergados nas fases mais críticas da crise sanitária. A sinistralidade ameaça os balanços e exige uma atuação mais efetiva, com simplicidade, agilidade e eficiência administrativa”, diz. Ele prevê um futuro com a saúde suplementar fortalecida, com processos de governança corporativa mais estruturados e maior eficiência e inteligência na gestão de seus custos.
Depois de formados, os médicos precisam obter o título de especialista. O CFM, por meio dos seus Conselhos Regionais (CRMs), só pode registrar como especialistas os médicos que apresentarem pelo menos um destes dois documentos: certificado de conclusão de Residência Médica credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e Título de Especialista concedido por associação ou sociedade brasileira. Em 2017 a Resolução Nº 2.162/2017 apresentou a lista atualizada das 55 especialidades reconhecidas no Brasil. Quatro delas concentram mais de 38% dos médicos:
É uma das mais populares e atua nos níveis primário, secundário e terciário de atenção à saúde. É prérequisito para cursar outras residências.
Engloba os cuidados de saúde de crianças e adolescentes.
Responsável pela realização de procedimentos cirúrgicos em diferentes partes do corpo.
Envolve o cuidado com a saúde da mulher em todas as fases da vida, incluindo o período gestacional.
“Sabemos que as políticas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no país não têm um padrão consistente. Acreditamos que as empresas privadas, as universidades e o setor público precisam atuar de maneira convergente. Isso pode colocar o Brasil nas cadeias internacionais de abastecimento e gerar empregos de qualidade”. O diagnóstico de Fernando Silveira Filho, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), refl ete uma dificuldade geral que está sendo valentemente combatida em nível particular.
Um dos exemplos é a Unimed Brasil, que investe constantemente em P&D. “Em nosso Enunciado Estratégico de 10 anos, formulado no primeiro semestre de 2022, definimos que nos transformaremos em uma plataforma de negócios de saúde. Para tal, nossos esforços de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) miram antecipar tendências tecnológicas e soluções com potencial de disrupção no mercado de saúde, de maneira que possamos cocriá-las, testá-las, aprimorá-las e implementá-las, levando adiante nossa missão de cuidar da saúde de nossos clientes”, antecipa Dante Lopes, gerente de Inovação da empresa.
Humberto Shida, superintendente de Tecnologia da Unimed Nacional, conta que hoje os canais digitais já respondem por 67% de todos os atendimentos e a empresa está com pilotos avançados em soluções de inteligência artificial (IA) nos processos de reembolso e contas médicas. “Para a parte de robotização (RPA) estamos com forte utilização nos processos de entrada de novos clientes, e em desenvolvimento para o processo de faturamento. Tanto em IA como RPA estamos com um roadmap de evolução contínua”, diz.
Em uma velocidade impensável poucas décadas atrás, a área de saúde tem sido objeto de lançamentos e pesquisas que trazem para o cotidiano de médicos e pacientes soluções que qualificam suas atuações e vidas. “Pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) criaram um tecido inteligente que, sem o uso de chips, é capaz de vibrar na ressonância adequada para se conectar a um aparelho. Poderá transmitir sinais vitais em tempo real apenas com o uso de substâncias químicas, usando a tecnologia de ondas da física quântica”, exemplifica o neurologista José Luciano Monteiro Cunha, coordenador do Comitê de Telessaúde da Associação Brasileira dos Planos de Saúde (Abramge), um entusiasta do uso assertivo da tecnologia no sistema de saúde. Ele conta que os biossensores e dispositivos chamados de wearables (vestíveis, numa tradução literal do inglês) já são usados para o controle e o monitoramento de várias doenças. No futuro, poderão ser um grande aliado também na prevenção.
A tecnologia 5G promete beneficiar de forma efetiva o setor, promovendo o uso de novos métodos e recursos para os mais diversos fins, desde a gestão até o atendimento de pacientes. A inteligência artificial, realidades virtual e aumentada, big data, robótica e internet das coisas ganharão efetividade com a estabilidade e a alta velocidade da 5G. A educação médica, que hoje já está sendo feita pelo Metaverso, também ganhará mais eficiência. Uma plataforma de aprendizado já consegue armazenar o conhecimento de nada menos do que 10 mil médicos, gerando milhares de sugestões terapêuticas ou diagnósticas.
A Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo) trabalha constantemente para que todos possam ter acesso às novas tecnologias no setor de saúde. Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da associação, conta que a entidade, juntamente com outras do setor produtivo, preparou uma proposta de Política Industrial para o setor de dispositivos médicos que contempla nove itens, sendo o primeiro deles “priorizar as políticas da saúde”. Os outros envolvem a atuação do Estado tanto no uso inteligente do poder de compra quanto no incentivo, por exemplo, da pesquisa, desenvolvimento e inovação, tornando o Brasil um protagonista nas cadeias globais de valor de dispositivos médicos.
Um dos principais atores do mercado de dispositivos médicos com altíssima tecnologia aplicada, a Boston Scientific tem um portfólio de mais de 17 mil produtos. “Para nós, todos merecem ter acesso à tecnologia que salva vidas e que contribui para a qualidade delas. Por isso, anualmente investimos mais de US$1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento, produzindo dispositivos médicos e soluções que salvam pessoas e aumentam o bem-estar de nossos pacientes”, diz Eduardo Verges, presidente da Boston Scientific do Brasil. Ele cita um exemplo do empenho da empresa em proporcionar tecnologias que impactem positivamente os profissionais de saúde e a população: em 2022, a divisão de cirurgia vascular da Boston foi pioneira na introdução da realidade aumentada nos programas de educação médica. Usando o Hololens, tecnologia que reproduz hologramas sobre uma mesa, cria-se um ambiente de aprendizado em que médicos interagem com dispositivos inovadores. É possível ampliar qualquer órgão do corpo humano para facilitar diagnósticos e planejar terapias e tratamentos, garantindo maior segurança nos procedimentos.
Dentre inovações da Boston está ainda o Clinical Eye, que permitiu a continuidade da educação médica em procedimentos durante a pandemia de Covid-19, prejudicada devido aos riscos de contágio das equipes que acompanham cirurgias para aprender ou se aprofundar em técnicas terapêuticas. “Os óculos inteligentes permitem que médicos, em qualquer lugar do mundo, assistam a cirurgias em tempo real, com o mesmo ângulo de visão do cirurgião, tirando dúvidas por meio de um interlocutor presente no local”, explica Eduardo Verges, presidente da Boston Scientific do Brasil.
Outra solução citada pelo executivo é a Educare, plataforma de educação on-line. “São conteúdos organizados por especialidade médica, tópico e procedimento, e o profissional pode escolher o que quer aprender”, detalha ele.
Especialistas apontam que dois anos de pandemia equivaleram a cinco ou seis em termos de evolução na telemedicina, e estudos sobre essa nova tecnologia demonstram que 70% dos casos dos pacientes podem ser resolvidos remotamente. Novas regras para o emprego desse recurso no Brasil foram publicadas em maio passado, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O documento caracteriza como telemedicina o exercício da medicina mediado por tecnologias digitais, de informação e de comunicação, para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, gestão e promoção da saúde. A Resolução estabeleceu sete modalidades para a realização de serviços médicos a distância.
Atendimento não-presencial com médico e paciente localizados em diferentes espaços.
Reunião de médicos, gestores e outros profissionais para discutir questões administrativas e ações de saúde.
Procedimento feito por robô, quando o médico está em outro local. Deve obedecer à Resolução que regulamentou a cirurgia robótica no Brasil.
Emissão de laudo ou parecer de exames compartilhados em plataformas de comunicação e de tecnologia a distância.
Troca de informação e opinião entre médicos, com ou sem a presença do paciente, para aprimorar o diagnóstico e as indicações de tratamentos.
Atendimento médico para a avaliação dos sintomas do paciente visando o direcionamento ao tipo adequado de assistência ou a um especialista.
Também conhecida como telemonitoramento, consiste na avaliação clínica de imagens, sinais e dados de equipamentos ou dispositivos dos pacientes atendidos.
