Caderno Saúde 2012

São Paulo, a capital da saúde

Números da área seguem o gigantismo da metrópole e paulistanos têm opções variadas para consultas médicas e exames periódicos, fundamentais ao bem-estar e à longevidade

Coadjuvante de peso

A alimentação também é importante para uma vida saudável. Entre os problemas acarretados pela má ingestão estão transtornos como bulimia, anorexia e obesidade. Em 2011, 545 homens e quase 4 mil mulheres foram internados em decorrência de excesso de peso, segundo dados do Ministério da Saúde. Em comparação com 2010, houve aumento de 18,2% nas hospitalizações de obesas.

“O Ministério da Saúde lista dez passos para uma alimentação saudável, entre eles fazer três refeições e dois lanches saudáveis por dia, comer pelo menos três porções de legumes e verduras e três porções de frutas e diminuir a quantidade de sal ingerido”, observa Kelly Salute Balieiro, nutricionista consultora do Femme - Laboratório da Mulher. Ela dá dicas valiosas, como a de montar um prato diversificado e acrescentar fibras à dieta. “Quanto mais cor no prato, mais vitaminas e minerais. Fibras retardam a digestão e aumentam a saciedade, além de arrastar parte da gordura ingerida para as fezes. Essas práticas ajudam a melhorar os níveis de gordura e funcionam como coadjuvantes no emagrecimento.”

O brasileiro valoriza a saúde, como mostra a Pesquisa Global sobre a Confiança e Intenções de Gasto do Consumidor 2011, da Nielsen, que verificou, além desses aspectos, as preocupações de mais de 28 mil consumidores com acesso à internet, em 56 países. No Brasil, em primeiro lugar no bloco das preocupações está o equilíbrio entre o profissional e o pessoal, com 18% das respostas, e em segundo, a saúde, com 11%.

É grande o número de pessoas que recorrem anualmente a consultórios, centros especializados e laboratórios de diagnósticos para a realização de consultas e exames preventivos. Dados de uma pesquisa do Ibope mostram que o percentual de consultas preventivas no país saltou de 32% em 2010 para 44% em 2011.

Entre as mulheres, há um cuidado extra, com o aparelho reprodutor. “Diferentemente de nossas mães e avós, que só procuravam um médico diante de algum sintoma, a mulher hoje criou uma rotina de visitas ao ginecologista. Ela está muito mais preocupada e atenta à saúde e ao bem-estar. E isso se estende à sua família: em geral, a mãe tende a levar a filha muito mais cedo para uma primeira consulta. O ideal é que isso ocorra no início da vida sexual da garota”, recomenda a ginecologista e obstetra Silvia Regina Porto.

A recomendação “Consulte um dentista regularmente” também está sendo levada mais a sério pelos brasileiros. É o que indica a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – Projeto SB Brasil 2010, realizada pelo Ministério da Saúde, que revelou melhora na atenção à saúde bucal em todas as regiões do Brasil, com exceção da Norte. O estudo, realizado em 177 municípios com 38 mil pessoas, apontou redução de 26% de cárie nas crianças de até 12 anos desde 2003. Além disso, cresceu de 31% para 44% o número de crianças de 12 anos que nunca tiveram cárie na vida, o que significa que 1,4 milhão delas não têm nenhum dente cariado atualmente — 30% mais que em 2003. Na faixa dos 15 aos 19 anos, a queda de CPO (sigla para dentes cariados, perdidos e obturados) foi ainda maior, passando de 6,1, em 2003, para 4,2 em 2010, o que representa 18 milhões de dentes que deixaram de ser atacados pela cárie. Entre os adolescentes, 87% não tiveram perda dentária, e houve queda de 50% na necessidade de prótese parcial (substituição de um ou alguns dentes).

De acordo com o dentista Sergio Luiz de Carvalho Luz, diretor da clínica Siodont – Serviços Integrados em Odontologia, a preocupação crescente com a saúde bucal está relacionada à maior oferta de programas públicos e privados de saúde oral e ao aumento no número de convênios, que tornaram os tratamentos mais acessíveis. “Essas iniciativas colaboram para melhorar os resultados, porém a prevenção sempre será a maior aliada. Nos países mais avançados, as restaurações estão cada vez mais raras; os atendimentos concentram- se em estética, ortodontia e prevenção”, afirma.

