Rumo a 1, 1 bilhão de procedimentos

Marca deverá ser atingida pelo setor privado até o final do ano, quando o número de beneficiários ultrapassará 51 milhões

No fim deste ano, a saúde suplementar deverá atingir novo recorde assistencial, com a realização de cerca de 1,1 bilhão de atendimen-tos, incluídos 401 milhões de consultas, 633 milhões de exames, 55 milhões de terapias e 8 milhões de internações. É como se cada um dos beneficiários do setor privado fosse aten-dido 21 vezes no ano. O custo desses serviços o chamado gasto assistencial –, por sua vez, deverá ultrapassar R$ 104 bilhões no período. Na avaliação do diretor executivo da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge),Antonio Carlos Abbatepaolo, esses dados mostram a consolidação do setor como um dos pilares da assistência no Brasil. “Devemos terminar o ano com mais de 51 milhões de beneficiários”, diz. Mas o sinal amarelo está aceso em relação à saúde econômica do setor. “A perspectiva de crescimento é positiva. En-tretanto, a despesa assistencial tem evoluído acima das receitas, comprimindo as margens das operadoras e reduzindo sua capacidade de investimento”, ressalta. Mesmo com o fôlego prejudicado pelo aumento das despesas, as principais empresas investiram na expansão e modernização de suas redes. Há exemplos em todos os elos da cadeia produtiva. Entre as operadoras de planos de saúde, o grupo Amil injetou R$ 600 milhões no recém inaugurado complexo hospitalar Americas Medical City, no Rio de Janeiro, e a Hapvida destinou R$ 120 milhões à ampliação de sua rede própria de estabelecimentos. No setor hospitalar, só o Sírio Libanês, de São Paulo, desembolsou R$ 1,4 bilhão para duplicar sua estrutura até 2015 e já prevê mais R$ 1 bilhão de investimento em novas expansões. No segmento de laboratórios e centros de diagnóstico, a DASA está investindo R$ 200 milhões em novas unidades. Para eliminar os gargalos e dar conta do crescimento da demanda, no entanto, será necessário mobilizar mais recursos. Pelos cálculos da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), para manter o atendimento de acordo com o padrão proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (Anahp)– três a cinco leitos por mil habitantes – serão necessários entre 13,7 mil e 23,2 mil novos leitos até 2016, a depender do ritmo de crescimento no número de beneficiários. O incremento exigirá entre R$ 4,3 bilhões e R$ 7,3 bilhões. A elevação desproporcional dos custos assistenciais é um fenômeno que aflige o setor de saúde em todo o mundo, tanto na área pública como na privada. Ela está relacionada, por um lado, à ampliação da demanda por assistência, ocasionada, entre outros fatores, pelo aumento da proporção de idosos na sociedade – em 15 anos, o Brasil será o sexto país em número de idosos, segundo a OMS. Por outro lado, o custo sofre o impacto da crescente e constante incorporação de tecnologia. O resultado atinge ao mesmo tempo o bolso do consumidor e os balanços das empresas.

Desafios

Conter a escalada dos custos é um dos maiores desafios da saúde suplementar. Os programas de prevenção e promoção da saúde são outros aliados nesse combate. “Os hospitais e planos de saúde vêm investindo em ações de promoção da saúde e prevenção de riscos porque essa é uma forma de conseguir reduzir as despesas assistenciais, diminuindo a incidência de doenças evitáveis”, diz Denise Eloi, presidente da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS), responsável por 12% de beneficiários de planos de saúde. Outro fator que causa intranquilidade no setor é a crescente judicialização da saúde. “A existência de um ambiente de segurança jurídica, tanto para consumidores como pa-ra operadoras, é condição fundamental para atrair investimento e permitir que a saúde suplementar alcance uma parcela cada vez maior da população”, diz Abbatepaolo, da Abramge. O equilíbrio jurídico também é decisivo para a sustentabilidade do sistema de saúde suple-mentar, que se baseia no conceito de mutuaismo ou associativismo. Nele reside o sucesso do modelo: um grupo de pessoas contribui para um fundo de onde saem os recursos para pa-gar o atendimento daqueles que precisam. “A saúde suplementar funciona como um seguro, agrupando pessoas e assegurando os recursos para que tenham assistência se adoecerem”, diz Sandro Leal, gerente-geral da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Esse mecanismo e o aumento de renda da população permitiram que a saúde su-plementar se tornasse acessível a milhões de brasileiros. Ela tem se expandido ano a ano – dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) indicam que a população de beneficiários de planos de saúde cresceu 1,83 milhão entre junho de 2013 e o mesmo mês de 2014.




