De acordo com o relatório “Education at a Glance 2021”, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil foi um dos países que por mais tempo permaneceu com escolas totalmente fechadas em 2020 – cerca de 178 dias, sem contar 2021, quando o país ainda conta com instituições em que as aulas presenciais não retornaram. Ainda, entre as que retomaram as atividades presenciais, muitas estão atuando em regime escalonado. Para comparação, na média global da OCDE, as instituições de Educação Infantil ficaram 55 dias fechadas. As de anos iniciais do Ensino Fundamental permaneceram 78 dias e, as de anos finais, 92.
O país também compõe, de acordo com o mesmo estudo, a minoria de nações que não destinaram recursos extras para nenhum segmento do sistema de ensino durante a crise sanitária. Em 2018, antes da pandemia, o gasto público total com educação no Brasil representava 4% do Produto Interno Bruto (PIB), percentual que não foi alterado desde então.
A OCDE analisou o investimento em educação de 35 nações que integram a organização e de outros oito países parceiros, como o Brasil. Desse universo, dois a cada três registraram aumento no investimento após o começo da pandemia; cerca de 37% contrataram mais professores que lecionam para os anos iniciais do Ensino Fundamental e 30% aumentaram o número de professores nos anos finais.
Realizada pelo Instituto Datafolha, a pedido da Fundação Lemann e do Instituto Natura, a pesquisa “Onde e como estão as crianças e adolescentes enquanto as escolas estão fechadas?” ouviu, entre 16 de junho e 7 de julho de 2021, 1.315 responsáveis por mais de 2.100 crianças e adolescentes, com idades entre 4 e 18 anos, matriculados na rede pública ou fora da escola, de todo o Brasil. A constatação foi de que 94% das crianças ou adolescentes tiveram alguma mudança de comportamento durante a pandemia: 44% se sentiram tristes; 38% ficaram com mais medo; e 34% perderam o interesse pela escola.
“Os transtornos de ordem emocional foram agravados pelo afastamento social compulsório, que no caso das escolas, subverteu a rotina e impossibilitou a manutenção dos enquadres convencionais”, analisa o professor Pedro Flexa Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Educação (ABE).
O estudo do Datafolha também observou que crianças e adolescentes de famílias com menor renda sofreram mais os efeitos da pandemia em seus comportamentos: 51% das crianças e jovens com renda familiar até 2 salários-mínimos passaram a dormir mais, 48% ficaram mais agitados, 46% ficaram mais tristes, e 35% perderam o interesse pela escola. “A pandemia veio assolar de forma cruel justamente a parcela mais desfavorecida da população: os milhões de brasileiros que, dentro ou fora dos centros urbanos, não têm acesso a saneamento, sistema de saúde e educacional de qualidade. A Covid-19 veio tornar ainda mais profunda a chaga da desigualdade”, complementa Flexa Ribeiro. O professor considera que, “após tão longo tempo de ensino remoto, será preciosa a retomada das atividades presenciais”, lembrando que o movimento coincide com a reforma curricular do Ensino Médio, atualização necessária para uma época de tantas inovações e mudanças, “indispensável para que as escolas possam inovar e proporcionar uma escolaridade adequada e eficaz para as próximas gerações, preparando-as para os tempos em que suas vidas irão se desenrolar”, conclui.
Hoje, 15 de outubro, a Associação Brasileira de Educação (ABE) completa 97 anos de existência. Para marcar a passagem dessa data, a entidade promoverá, no dia 27, um evento virtual com a entrega da Medalha Alice Flexa Ribeiro, comenda criada com o objetivo de homenagear, a cada dois anos, mulheres que tenham se destacado no campo educacional. Neste ano, serão homenageadas as professoras Maria Helena Guimarães Castro, Nilma Fontanive e Dina Frutuoso. O evento contará com a participação dos presidentes das Academias de Educação do país, entre outras autoridades. Mais informações estão disponíveis no website da entidade: www.abe1924.org.br.
Apesar dos enormes desafios, há quem se mantenha firme na busca por avanços significativos. Fundada em 2006, a Todos Pela Educação é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, não governamental e sem filiação partidária, financiada exclusivamente por recursos privados – sem qualquer tipo de verba pública, o que garante a autonomia necessária para transformar a Educação Básica no Brasil.
A entidade promove e reivindica políticas públicas educacionais por meio de uma série de ações, orientadas por cinco metas que foram propostas na fundação da organização: toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado ao seu ano; todo jovem com Ensino Médio concluído até os 19 anos; e investimento em educação ampliado e bem gerido. Entre as iniciativas adotadas para apoiar o alcance dessas metas, destacam-se o Painel Educação Já Municípios, plataforma on-line de apoio aos poderes executivos, que organiza dados educacionais de todas as cidades brasileiras e que pode ser utilizada pela sociedade civil para monitorar a Educação Básica local; e os documentos técnicos com recomendações de políticas públicas para os mandatos municipais 2021-2024, além de orientações para o retorno seguro às aulas presenciais e aprendizagem para todos os alunos.