Desde a década de 1990, o mês de outubro é marcado por ações de conscientização que salvam vidas com a prevenção do câncer de mama. O diagnóstico precoce, feito principalmente por meio de mamografias, é essencial para a cura, e a campanha Outubro Rosa, como é conhecida em todo o mundo, indica também que o estilo e a qualidade de vida infl uenciam tanto na minimização dos riscos quanto nos tratamentos após o surgimento da doença. Exercícios físicos e alimentação saudável podem reduzir em até 28% o risco de desenvolver a enfermidade. As mamografias, que já fazem parte da rotina de cuidados de saúde de muitas mulheres, também costumam ser mais procuradas durante o mês. Em 2021, 64% do público-alvo no âmbito da saúde suplementar – com mais de 50 anos – realizaram o exame. Só entre as companhias vinculadas à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), foram realizadas 1,2 milhão de mamografias, ou 25% do total registrado na saúde suplementar. Milva Pagano, diretora executiva da entidade, conta que todos os associados fazem campanhas e ações especiais de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce para aumentar o número de mamografias de rastreio.
No Outubro Rosa, as redes da Abramed exibem depoimentos da Sociedade Brasileira de Mastologia e do Instituto Lado a Lado pela Vida. Milva reforça a importância de realizar campanhas o ano inteiro, além de destacar o papel das novas tecnologias, como a mamografia digital tridimensional. “Na mamografia comum há uma limitação quando a paciente tem mama densa, uma maior quantidade de glândulas. O exame pode não detectar o tumor, e esse é o padrão da maioria das pacientes brasileiras. Com a mamografia 3D, o diagnóstico do câncer aumenta em até 30%. Destaco também o uso da inteligência artificial na interpretação das imagens, o que aprimora a precisão e ajuda os radiologistas a lerem os exames com mais efetividade, descobrindo sinais reais e evitando a realização de biópsias desnecessárias”, explica.
Estimativas apontam que mais de 70% das decisões médicas contam com o preciso e efetivo apoio dos exames laboratoriais. Novas tecnologias permitem a detecção de doenças cada vez mais cedo, o que melhora as chances de cura e a qualidade de vida dos pacientes. Segundo Milva Pagano, diretora executiva da Abramed, o Brasil já conta com equipamentos semelhantes aos de países chamados desenvolvidos, mas ainda fica a dever em termos de alcance em todo o território nacional. Em termos de inovação, o segmento hoje tem como principal avanço os testes genéticos, que permitem identificar subtipos de tumor e até adiantar a possibilidade de surgimento de doenças. Outro exame inovador é a ressonância magnética de corpo inteiro, que pode identificar doenças de forma rápida, segura e precisa.
A população mundial está vivendo cada vez mais. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018, pela primeira vez na história, pessoas com 65 anos ou mais superaram em número as crianças menores de cinco anos em todo o mundo. O número de pessoas com 80 anos ou mais deverá triplicar, passando de 143 milhões em 2019 para 426 milhões em 2050. A longevidade é um triunfo que decorre de um conjunto de fatores, incluindo melhoras na nutrição, nas condições sanitárias, no ensino, no bem-estar econômico e, é claro, dos avanços da medicina e dos cuidados com a saúde.
Constantemente surgem soluções para não apenas prolongar, mas qualificar a vida de idosos, e elas tangem diferentes áreas, abrangendo corpo e mente. Medicamentos, procedimentos cirúrgicos, vacinas, planos de saúde e até dispositivos como alarmes e assistentes domésticos que respondem perguntas e acionam recursos, são pensados para esse público. Fator que pesa decisivamente para a longevidade, no entanto, segue sendo o de adotar hábitos saudáveis, que incluem os de praticar exercícios regularmente, manter boa alimentação, ter propósito de vida e cultivar bons relacionamentos, evitar cigarros e bebidas alcóolicas, ter sono de qualidade e manter a mente ativa.
É essencial, ainda, fazer check-ups periódicos para reconhecer e/ou prevenir doenças, o que alavanca a expectativa de vida desde o século passado. A medicina diagnóstica, por exemplo, identifica fatores de risco que podem levar a tratamentos precoces. “O checkup rotineiro permite a detecção de alterações fisiológicas que indicam doenças ou mesmo a predisposição do indivíduo a elas”, explica Milva Pagano, diretora executiva da Abramed.
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Créditos desta Edição:Redação: Gustavo Dhein
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