ECONOMIA

Setor movimenta mais de R$ 100 bilhões

De acordo com cálculos da Anahp, a saúde como um todo movimenta 9,2%do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sendo o setor privado responsável por 55,7% desse total. Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), a saúde suplementar responde por 1,2 milhão de empregos diretos. “Além de salvar vidas e promover a saúde,o setor é um importante motor da economia”, diz Arlindo de Almeida, presidente da (Abramge). Outros números referentes à máquina que movimenta a saúde suplementar consolidam o gigantismo: dos mais de 277 mil estabelecimentos de saúde existentes no Brasil,196 mil são privados, e dos 6.315 hospitais em operação, 2.530 são privados comfins lucrativos e 1.448 são filantrópicos. No campo dos planos de saúde e seguros privados de assistência, cerca de mil operadoras movimentaram R$ 110 bilhões no ano passado. O setor, além disso, conta com extensa rede de prestadores, que envolve hospitais, laboratórios e clínicas, indústria farmacêutica e de equipamentos, administradoras de benefícios, corretoras, redes de drogarias e empresas de call center, tecnologia da informação e construção civil, entre outros. Essas características posicionam a saúde no nível de outros setores da economia, como o automobilístico ou da construção civil. “Poucos segmentos geram tantos empregos ou têm a capilaridade do setor de saúde, presente em grandes,médias e pequenas cidades, em todas as regiões do país”, diz Almeida.








Página 2

CENÁRIO

Atuação conjunta resulta em qualidade assistencial

Presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) aponta os ganhos do entrosamento do setor

Para Francisco Balestrin, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), o segmento que representa fica à margem do mercado de capitais em razão da falta de política adequada de investimento.Consequentemente, a dificuldade de modernização e expansão dos hospitais privados é maior, além de as possibilidades de negócio seremdesiguais entre todos os atores do mercado. Para enfrentar essa situação, ele defende que os governos estabeleçam mecanismos de estímulo e desenvolvimento setoriais. A proposta soma-se a outras, reunidas no Livro Branco: Brasil Saúde 2015, editado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), e apresentadas pelas lideranças da saúde privada aos candidatos à Presidência da República na última eleição. Confira como elas foram recebidas por eles na entrevista a seguir, em que Balestrin também aponta a necessidade de entrosamento de toda a cadeia da saúde.

O que significa para um sistema de saúde ser sustentável? Existe um modelo de referência no mundo nesse sentido?

Balestrin – Um sistema de saúde sustentável envolve o entrosamento de toda a cadeia de saúde, organizações integradas e redes coordenadas de cuidados que contribuem para a redução do desperdício, dos custos, do aumento da eficiência e da otimização da qualidade da assistência. E, acima de tudo, que gere melhores resultados assistenciais,maior satisfação do paciente emenor utilização dos recursos especializados, especialmente de urgência. O controle de custos é sempre umitemde suma importância,principalmente porque, no setor de saúde, eles normalmente são acima da inflação geral de qualquer país, considerando sua dinâmica particular que, necessariamente, reflete o aumento da expectativa de vida, novas tecnologias e a incidência de doenças crônicas de longa duração.

Qual a importância e os ganhos da saúde privada para o sistema de saúde pública? Como acelerar a integração de ambos?