O sistema educacional brasileiro apresentou avanços significativos nas últimas três décadas, apesar de ainda enfrentar desafios. A conclusão consta do relatório “A Educação no Brasil: uma Perspectiva Internacional”, publicação inédita da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), elaborada com apoio técnico da Todos Pela Educação e divulgada em junho deste ano.
O estudo reconhece contribuições positivas da introdução de um mecanismo de financiamento redistributivo – com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) –, da estruturação de um sistema de avaliação nacional de aprendizagem (Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb) e da construção do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Mais recentemente, também se destacam a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Novo Ensino Médio e a sua indução para expansão da Educação Profissional e Tecnológica, bem como o Novo Fundeb.
O relatório da OCDE aponta ainda que, entre 2001 e 2018, as taxas de conclusão do Ensino Fundamental melhoraram, de 90% para 95%, nos anos iniciais e, de 67% para 86%, nos anos finais. No Ensino Médio, a taxa, na mesma comparação, passou de 22% para 67% – avanço significativo, mas ainda preocupante, tendo em vista que a escolha entre estudar e trabalhar é ainda mais frequente entre os jovens nessa etapa de desenvolvimento.
De acordo com a OCDE, os percentuais de homens e mulheres, entre 25 e 34 anos, sem formação média ou superior no Brasil em 2018 foram de, respectivamente, 37% e 28%, números acima da média global (17% para homens e 13% para mulheres). Dados mais atuais do Instituto Datafolha, divulgados em janeiro de 2021, complementam que 4 milhões de estudantes entre 6 e 34 anos abandonaram os estudos em 2020, uma taxa de 8,4%, que chega aos 10,8% na Educação Básica. Outro estudo, também publicado neste ano, pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef), ilustra o perfil desses estudantes: pretos, pardos e indígenas, que vivem nas regiões Norte e Nordeste do país.
Apesar de iniciativas como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o sistema de cotas terem facilitado e ampliado o acesso dos estudantes de baixa renda ao Ensino Superior, a desigualdade ainda é evidente. Em 2018, segundo a OCDE, 36% dos brancos cursavam alguma graduação ou já estavam formados, enquanto entre os negros o número despencava para a metade, 18%.
“A Educação no Brasil: uma Perspectiva Internacional” lista ainda 10 passos para que o país melhore a qualidade e a equidade dos resultados educacionais: proteger os gastos com educação e vinculá-los aos resultados; reavaliar prioridades; oferecer apoio imediato para mitigar os impactos da pandemia da Covid-19; qualificar e bem remunerar a profissão docente; aprimorar práticas de ensino; melhorar o clima escolar; desenvolver uma gestão escolar profissional; aumentar a relevância da educação para os alunos; fornecer orientações para que escolas e professores possam engajar e apoiar efetivamente os alunos em risco; e direcionar recursos para regiões, escolas e alunos mais necessitados.
Em artigo, a Todos Pela Educação analisa que “muito do que se propõe já está avançando ou pelo menos está presente no debate público brasileiro – como por exemplo: a importância de proteger o financiamento, de torná-lo cada vez mais redistributivo e indutor de qualidade, a centralidade das políticas docentes e o fundamental papel da Primeira Infância. Do ponto de vista de recomendações que têm presença mais tímida no debate brasileiro, destacam-se a ênfase atribuída à importância do clima/ambiente escolar e da gestão no nível da escola para obtermos resultados melhores”.
Vigente desde 2014, o Plano Nacional de Educação (PNE) é uma lei que estabelece 20 metas para a Educação Brasileira a serem alcançadas até 2024, contemplando ações relacionadas a todos os níveis, modalidades e etapas educacionais, da educação infantil à pós-graduação, além de estabelecer diretrizes para a profissão docente, a implantação da gestão democrática e o financiamento do ensino.
A lei é acompanhada permanentemente pelo Observatório do Plano Nacional de Educação (OPNE), iniciativa coordenada pela Todos Pela Educação em parceria com 28 outras organizações, voltadas a contribuir para que o PNE siga como uma agenda norteadora das políticas educacionais. No website www.observatoriodopne.org.br – de monitoramento do PNE, para mais transparência aos dados da educação brasileira e para que o plano siga como uma agenda norteadora de políticas educacionais –, todos os interessados podem acessar os resultados parciais relacionados a cada um dos objetivos atrelados às metas, computados a partir de dados públicos.
Em um cenário de avanço da globalização e de transformação digital, a fluência genuína em um segundo idioma tem papel cada vez mais relevante. De acordo com a Catho, falar inglês pode aumentar em até 72% o valor do salário, mas dados do British Council indicam que apenas 1% dos brasileiros têm alguma fluência em inglês. E se chegar a uma fluência verdadeira pode ser um desafio, um caminho com ótimos resultados é a educação bilíngue por imersão, como a oferecida pela Maple Bear Canadian School, líder mundial em educação bilíngue. “Nela, os alunos são expostos ao segundo idioma desde cedo, o que os estimula a pensarem e sentirem em dois idiomas em vez de apenas “traduzirem” o que dizem, leem ou escrevem”, afirma Phyllis Hildebrandt, diretora acadêmica da Maple Bear. Por esse diferencial, mesmo durante a pandemia, o crescimento no número de matrículas na Maple Bear foi de 18% no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020 e de 40% em relação a 2019. E a Maple Bear não evoluiu apenas em sua base de alunos, mas em ciclos de atuação: em 2020, a Maple Bear Tatuapé e Maple Bear Mogi das Cruzes realizaram a formatura das primeiras turmas de High School (Ensino Médio) da rede no mundo. Já em 2022, serão oito escolas operando no Ensino Médio no Brasil, o dobro do número atual.