Cidade é protagonista na saúde dos brasileiros

Com 209 hospitais (incluindo redes pública e privada), 34.715 leitos e um coeficiente de 3,08 leitos para cada mil habitantes, São Paulo é uma gigante da saúde nacional. A cidade e outros municípios do entorno reúnem um número expressivo de unidades para atendimentos às necessidades da população e promoção do bem‑estar. Até mesmo em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS), a capital paulista figurou entre as dez melhores no atendimento ao público. A larga oferta vem acompanhada de qualidade: na Região Metropolitana estão concentrados centros de excelência em diversas áreas. Não à toa, atrai milhares de pacientes do interior, de outros Estados e de outros países: São Paulo está se tornando um polo de turismo médico. Dos pouco mais de 30 mil estrangeiros que vêm anualmente ao Brasil para tratamentos ou cirurgias, quase metade tem a cidade como destino. De acordo com a São Paulo Turismo, mais de 3% dos hóspedes dos hotéis paulistanos vieram à capital por motivos de saúde.

Estresse afeta milhões no país

Os brasileiros já ocupam o segundo lugar no ranking dos mais estressados do mundo, atrás apenas dos japoneses. Segundo pesquisas da International Stress Management Association (ISMA), 70% da população economicamente ativa do país sofre de males diretamente ligados ao estresse, sendo as mulheres as mais atingidas.

O mal é uma resposta do organismo a situações de cansaço excessivo ou pressão exagerada, caracterizado por sintomas como ansiedade, baixa imunidade, insônia e excesso ou falta de apetite, entre outros. “O processo de estresse envolve três fatores preponderantes: a capacidade de pensar nos seus próprios medos e transformá‑los em uma situação desgastante; o excesso de informações, muitas vezes incompatível com a capacidade de assimilação da mente; e a falta de pausas no dia a dia. Tudo isso tende a causar um desgaste muito grande do organismo. Aprender a controlar essa tensão é mais do que necessário para uma vida sadia e tranquila”, explica Roberto Cardoso, doutor em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Programa de Medicina Comportamental do Femme - Laboratório da Mulher.

O médico, que também é autor do livro Medicina e Meditação, relaciona pequenos hábitos que contribuem para diminuir a carga diária de estresse. Entre eles estão dormir e comer melhor, se exercitar mais, gerenciar melhor a vida, ter mais lazer, fazer mais pausas durante o dia, além de intervenções comportamentais como terapia, meditação, relaxamento e técnicas de respiração.

O Núcleo de Medicina e Práticas Integrativas (Numepi), da (Unifesp), e o Femme - Laboratório da Mulher são algumas das instituições que oferecem programas destinados à prevenção e ao tratamento do estresse. Mas pode‑se recorrer ainda aos chamados tratamentos alternativos, que envolvem massagens, acupuntura e meditação, entre outras técnicas que visam ao relaxamento.

SERVIÇOS

Especialização é marca no atendimento

Centros médicos e hospitais se destacam pela atuação em áreas específicas da saúde

Alguns hospitais paulistanos conhecidos pela excelência em determinadas especialidades agregam mão de obra qualificada, processos inovadores e equipamentos de última geração para salvar vidas e facilitar o tratamento dos pacientes. É o caso do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – Icesp que, no ano passado, conquistou o título de Melhor Hospital do Estado na Pesquisa de Satisfação dos Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), da qual participaram mais de 204 mil pessoas. Pilar Estevez Diz, coordenadora da Oncologia Clínica da entidade, diz que em 2011 o número de leitos, assim como a radioterapia, foi significativamente ampliado, tanto para internação quanto nas UTIs e salas cirúrgicas. “A expansão resultou em mais agilidade no atendimento e na diminuição do tempo de internação e permanência na unidade de atendimento de intercorrências”, afirma.

O Icesp adotou ainda processo de Certificação de Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde, o que permite eliminar o uso de prontuário em papel. Isso significa reduzir drasticamente o volume de impressões, com ganhos econômicos, otimização do espaço físico e agilidade no atendimento. Além disso, o nível de segurança resultante do prontuário eletrônico e da certificação digital de toda a equipe de assistência garante que, em todos os processos, a conduta seja uniforme, em linha com as melhores práticas da medicina. A instituição atende anualmente cerca de 15 mil novos casos de câncer.

Reconhecido internacionalmente como centro de excelência no diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas, o Hospital do Coração – HCor também dedica‑se a outras especialidades e inovou em 2011 ao lançar o Centro de Obesidade, que oferece exames diagnósticos, orientação nutricional, programas de reabilitação e procedimentos cirúrgicos; o Centro de Medicina Reprodutiva, para identificar e tratar os problemas que acarretam infertilidade masculina e feminina; e o Spine Center, centro de excelência em diagnóstico e tratamento das doenças da coluna. “Houve ainda a reforma e expansão da UTI Cardiopediátrica, para um atendimento humanizado de neonatos, lactentes, crianças e adolescentes internados para tratamento clínico e cirúrgico de cardiopatias congênitas”, afirma o gerente de Marketing do HCor, Fernando Rocha.