Balestrin – A integração dos setores púbico e privado é uma das principais bandeiras da (Anahp) e uma das propostas do Livro Branco: Brasil Saúde 2015.Buscamos a parceria, a união e a integração de todos os setores,do ponto de vista domodelo, da estrutura,da organização ou do financiamento. Os avanços no setor privado de assistência à saúde impactam diretamente na qualidade da gestão em saúde no Brasil.O setor privado, por exemplo, estabeleceu um modelo ágil e participativo de gestão, voltado para a busca da qualidade e da segurança assistencial.Hoje, responde pela maior parte dos recursos aplicados em saúde, com uma participação de 55%. Carece, no entanto, de ummodelo de organização assistencial, o qual émuito bem desenhado no setor público – que participa comos demais 45%– e que seria interessante compartilhar.

Como as propostas da (Anahp) foram recebidas pelos então candidatos à Presidência da República?

Balestrin – Todas as propostas do Livro Branco: Brasil Saúde 2015, entregue aos candidatos à Presidência da República, foram pesquisadas, avaliadas e amadurecidas para que pudessem contribuir de forma efetiva na elaboração dos planos de governo.Ao receberemo documento, condensado e compartilhado em dois volumes, o caderno conceitual e o de propostas, todos demonstraram interesse pelas nossas recomendações, que contemplam iniciativas inovadoras e modelos de excelência para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e estreitar o diálogo entre os setores público e privado, elaboradas a partir de uma visão macropolítica, econômico-social e com sustentabilidade.

Quais as expectativas da entidade para o setor em relação ao próximo mandato presidencial?

Balestrin – Atualmente, o mercado privado de hospitais depende das tradicionais fontes de recursos para realizar seus investimentos. A falta de política adequada de investimento deixa o setor à margem do mercado de capitais e não contribui para sua sustentabilidade econômico-financeira. Essa realidade dificulta a modernização, expansão e o fortalecimento dos hospitais privados independentes ou organizados em rede, além de tornar desiguais as possibilidades de negócio para todos os atores do mercado. É esperado que o governo estabeleça mecanismos de estímulo e desenvolvimento setoriais. Listaria as desonerações tributárias distribuídas ao largo para outros segmentos empresariais, porémnegadas aos hospitais brasileiros. Também é necessário o acesso a recursos e a outras formas incentivadas para investimentos e modernização não disponíveis atualmente, proporcionando uma competição mais justa para o setor e realmente focada na qualidade e segurança assistencial.A discussão da participação de capital estrangeiro na saúde também é um dos itens a serem abordados.



Livro Branco: Brasil Saúde 2015

Resultado de extensa análise sobre o sistema de saúde no Brasil e experiências internacionais, o Livro Branco: Brasil Saúde 2015 | A sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro apresenta propostas para o aprimoramento da atenção à saúde e da atuação integrada dos setores público e privado, visando à assistência ainda mais qualificada e eficiente. O trabalho que o precedeu contou com o apoio de dirigentes dos hospitais membros da (Anahp) e a colaboração de lideranças nacionais que compartilharam com a entidade a visão do sistema de saúde no Brasil, de forma a consolidar os pontos críticos e as oportunidades de melhoria. Durante um ano, até fevereiro último, foram realizadas mais de Para acessar os volumes do Livro Branco: Brasil Saúde 2015 | A sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro e conferir os conteúdos na íntegra acesse www.anahp.com.br/livrobranco. 50 entrevistas, envolvidos 25 profissionais em pesquisas, estudos e desenvolvimento do conteúdo geral do documento e suas propostas, e promovidos mais de 180 encontros e reuniões, além de visitas a vários estados brasileiros para identificar as diferentes realidades e captar opiniões e perspectivas sobre a saúde no país. A partir do trabalho, foi desenvolvido ummodelo esquemático do sistema de saúde que contempla dez eixos interligados e divididos em três níveis de gestão. O estudo desses eixos estratégicos proporcionou o desenvolvimento das seguintes 12 propostas para a sustentabilidade do sistema de saúde.










