Considerado o "Oscar da construção civil", o Prêmio Anamaco, promovido pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), completou 30 anos em 2021, sem interrupção nas três décadas, reconhecendo e homenageando as empresas e os profissionais do setor de materiais de construção. A ação está alinhada aos objetivos da Anamaco, que tem como missão compartilhar e contribuir para a valorização da atividade das empresas do comércio de material de construção em todo o Brasil, desde sua fundação, em 1984. Além disso, a Associação funciona como interface entre os órgãos governamentais e as 38 Associações dos Comerciantes de Material de Construção (Acomacs) e três Federações das Associações dos Comerciantes de Material de Construção (Fecomacs), demais entidades, fabricantes e comerciantes de material de construção.

Cerimônia

Em 2021, o Prêmio Anamaco foi realizado no dia 15 de setembro, em formato híbrido, com presença física no Expo São Paulo e transmissão ao vivo, no canal no Youtube da Anamaco, e ampla participação virtual (o evento completo pode ser conferido em https://www.youtube.com/watch?v=RlpUKJLcBos). Para garantir a segurança e a saúde dos presentes, foi exigido que os participantes declarassem ter tomado ao menos a primeira dose de vacina contra os efeitos da Covid-19. Além disso, todos tiveram a temperatura aferida no início da cerimônia, que respeitou as normas de distanciamento social recomendadas pelas autoridades competentes. Outro destaque foi a preocupação com a acessibilidade, com a transmissão em Linguagem Língua Brasileira de Sinais (Libras), para que pessoas com deficiência auditiva pudessem acompanhar a premiação.
O evento teve início com a apresentação da Orquestra Ouro Preto, que tocou a música Dobrado Dois Corações e a peça Mourão, do compositor brasileiro Guerra-Peixe, sob a regência do Maestro Rodrigo Toffolo. Após, foi exibido um vídeo destacando os grandes números e a contribuição para a economia do Brasil do setor de varejo de materiais de construção civil, um dos poucos que apresentou crescimento em 2020, ano impactado pelas restrições de vigilância sanitária impostas pela pandemia da Covid-19, com faturamento de mais R$ 150 bilhões. Sozinho, o setor gera mais de 1 milhão e 100 mil empregos diretos e mais de 1 milhão indiretos, garantindo o sustento de 2 milhões de famílias. Ao todo, segundo a apresentação, são mais de 131 mil lojas espalhadas pelo Brasil, das quais 67% de pequenos comerciantes, atendendo a todos os municípios do território nacional – uma demonstração de como a atividade é, reconhecidamente, essencial para o desenvolvimento econômico nacional e a garantia do bem-estar dos cidadãos. Waldir Abreu, economista e superintendente da Anamaco, reforça que, após o isolamento social ter escancarado a relevância do setor, muitos varejistas – cientes da maior consciência dos cidadãos sobre a importância da construção ou de reformas constantes para manter o lar, que é um patrimônio, valorizado e em condições dignas da família habitar – inauguraram lojas novas, em todo o Brasil, bem como investiram no atendimento, canais digitais e tecnologias. “Precisamos manter essa consciência, incentivando as pessoas a investirem em reformas e construção de suas casas, bem como contribuindo, como associação, com políticas habitacionais”, diz Abreu, acrescentando que esse movimento é extremamente positivo para a indústria, o varejo, o consumidor final e, consequentemente, a economia nacional.

Pronunciamentos

O presidente do Conselho da Anamaco, Geraldo Defalco, abriu oficialmente a cerimônia, com um pronunciamento no qual destacou a honra e a responsabilidade de estar à frente de uma entidade representativa e reconhecida no cenário nacional como a Anamaco. Defalco abordou ainda o fato de, no início da pandemia, em 2020, o segmento não ser oficialmente considerado como essencial para a sociedade e o fato de a Anamaco, em parceria com outras entidades, ter alcançado o título após tratativas governamentais. Assim, segundo o presidente, com grande alegria foi possível manter CNPJs e empregos ativos, evitando que ao menos 30% de todas as lojas do segmento no Brasil fechassem as portas de vez. Waldir Abreu ressalta, nesse contexto, que a essencialidade do segmento é relevante, pois “não há possibilidade de haver cidadania se o brasileiro não tiver habitação e, mais que isso, uma habitação digna”.
Já marcando a gestão do Conselho da Anamaco, foram entregues placas comemorativas aos respectivos profissionais da Associação. Os presidentes das Acomacs e Fecomacs foram convidados ainda a tirar uma foto com Defalco, de forma a valorizar suas contribuições.