Já o Hospital de Transplantes Dr. Euryclides de Jesus Zerbini é o primeiro centro público de saúde especializado em transplantes de órgãos e tecidos no Brasil. Conta com 153 leitos, sendo 21 de UTI, nove salas cirúrgicas e um laboratório de anatomia patológica para análises de biópsias. Seu corpo clínico é composto por 380 especialistas e 450 profissionais de enfermagem. Com essa infraestrutura, o hospital tem capacidade para realizar mais de 600 transplantes e é referência nacional em neurocirurgia e microcirurgia vascular, com destaque para a utilização de métodos minimamente invasivos nos tratamentos de Mal de Parkinson e epilepsia. É também o maior centro nacional de hemofilia, com 500 pacientes cadastrados.

Ao lado do hospital está localizado o Centro de Referência da Saúde do Homem, planejado para unir consultórios médicos, salas para exames e ambientes destinados à realização de procedimentos ambulatoriais, além do hospital-dia. Mensalmente, são realizados no local 3,1 mil consultas ambulatoriais e 310 procedimentos cirúrgicos.

Investimentos focam infraestrutura e pessoas

O Hospital Santa Paula é outro que investe em especialização. Em junho de 2011, deu início às obras de seu Centro Oncológico, que exigirá investimentos de R$ 20 milhões e deve ficar pronto no segundo semestre deste ano, quadruplicando o número de pacientes em oncologia, hoje em 220 pessoas/mês. A nova unidade será composta de cirurgia oncológica e oncologia clínica, com quimioterapia e radioterapia, e contará com equipamento para exames de medicina nuclear e o Gamma Knife, único no Brasil, que oferece alta tecnologia para execução de radiocirurgias.

George Schahin, diretor‑presidente do hospital, enfatiza que, na busca por excelência no atendimento ao paciente oncológico, não adianta só prédio e equipamentos. “Precisamos de pessoas e, por isso, fizemos uma parceria com o centro oncológico do Sírio Libanês. São de lá os médicos que atuam na área de oncologia do Santa Paula e atenderão na nova unidade”, afirma. Outro diferencial destacado por ele é o cuidado global com os pacientes e a atenção aos seus familiares. “Entendemos que quando alguém tem uma patologia oncológica, a família inteira fica doente. Teremos um andar que chamamos de acolhimento, com psico-oncologia, Investimentos focam infraestrutura e pessoas Centros médicos e hospitais se destacam pela atuação em áreas específicas da saúde Especialização é marca no atendimento nutrologia e a parte de estética, com confecção de perucas e um atendimento voluntário diferenciado, realizado por survivers – pessoas que já passaram por tratamento, estão bem e vão conversar com quem está fragilizado emocionalmente”, diz.

Outra novidade de 2012 é a primeira unidade do Alta Excelência Diagnóstica, com equipe médica de renome internacional e qualificada nas principais especialidades da medicina diagnóstica. Além de diagnóstico por imagem, oferece mais de 3 mil tipos de exames de análises clínicas com a precisão de equipamentos de última geração, medicina personalizada, genética e biologia molecular. A primeira unidade já está em funcionamento nos Jardins e, ainda este ano, serão inauguradas mais duas, no Parque do Ibirapuera e em Alphaville.

PROCURA

Qualidade atrai estrangeiros

Número crescente de pacientes internacionais motiva adaptações para melhor atendê-los

É relevante o número de estrangeiros e moradores de outras cidades brasileiras que buscam a excelência médica dos hospitais da capital, cada vez mais preparados para atender a esse público.

O Santa Paula, por exemplo, recebeu 127.560 pacientes em 2011, dos quais 6.550 não residiam em São Paulo. Já o Hospital Alemão Oswaldo Cruz contabilizou 3.900 atendimentos a estrangeiros no ano passado, principalmente portugueses, alemães, italianos, japoneses, bolivianos e espanhóis. Segundo Fernanda Frasson, supervisora de Relações com o Mercado da entidade, são pacientes que buscam especialidades médicas como ortopedia, cardiologia, gastroenterologia e atendimentos de emergência. “O hospital conta com área de Relações Internacionais, que cuida de todo o trâmite do paciente, da vinda, com atendimento personalizado e auxílio em questões relacionadas à família, ao período posterior à alta, providenciando toda a documentação necessária para apresentar ao seguro de saúde”.