Página 3

CENÁRIO

Transformações sociais reorientam o atendimento

A mudança de patamar socio econômico ocorrida no Brasil nos últimos anos, com o crescimento significativo da classe média, é apenas um dos fatores que tornaram ainda mais desafiador o cenário da saúde. De acordo com o médico Mauricio Ceschin, presidente da Qualicorp – maior administradora de benefício do país –, também os perfis demográfico e epidemiológico da população têm sido alterados. “Nos próximos 20 anos, será praticamente triplicado o número de pessoas com mais de 60 anos. E como o custo da saúde aumenta de acordo coma faixa etária, esse envelhecimento levará o setor a gastarmais”, explica.Do ponto de vista epidemiológico, o executivo diz que, justamente pela mudança demográfica, a população passou a sofrer mais doenças crônicas degenerativas. Assim, é necessário alterar também o perfil dos cuidados, pois “se antes a saúde era orientada para interferências agudas, seguidas do retorno dos pacientes à vida normal, agora a linha de cuidado tem de ser continuada, o que demanda mais dos serviços”.A equação que se apresenta, segundo Ceschin, é como dar sustentabilidade a esse sistema – desafio que ele considera um fenômeno mundial. A esses fatores somam-se as dificuldades inerentes ao setor público. “Somos o único país domundo com mais de 100 milhões de habitantes quemantémsistema de saúde universal e gratuito”, ressalva,o que justifica, em parte, a dificuldade de acesso, de tempo de entrega do serviço e de qualidade – razões pelas quais a demanda também por serviços privados é continuada, e o setor cresce. “Apesar das dificuldades, temos conseguido fazer uma entrega substancial”, afirma. E cita que são promovidas anualmente mais de 280 milhões de consultas médicas, quase o dobro desse volume em exames e procedimentos e mais de 8 milhões de internações. “E o acesso, até por força de norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) , tem prazo limite para acontecer”.

Inflações

Ceschin menciona a discrepância entre a inflação geral e a inflação médica como mais um obstáculo a ser superado, não só no Brasil. Segundo ele, nos Estados Unidos, por exemplo, a inflação deste ano será de cerca de 2%, e o aumento do custo médico-hospitalar emtorno de 12%. Por esse parâmetro, a discrepância nacional, com índices de reajuste de planos de saúde entre 9% e 18% e inflação geral em 6%, embora impactante para o usuário, é compreensível, considerando-se amudança epidemiológica, os avanços médicos, a adoção de tecnologias inovadoras, a maior utilização e incorporação de procedimentos, entre outros fatores. Nesse contexto,omédico apresenta propostas para a sustentabilidade do sistema em várias frentes:

Gestão: Ceschin observa que, hoje, o sistema de saúde como umtodo adota a lógica de repassar o aumento dos custos aos beneficiários. “Pouco falamos do uso parcimonioso dos recursos,do não desperdício. Temos de investir fortemente na gestão da assistência para melhorar a relação custo/qualidade/ efetividade,o que envolve averiguar a indicação médica, fazer revisões clínicas, premiar e remunerar os melhores resultados.”
Organização das informações: É fundamental, segundo o executivo, que os brasileiros tenhamum prontuário eletrônico,comnúmero único (a exemplo do cartão único de saúde do SUS), emque constem todas as informações e seu histórico de saúde (exames feitos, internações, etc.).“Isso aumentaria a segurança do atendimento, evitaria a repetição desnecessária de exames, racionalizaria custos e ampliaria a qualidade do serviço.”Até porque, cada cidadão deve deter as informações a respeito da sua saúde.
Prevenção: Organizadas as informações individuais de saúde, a ideia é adotar política preventiva direcionada justamente a grupos de pacientes cujos riscos seriam identificados, bem como informações referentes a antecedentes de determinadas doenças, tabagismo, sedentarismo, etc. “Em vez de políticas públicas emlarga escala, elas seriam direcionadas aos portadores de risco, de forma a aumentar a efetividade e racionalizar custos”, justifica o executivo.
Remuneração: Em alguns países, as contas médicas de prestadores de serviços incluem valores fixos e parcela variável, relacionada ao desempenho no tratamento dos pacientes. “No Brasil, a remuneração dos prestadores de serviços, inclusive hospitalares, adota como base o consumo de materiais e medicamentos e a realização de exames e procedimentos”, afirma Ceschin.
Financiamento: Por conta do envelhecimento acelerado da população, o médico sugere que, ao princípio do mutualismo vigente no sistema privado de saúde seja incorporado o da poupança individual. Nesse caso, parte da mensalidade do plano de saúde seria poupada para ser usada pelo usuário no futuro, quando seu custo com saúde for maior, e sua renda, caso aposentado, provavelmente menor.A iniciativa já foi objeto de estudo, tanto na ANS quanto na Superintendência de Seguros Privados (Susep) e deve ser anunciada em breve.
