Criado em 1991, o Prêmio Anamaco tinha como referência pesquisa realizada pela Gallup, substituída pelo Ibope e, atualmente, baseada nos resultados de estudos conduzidos pelo Instituto de Pesquisas Anamaco – que tem como principais objetivos conhecer o perfil das lojas varejistas de material de construção e monitorar as categorias avaliadas junto aos varejistas de material de construção, sendo elas a presença das categorias e dos fabricantes e a avaliação dos fabricantes. Assim, a pesquisa Anamaco no varejo de material de construção é uma relevante ferramenta para o desenvolvimento de ações estratégicas e para otimização de resultados a partir de informações atualizadas de marcas com vistas à promoção da melhoria da gestão de marketing, trade marketing, propaganda, vendas, assistência técnica, inteligência competitiva, logística e demais departamentos ligados à comercialização de produtos do segmento.
Com base na pesquisa – realizada em âmbito nacional, com 1.651 entrevistas, margem de erro de 2,4 pontos percentuais (considerando um índice de confiança de 95%), target de lojas varejistas de materiais de construção e critérios como qualidade, preço, atendimento ao ponto de venda, orientação técnica, logística e avaliação geral – foram definidos menções honrosas e os premiados da edição do Prêmio Anamaco 2021.

As premiações dos segundo e terceiros lugares, bem como das menções honrosas, podem ser conferidas na Revista Anamaco, disponível em: http://www.revistaanamaco.com.br/ed-premio21. O prêmio reconhece ainda, com a Pá Dourada, o Operário Número 1 da Construção, concedido em 2021 ao Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Destacaram-se ainda homenagens, como a Personalidade do Comércio, concedida a Paulo Roberto dos Santos Machado, presidente da Federação Brasileira de Redes Associativas de Materiais de Construção (Febramat); e a Personalidade da Indústria, categoria em que foi eleito o CEO da Gerdau, Marcos Eduardo Faraco Wahrhaftig.

Panorama

Otimismo em alta

Setor aponta crescimento e em vendas e estabilidade

A percepção dos varejistas de materiais de construção no Brasil com relação às vendas nos três meses encerrados em julho último é mais otimista na comparação com o mês anterior. A representação dos respondentes que apontaram alta de vendas passou de 26%, em junho, para 35%, em julho. Os dados constam da pesquisa mais recente disponibilizada pelo Instituto de Pesquisa Anamaco, que periodicamente entrevista cerca de 600 players do varejo de material de construção, a fim de monitorar a variação de vendas do setor.

Startups e fintechs estimulam o setor

Em julho último a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) apresentou, aos seus revendedores associados, o Anamaco Bank, banco digital que pretende oferecer desde a abertura de contas para lojistas e funcionários até o acesso, no futuro, a linhas de crédito.
O diferencial é a oferta de um processo similar ao de outras instituições financeiras, mas com condições especiais em taxas e tarifas para empréstimos e investimentos. Como exemplo, revendedores que abrirem conta no Anamaco Bank ficam isentos da taxa de manutenção da conta, desde que façam a folha de pagamento de seus funcionários pela nova fintech.
As Associações dos Comerciantes de Material de Construção (Acomacs), localizadas em diversas regiões do país, funcionarão como agências bancárias. Saques em dinheiro podem ser feitos em caixas eletrônicos 24h e, logo em breve, nas lojas de material de construção de clientes do banco. Para saber mais, acesse www.anamacobank.com.br.
Considerando apenas os resultados relativos às vendas correntes em julho, a melhora na avaliação dos varejistas passou de 33% para 38% na comparação com o mês anterior, segundo a mesma pesquisa. O indicador, entretanto, era de 56% há um ano, momento marcado por regras mais rígidas de isolamento social, em contraste com os atuais fatores de avanço da vacinação e flexibilização progressiva das restrições causadas pela pandemia da Covid-19.
“O setor foi favorecido com o ‘fique em casa’, pois as pessoas começaram a investir mais em suas residências, inclusive fazendo adaptações para o home office, o que ampliou as reformas”, relembra Nathan Bampi, Diretor de Operações da PADO, uma das principais fabricantes de cadeados de latão e fechaduras no Brasil. Mais recentemente, a empresa vem inovando no desenvolvimento de tecnologia própria para as fechaduras eletrônicas.