Com crescimento de 10% no volume de pacientes internacionais atendidos entre 2010 e 2011, o Hospital do Coração – HCor espera elevação de 15% este ano. “O movimento de pacientes de outros estados também é significativo, especialmente da Região Nordeste”, afirma o gerente de Marketing do HCor, Fernando Rocha. A maior demanda é por tratamentos de cardiologia, mas, há um movimento importante de pacientes que procuram medicina diagnóstica, check-ups vinculados a tratamentos em outras especialidades e cirurgia plástica. Segundo Rocha, o HCor dispõe de Coordenação de Relacionamento dedicada ao atendimento de pacientes internacionais e mantém o NUPI – Núcleo de Pacientes Internacionais, com colaboradores de toda a instituição que falam outros idiomas para o adequado atendimento do paciente em todas as áreas.

CUIDADOS

Desde 2007, o Hospital Sírio Libanês já investiu cerca de R$ 1,5 milhão para capacitar seus colaboradores em outros idiomas e intensificar a sinalização interna, de forma que estrangeiros possam se localizar com mais facilidade. André Alexandre Osmo, superintendente Comercial e de Marketing e diretor-executivo do Centro de Oncologia da instituição, diz que são mantidos profissionais trilíngues, com conhecimento em espanhol, inglês e português, e que o Call Center está habilitado para a comunicação nos idiomas italiano, francês e chinês. Com esses aprimoramentos, o atendimento a estrangeiros amplia‑se gradualmente. “Até 2007, correspondia a 0,5% da receita do hospital e, em 2011, significou 2% do total”, revela Osmo, acrescentando que em 2007 foram atendidos 836 pacientes de outros países e, no ano passado, 3.152. O hospital oferece auxílio para o agendamento de viagens e hospedagem, entre outras formas de aumentar a conveniência dos estrangeiros em sua estada no país.

Preocupação com o bem‑estar também é demonstrada no Einstein, que mantém departamento específico para apoiar pacientes internacionais e ampliou sua equipe para atender à demanda de estrangeiros, que cresce anualmente cerca de 23%.

Já o Hospital Samaritano de São Paulo realiza atendimentos em inglês, espanhol e francês e possui equipe de concierge preparada para auxiliar estrangeiros sobre documentação, na indicação de hotéis parceiros e casas de câmbio, em trâmites e providências com consulados e embaixadas, entre outros. A gerente Comercial do Samaritano, Andreia Bera Damazio, diz que pessoas de outros países correspondem a 2% do total de passagens em internação. “Estamos ampliando o número de colaboradores com atividades exclusivamente direcionadas ao atendimento do paciente internacional, além de estreitarmos nossas relações e firmarmos parcerias com os mercados de regiões de nosso interesse: América Latina e África.”

EXCELÊNCIA

Sede dos maiores e melhores

São Paulo reúne os principais hospitais brasileiros e é uma referência mundial no setor

Bons profissionais, tecnologia e conhecimento são fatores que, aliados à gestão de qualidade, têm feito os hospitais paulistanos se destacarem no atendimento. Referência no mercado latino‑americano, a capital está equipada com instituições de excelência, que oferecem os mais modernos tratamentos nas diversas especialidades. São mais de 100 hospitais e quase 10 mil clínicas na capital paulista.

Hospitais conceituados costumam atrair o interesse dos melhores médicos, que, com seu trabalho, agregam recursos que permitem o investimento em tecnologia e infraestrutura. Assim é formado o círculo virtuoso de desenvolvimento do setor. Outro aspecto fundamental é a habilidade na administração das instituições. “Só atingem a excelência os hospitais que têm gestão diferenciada das atividades, das informações e dos custos. O bom gerenciamento é um requisito muito importante para a melhoria de desempenho”, explica Maria Carolina Moreno, da equipe técnica da Organização Nacional de Acreditação (ONA), entidade que realiza avaliação e certificação de qualidade dos serviços de saúde.