Página 4

ECONOMIA

Avanços em todas as frentes

Cresce o número de beneficiários de planos e seguros de saúde, assim como o rol de coberturas obrigatórias

Em junho último, mais de 25% da população brasileira era assistida por planos ou seguros de saúde. Incluindo os beneficiários de planos privados exclusivamente odontológicos, o volume salta para 35%.Os números são, respectivamente, 0,9% e 2,1% maiores do que os de dezembro de 2013.Na comparação entre 2013 e 2012, o aumento é ainda maior, de 4,5% de assistidos por planos ou seguros de saúde comou sem o serviço de odontologia, e de 7,7% dos contemplados emplanos privados exclusivamente odontológicos. A evolução se dá também no âmbito das coberturas.Por meio da Resolução Normativa 338, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em janeiro deste ano novos procedimentos passarama contar na lista de coberturas obrigatórias dos planos de saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999. Orol de coberturas mínimas é revisto a cada dois anos, a partir de consulta pública à sociedade (a última contou com 7.340 contribuições). As principais inovações da nova versão do rol são a inclusão de tratamento para o câncer em casa, com medicamentos via oral, e a cobertura para doenças genéticas. Passaram ainda a ser ofertados 37 medicamentos para o tratamento de tumores de grande prevalência entre a população, como de estômago, fígado, intestino, rim, testículo, mama,útero e ovário. Além disso, em maio de 2014, foi publicada resolução que determina o fornecimento, também em domicílio, de oito grupos de medicamentos para controle dos efeitos colaterais do câncer. Isso porque a terapia medicamentosa oral contra a doença e seus efeitos colaterais promove maior conforto ao paciente e reduz os casos de internação para tratamento em clínicas ou hospitais.

















Página 5

EMPRESAS

Boas práticas para uma boa vida

Programas preventivos traduzem a preocupação das empresas do setor com o bem-estar

É crescente o número de programas de estímulo à qualidade de vida, incluindo prevenção de doenças e promoção do bem-estar, adotados por operadoras de planos de saúde. A Amil foi pioneira em iniciativas desse tipo, com ações desenvolvidas desde a década de 1990 e que, atualmente, envolvem cerca de 400 mil beneficiários no Brasil. São práticas como o Programa Amil Qualidade de Vida (PAQV), que identifica riscos e doenças desconhecidas dos indivíduos, de forma presencial ou digital; o programa Gestante de Alto Risco, de monitoramento de grávidas e seus bebês com alguma condição de risco; o Bem Viver, destinado a idosos que apresentam declínio funcional e têm alta probabilidade de internação hospitalar; e o Gestão de Pacientes de Alto Risco (GPAR), de acompanhamento mais próximo de clientes comrisco para doenças cardiovasculares e os teomusculares e diabetes ou idosos com declínio funcional. Além de programas estruturados de promoção de saúde e prevenção de doenças, a Amil tambéma posta em iniciativas que visam estimular o bem-estar e a qualidade de vida em toda a sociedade.Um desses exemplos é o movimento Saúde 360, lançado pela empresa no início deste ano, cuja proposta é promover a luta contra a obesidade infantil. O movimento contempla campanhas de comunicação com repercussão nacional, que lançam um alerta sobre a epidemia, e um site (www. portalsaude360.com. br.) com orientações aos pais, dicas de alimentação e notícias relacionadas ao tema. “Com essa iniciativa, buscamos conscientizar pais emães sobre como lidar com o excesso de peso de seus filhos e também dar suporte a profissionais de saúde e educadores, no intuito de contribuir para a diminuição dos números relacionados à doença”, afirma a diretora de Sustentabilidade da Amil, Odete Freitas. A mais recente iniciativa da empresa nesse sentido é o lançamento de uma petição online em favor da criação do Dia Nacional de Combate à Obesidade Infantil. A Sul América também investe em programas EMPRESAS preventivos. Mantém o Saúde Ativa, que tem início como mapeamento do perfil de risco à saúde dos colaboradores das empresas seguradas e a posterior sugestão de inclusão emprogramas específicos. Entre as ações inseridas no Saúde Ativa destacam-se o Programa de Orientação à Saúde, para administrar o quadro clínico de portadores de doenças crônicas; o Emagrecimento Saudável, de auxílio aos segurados para que adquiram hábitos alimentares saudáveis e aumentem as atividades físicas; e o Idade Ativa, que contribui para o envelhecimento saudável de segurados da terceira idade. De acordo como vice-presidente de Saúde e Odontologia da Sul América, Maurício Lopes, a companhia tem procurado agregar inovação, trazendo para o Brasil soluções exclusivas para garantir aos segurados o que há demais avançado em qualidade de vida. Serviços especiais e exclusivos são ofertados ainda por outras operadoras, como a Omint. Destaca-se o Doutor Omint em Casa, de esclarecimento de dúvidas simples, como a dosagem certa de um medicamento ou até mesmo casos mais complexos em que as primeiras providências podem fazer diferença. Há serviço idêntico exclusivo para pediatria,que dispõe de uma equipe médica de diversas subespecialidades. A operadora também coloca à disposição de gestantes acompanhamento periódico de uma enfermeira para monitorar a evolução da gravidez.