Outra instituição com ensino bilíngue é o Pueri Domus, que possui proposta pedagógica inovadora para ir além do domínio de um segundo língua, e de sistemas de ensino de idiomas como o Be-Bilingual Education, presente em mais de 35 escolas no Brasil. Destaque também tem o Colégio Humboldt, uma das 140 escolas alemãs oficiais credenciadas pelo governo alemão, que visa educar para um mundo em constante movimento e em oportunidades de formação e carreiras internacionais. Já no Dante Alighieri, os estudantes podem, junto com o Ensino Médio brasileiro, aprender como se estivessem dentro de uma verdadeira High School norte-americana, sem sair do país.
Com a proposta de unir escolas de vários países em um único ambiente digital e colaborativo, a Maple Bear lançou o Programa Global Connections for Sustainability, que visa promover um intercâmbio virtual para conectar alunos para compartilhar conhecimento. O foco da ação é a discussão e proposta de soluções para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). Para isso, poderão participar alunos voluntários a partir do primeiro ano do Ensino Fundamental (Year 1). “A ideia é fortalecer a conexão e intervenção dos alunos no mundo, a partir do engajamento com solução de desafios que a sociedade global enfrenta atualmente, como sustentabilidade. Nesse projeto todos têm a oportunidade de aprofundar aprendizagem a partir da reflexão sobre as diversas perspectivas de alunos Maple Bear em diferentes partes do mundo”, explica Cintia Sant’Anna, diretora acadêmica da Maple Bear.
Com potencial de qualificar interações e serviços, a evolução digital tem transformado o ensino nas mais diversas instituições. Animações, vídeos, recursos sonoros, realidade aumentada e outras tecnologias têm sido cada vez mais utilizados para tornar atraente o aprendizado em diferentes níveis de ensino. A FTD Educação, empresa com 119 anos, é uma das que têm se reinventado e cujo processo de transformação digital, iniciado em 2018, foi potencializado pela pandemia da Covid- 19. Entre as várias frentes de negócios digitais da empresa, destaca- se a Iônica – ambiente virtual de aprendizagem, que visa atender às novas demandas do mercado de educação. Outra empresa que se destaca por recursos inovadores é a EDUTEC – Tecnologia na Educação, que oferta softwares para escolas e já atendeu a mais de 300 instituições de ensino, totalizando mais de 300.000 alunos no Brasil. A EDUTEC atua também com projetos de modernização, tanto na Gestão Escolar (Site e Sistema), como no desenvolvimento de projetos de informática educacional (material didático), games pedagógicos, robótica maker, programação e realidade aumentada para tornar as aulas mais participativas.
Também exemplo de inovação, na FTD Educação, é o desenvolvimento de uma frente ampla de aproximação com startups de educação, as Edtechs, para, entre outros objetivos, estabelecer parcerias de conteúdo. Na plataforma Conteúdo Aberto, já são 15 parceiros linkados com produtos, sistemas de ensino e demais soluções da empresa, que mantém ainda programa de aceleração. Em evolução constante, em 2020 a FTD Educação adquiriu ainda parte da Estuda.com, startup que desenvolve uma plataforma de avaliação e um banco com mais de 160 mil questões e mais de 1.300 escolas parceiras para apoiar estudantes na preparação para exames oficiais, como o Enem.
Durante a pandemia, mais de 2,5 milhões de professores brasileiros tiveram suas realidades transformadas ao trocar a lousa e as carteiras da sala de aula pelas telas do mundo digital. Ciente desse desafio, e para dar voz e visibilidade aos docentes, a FTD Educação lançou o Heróis do Conhecimento, ação que conta com um vídeo-homenagem, protagonizado por Lázaro Ramos, e um convite aos professores para contarem suas experiências com a hashtag #heróisdoconhecimento. Os inscritos receberão uma camiseta (enquanto durarem os estoques) e os depoimentos serão reunidos no hotsite www. heroisdoconhecimento.com.br. Já no dia 15 de outubro, Dia dos Professores, um vídeo com um compilado dessas histórias será lançado. “É muito importante prestar essa homenagem aos professores, nossos grandes parceiros na jornada da educação. Queremos conhecer suas histórias e amplificar a voz dos educadores por todo o Brasil, reforçando o protagonismo desses heróis que foram fundamentais para que milhões de alunos continuassem estudando e sendo motivados durante a pandemia”, destaca Roberta Campanini, diretora adjunta de Marketing, Produtos e Experiência do Cliente da FTD Educação.
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Créditos desta Edição:Redação e edição: KMZ Conteúdo
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