Vários critérios podem ser usados para classificar as instituições de referência. O Sistema Brasileiro de Acreditação ressalta a segurança, seja nos aspectos estruturais, seja na assistência aos pacientes, como item essencial às organizações que desejam certificar seus serviços. “O enfoque educativo da acreditação contribui para a solidificação da qualidade dos serviços e como uma estratégia privilegiada para a disseminação de tecnologias de gestão modernas”, ressalta Luiz Plínio Moraes de Toledo, presidente da ONA. O número de organizações certificadas pela entidade é crescente: “O Sudeste é a região que concentra o maior número de serviços de saúde e também a maior parcela de organizações acreditadas, mais especificamente o Estado de São Paulo (49,8%), seguido por Minas Gerais (19,1%)”.

CRITÉRIOS

Instalações, número de profissionais e nível de complexidade dos atendimentos são outros fatores considerados na análise da excelência no setor. Em 2011, a AméricaEconomía Intelligence, área de investigação e inteligência da revista AméricaEconomía, elaborou pela terceira vez o ranking dos melhores hospitais da América Latina. Com índice de qualidade de 94,05, também pela terceira vez, o Hospital Israelita Albert Einstein ficou no topo da lista. O levantamento considera aspectos como número de médicos e enfermeiras, segurança, gestão do conhecimento, capacidade e prestígio. O destaque do Einstein pode ser constatado em seu pioneirismo: já na década de 1970, possuía os dois primeiros equipamentos de ressonância magnética da América Latina. No final de 2011, inaugurou o centro de cirurgia robótica, modalidade minimamente invasiva que beneficia pacientes com diminuição da dor e rapidez na recuperação. A instituição é acreditada por Joint Commission International, College of American Pathologists, American College of Radiology e American Association of Blood Banks.

Ainda entre as 45 melhores organizações do estudo da AméricaEconomía se destacaram Samaritano (6º), Oswaldo Cruz (7º), Bandeirantes (28º) e Edmundo Vasconcelos (36º). O único brasileiro da lista não localizado na capital paulista foi o gaúcho Moinhos de Vento.

Desde 2004, o Samaritano possui a acreditação da Joint Commission International, obedecendo a protocolos internacionais de atendimento, qualidade e segurança. Com a inauguração de novo prédio, em abril de 2011, a instituição aumentou sua capacidade de realização de cirurgias com mais dez salas de centro cirúrgico capacitadas para alta complexidade.

Atento às novas tecnologias, o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos criou em fevereiro o serviço de Medicina Nuclear, com capacidade para realizar em média 400 exames mensais, variando de acordo com o tipo de análise. O hospital investiu em torno de R$ 2,5 milhões na estrutura física de sua nova ala, em tecnologia de ponta para a instalação do setor e em treinamento de pessoal. O hospital também conta com facilidades via internet, como televisita aos pacientes (por meio de vídeo, áudio ou chat) habilitada em todos os quartos e agendamento de consulta pela rede social Facebook.

Ensino e pesquisa

As atividades acadêmicas dão suporte à qualidade dos serviços. Além de reunir profissionais gabaritados, formam especialistas que podem contar com estruturas de ponta no setor de saúde. Não é à toa que o Einstein também é destaque em outro ranking, realizado por grupo de pesquisa vinculado ao Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha, o Webometrics Ranking of World Hospitals. Ele considera os trabalhos acadêmicos publicados na internet por cerca de 17 mil instituições de saúde no mundo, e o hospital figura na terceira colocação entre os da América Latina.

Os hospitais públicos se sobressaem nesse aspecto: Clínicas (4º), Hospital do Câncer A. C. Camargo (8ª) e Instituto do Coração (9º) também estão entre os dez primeiros. O secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, diz que, além de assistência médica e multiprofissional de qualidade, as instituições são centros formadores de recursos humanos e polos de pesquisa e produção científica: “A pesquisa é fundamental para ampliar a base de conhecimento científico e auxiliar na introdução de novas terapias aos pacientes. E, nesse sentido, São Paulo se destaca pelo número de instituições”. Na área de oncologia, por exemplo, o Instituto do Câncer, maior centro especializado do setor na América Latina, ganhou em janeiro deste ano um moderno centro público de pesquisa clínica. “É um superlaboratório que permite multiplicar por quatro o número de pesquisas de novos medicamentos e estratégias de tratamentos contra o câncer”, salienta Cerri.

Algumas das melhores faculdades de Medicina do país estão sediadas no Estado, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na Universidade de São Paulo (USP). Tanta excelência em educação acaba refletindo nas instituições de atendimento e também do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Cerri, a tradição desses hospitais atrai e forma médicos capacitados para reproduzir o modelo de excelência em outras localidades do país e até mesmo do exterior: “São Paulo possui alguns dos principais serviços de referência em atendimento em saúde pelo SUS do Brasil”.

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