Foco em prevenção e gestão

Para garantir a sustentabilidade do setor e promover efetivamente a qualidade de vida entre seus beneficiários, as empresas de saúde têm investido cada vez mais em estratégias e ações de prevenção de doenças e de gestão da informação dos atendidos, especialmente dos grupos de alto risco. É um avanço importante, já que, segundo estimativa da consultoria de saúde Axismed, o peso da saúde sobre a folha de pagamento das empresas saltou de 4% para 8% emapenas duas décadas, e já constitui o segundo maior gasto para algumas corporações. Luciana Silveira, que atua há 22 anos emsaúde suplementar e é diretora-executiva da Associação Nacional das Administradoras de Benefício (Anab), ressalta a importância de iniciativas de promoção da saúde. Segundo ela, os Programas para Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev), regulamentados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 2011, representam um conjunto orientado de estratégias e ações programáticas integradas, que têm como objetivos a promoção da saúde, a prevenção de riscos, agravos e doenças, alteração no perfil da morbidade, a redução dos anos perdidos por incapacidade e o aumento da qualidade de vida dos indivíduos e das populações. Após a regulamentação do Programas para Promoprev, o crescimento foi estrondoso: de 127 programas e 198 mil beneficiários em 2011 para 760 ações e 1,2 milhão de beneficiários em 2012. Hoje, o Brasil reúne cerca de 900 operadoras de planos de saúde em atividade e mais de 1.080 Programas de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças. Entre os diferentes tipos de ações adotadas destacam-se o combate aos maus hábitos alimentares, ao tabagismo e ao sedentarismo, assim como programas para prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que incluem doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e problemas respiratórios crônicos. “Além de melhorar a qualidade de vida de seus profissionais, aumentar a produtividade e diminuir o absenteísmo, as empresas ou entidades que representam população específica podem estimular a cultura de hábitos saudáveis e acompanhar de forma adequada o tratamento de um determinado grupo de risco”, afirma Luciana.Segundo ela, a gestão de pacientes de alto risco em ambiente corporativo pode ainda evitar a ocorrência de algumas doenças e diminuir custos médico-hospitalares em razão da redução de procedimentos de alta complexidade, como cirurgias e internações.

