Desafios e expectativas

Nos últimos meses, o Banco Central ressaltou, em ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que as diversas fontes de pressão sobre os preços não estão permitindo que a inflação convirja para o centro da meta de 2021, fixada em 3,75%. Além disso, no acumulado do ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve se situar acima do teto do intervalo de tolerância (5,25%), passando de 7%, de acordo com estimativas apresentadas no mais recente Boletim Focus. A consequência desse cenário para o varejo de materiais decorre da redução do poder de compra das famílias e da alta dos juros – que tende a piorar as condições de crédito.
Apesar disso, o avanço da campanha de vacinação contra o Coronavírus em todas as regiões do Brasil e a sazonalidade positiva típica do segundo semestre sustentam as expectativas de crescimento ou ao menos reforçam o sentimento de estabilidade para os meses à frente. "A PADO continuará otimista com os próximos meses em relação aos negócios", revela Bampi.
Vinicius Miranda de Castro, Diretor de Desenvolvimento de Negócios com Clientes – Brasil, da Tigre, divide a mesma opinião: “Nossa perspectiva para 2021 é de continuarmos crescendo de forma acelerada no setor de materiais de construção”, afirma. “Contamos para isso com uma história de oito décadas, construída com base numa relação de confiança, na valorização das pessoas e na entrega de produtos e serviços inovadores e de qualidade”, conclui.

O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Geraldo Defalco, aborda, a seguir, expectativas do setor e a contribuição do Prêmio Anamaco.



Qual a sua avaliação sobre o setor e quais as expectativas?
O setor de varejo de material de construção está vivendo um momento positivo e recuperando mercado. No último ano, crescemos em média 30%. No entanto, já se nota um movimento de estabilização. O fato ocorreu mesmo com a alta dos preços. Como diferencial, considero que a pandemia e a essencialidade decretada para o setor ajudaram a concentrar a renda em atividades econômicas autorizadas a abrirem os seus comércios. O setor veio ainda em uma crescente no primeiro semestre de 2021, mas já mostra sinais de redução do crescimento. A expectativa é que continue crescendo, porém com uma taxa menor e mais constante, sem grandes variações, como ocorreu até agora. A economia dá sinais de melhora; então, acreditamos e temos de ser otimistas em relação ao médio prazo.

Qual a relevância do Prêmio Anamaco e de que forma ele incentiva a melhoria de desempenho das empresas?
O Prêmio Anamaco, considerado o ‘Oscar da Construção’, é um evento tradicional para o setor, e já são 30 anos de história, em que o trabalho da pesquisa, muito bem-organizado, fiel, profissional e realizado pela experiente consultora Katia Ratnieks (Instituto de Pesquisas Anamaco) apresenta uma visão de posicionamento de mercado para cada fornecedor e também baliza decisões importantes. Quanto ao reconhecimento do trabalho dessas empresas, notamos que é bastante motivador, desafiador e, ao mesmo tempo, destaca em nível nacional a marca e seus dirigentes e seus produtos.

Educação e estímulo à qualificação

A Anamaco integra o Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação (CTECH), responsável por acompanhar a implementação do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). Segundo Waldir Abreu, superintendente da Anamaco, o papel da Associação é o de zelar pelos 26 programas setoriais de qualidade ativos no âmbito do PBQ-H, que visam avaliar e atestar, segundo a norma brasileira, processos de fabricação e da qualidade final de sistemas e produtos. A Anamaco, nesse momento, representa o consumidor, que pode buscar no site do Ministério do Desenvolvimento Regional as empresas que participam desses programas de qualidade. O objetivo, assim, é comunicar de forma ampla que os programas têm que ser observados para que o varejo comercialize produtos de qualidade e dentro da norma. “É no ponto de venda que o consumidor tem ajuda e orientação sobre o que comprar. O desafio é educar o consumidor para que ele saiba que esses programas existem com foco em garantir a segurança e a qualidade dos produtos e, consequentemente, das habitações”.