Página 6

HOSPITAIS

Polos de excelência em saúde

Investimentos privilegiam tecnologia de ponta e novos espaços para qualificar o atendimento à população

A manutenção de centros de estudo e pesquisa, corpo clínico altamente qualificado, investimentos em equipamentos modernos e na padronização de protocolos e em infraestrutura eleva minstituições de saúde a polos de excelência.O desafio é aliar essas características à humanização dos tratamentos e ao bem-estar dos pacientes – fatores fundamentais para uma assistência qualificada. Em São Paulo,desde 2009,o Hospital Sírio(HSL), destinou cerca de R$ 1,4 bilhão à construção de três torres e à descentralização de seus serviços com a abertura de unidades: duas na capital paulista e uma em Brasília (DF).Os investimentos para expansão e modernização, cuja finalização está prevista para o fim deste ano, resultarão na duplicação da estrutura física, que chegará a 727 unidades de internação. O objetivo vai alémdo crescimento, como explica Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do HSL. A ideia é também melhorar as condições de atendimento dos pacientes.“Buscamos construir quartos em que se sintam bem e seguros. Preocupamo-nos com problemas de desnível nos pisos, a não utilização de materiais escorregadios, tudo para evitar possibilidades de quedas. Paralelamente, investimos para que os quartos escureçam totalmente e o paciente possa descansar, e com a questão da acústica, para que barulhos externos não os perturbem”.O objetivo é harmonizar questões conflitantes: comodidade e individualidade, acessibilidade e comunicabilidade. “Procuramos equilibrar essas questões de forma que o paciente se sinta bem e tenha condição humanizada de atendimento, com total segurança”, conta Vecina Neto.

OHCor é outra instituição de ponta a investir no crescimento qualificado da estrutura física: inaugurou prédio com centros de neurologia (HCor Neuro), e de oncologia (HCor Onco) , além de ter adotado diversos diferenciais tecnológicos. A nova unidade tem 38 apartamentos para internação, andar exclusivo para quimioterapia, centro de convenções para 210 pacientes e vagas para 142 veículos, tudo distribuído em 13 andares e cinco subsolos.

Tecnologia

A adoção de tecnologia de ponta é característica dos polos de excelência. O HSL, por exemplo, busca a incorporação de soluções e equipamentos que permitam ganhos na gestão. Na área de suprimentos, adota ferramenta de e-commerce hospitalar paramelhorar os níveis de atendimento com redução dos índices de estoque.Outra novidade é um projeto pioneiro de automação da farmácia central da instituição para garantir segurança e eficiência do fluxo de trabalho na administração de medicamentos.A automação pode reduzir em aproximadamente 90% a operação manual dos medicamentos, além de ampliar o controle e a rastreabilidade. O Hospital Israelita Albert Einstein também adotou soluções para aprimorar a segurança em diagnóstico e tratamento. Por meio do Sistema de Gestão Hospitalar Cerner Millennium, a instituição passará a administrar os dados de seus pacientes hospitalares e ambulatoriais, integrando informações e processos para eliminar erros e desperdícios. O novo sistema permite que todo o histórico clínico esteja corretamente armazenado e disponível à equipe médica e assistencial. O Einstein foi um dos pioneiros no Brasil no uso estratégico da Tecnologia de Informação (TI) para suporte da práticamédica. Prontuários eletrônicos já são adotados em todas as áreas, em diferentes graus, o que possibilita tomar decisões rápidas e assertivas. O registro das informações no sistema é feito desde a recepção até a alta, sem comprometer a privacidade de dados dos pacientes. O hospital também inaugurou no ano passado a sala cirúrgica híbrida 2.0, compossibilidade de atender diferentes especialidades médicas e fazer uso combinado de alta tecnologia de imageme equipamentos robóticos, o que incluiu técnicas minimamente invasivas com o máximo de precisão e alto nível de segurança nos procedimentos. “Queremos levar excelência em qualidade e segurança para todas as nossas atividades, e a tecnologia é uma grande aliada nesse desafio.” Afirma Claudio Lottenberg, diretor-presidente do Hospital Israelita Albert Einstein. “Isso inclui adequar o que há de melhor em processos e sistemas, seja nas unidades que atendem ao setor privado, seja nas que atendem ao público, como no caso do Hospital Municipal Moysés Deutsch (M’BoiMirim), administrado por nós” concluiu Lottenberg. OHCor também adotou emseu novo prédio salas híbridas, unindo centro cirúrgico e espaço para procedimentos de intervenção não cirúrgica com equipamentos de imagem de alta definição. O ambiente é desenhado para que os exames sejam usados antes,durante e depois das intervenções, proporcionando mais segurança e precisão em procedimentos complexos. Uma das salas é exclusiva para cardiologia e outra para procedimentos neurológicos, ortopédicos e de outras especialidades médicas, denominada Brain Suite e coordenada pela equipe do neurocirurgião Antonio De Salles. Outro destaque é o Gamma Knife, considerado o equipamento mais preciso no mundo para neurocirurgia por sua capacidade de fixar o paciente com uma espécie de guia na cabeça.



Inovação em exames e diagnósticos

Um inovador modelo de telemedicina, denominado Sistema de Diagnóstico e Monitoração Remoto – SDMR, desenvolvido por médicos e com tecnologia nacional, deve deixar menos onerosos e tornar mais ágeis exames e diagnósticos. São dois modelos de equipamentos, um fixo e um móvel, que permitem a realização de exames e diagnósticos sem a necessidade do deslocamento do paciente para um hospital, centro médico, unidade de saúde ou laboratório. Os resultados e as imagens são enviados a uma Central de Atendimento Médico, na qual os profissionais podem emitir diagnósticos e laudos, além de acompanhar a realização dos exames em tempo real, conduzindo os procedimentos. Outro diferencial é o fato do SMRD armazenar todos os dados dos pacientes, que podem ser acessados de qualquer lugar. O sistema possibilita a criação de um banco de dados inteligentes, comprontuários e dados de atendimento que podemser utilizados para o desenvolvimento de estatísticas e a elaboração mais assertiva de programas de prevenção e promoção da saúde. Tomas Lico Martins e Eduardo Machado, sócios do projeto, afirmam que o objetivo principal do SDMR é garantir diagnósticos de excelência em qualquer ponto do Brasil. Por isso, o foco são parcerias com prefeituras, para que o serviço seja gratuito. Atualmente, três máquinas já funcionam em regime experimental, e há parceiros de Central de Atendimento Médico, a exemplo do Hospital Universitário, da Universidade de São Paulo. Segundo Martins, existem ainda 150 equipamentos prontos para serem instalados. Outra evolução das análises clínicas é o centro de conveniência One Stop Shop, do Grupo Hermes Pardini. Ele concentra a oferta dos serviços de análises clínicas e imagem em um mesmo local, para o diagnóstico e tratamento, mas também para a prevenção. “Desta forma, os laboratórios estão claramente colocados como agente de medicina preventiva, para o diagnóstico precoce e triagem de doenças. É o que denominados como a ‘era’ da Medicina Diagnóstica e Preventiva”, explica Roberto Santoro, diretor-presidente do Grupo Hermes Pardini. Investimentos constantes em equipamentos e, principalmente, em treinamento dos técnicos, médicos e especialistas são marca do Grupo que, inicialmente atuava como prestador especializado em análises clínicas e, hoje, oferece um serviço integral, com exames de imagem, vacinas, exames cardiológicos, espirometria e consultas com nutricionista, entre outros.




Editorial

A Point Comunicação e Marketing idealiza e coordena comercialmente publicações setoriais especializadas de acordo com o foco do negócio.

  • Definimos o conceito e conteúdo editorial da publicação;
  • Concebemos o projeto a ser comercializado com especificações de vantagens e reciprocidades;
  • Coordenamos e acompanhamos o desenvolvimento editorial e;
  • Elaboramos as propostas comerciais, negociações e venda de patrocínio e anúncios.
É assim que a Point diferencia, personaliza e apresenta os produtos ou serviços de seus clientes.

A publicação Saúde é um projeto idealizado e comercializado pela Point objetivando valorizar o setor de saúde do país e incrementar os negócios no segmento.


Créditos

Projeto e comercialização: Point Comunicação e Marketing


Edição online e mídias sociais: Tássia Amorim


Redação e edição: KMZ Conteúdo


Layout e editoração: Manolo Pacheco

Contato