Alerta global sobre os efeitos da doença

Informação e tratamento adequado são os meios mais eficazes de prevenção e controle


Hoje é o dia mundial de conscientização e reforço sobre os impactos que o Diabetes, quando não tratado corretamente, pode causar na saúde das pessoas, com impactos socioeconômicos relevantes. A data, definida em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (The International Diabetes Federation – IDF) e Organização Mundial da Saúde (OMS), simboliza, assim, um alerta para a prevenção e os cuidados adequados, expostos em campanha de atenção relacionada à doença. Neste contexto, por sua relevância, desde 2006, 14 de novembro também faz parte do calendário oficial da Organização das Nações Unidas (ONU). Já a cor escolhida para simbolizar a campanha é o azul, presente em um logotipo em forma de círculo, adotado desde 2007.

No Brasil, a campanha é realizada nacionalmente pela Federação Nacional de Diabetes (Fenad) e, em São Paulo, pela Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (Anad). O presidente de ambas, Fadlo Fraige Filho, médico endocrinologista, professor titular emérito da Faculdade de Medicina do ABC e presidente eleito para o biênio 2022 e 2023 da região para a América Latina do IDF, aponta a relevância de promover a conscientização e destacar a magnitude do Diabetes. Para isso, apresenta dados alarmantes sobre a enfermidade. “São mais de 450 milhões de pessoas com a doença, que é altamente prevalente e incidente. É uma doença metabólica e que, por isso, pode não chamar a atenção, levando à falta de adesão ao tratamento. Dos 450 milhões de portadores, 90% têm a enfermidade do tipo 2, que é exatamente a mais imperceptível e, por isso, chamada de doença silenciosa.”


Consequências

De acordo com Fraige Filho, “já antes da pandemia e, seguramente agora, estamos vivendo um tsunami de complicações de Diabetes pelo não tratamento correto. No mundo, a enfermidade é a primeira causa de cegueira e de amputação não traumática de membros inferiores (mais do que a causada por acidentes), contribuindo ainda com 45% a 50% de todos os casos que requerem hemodiálise. É também responsável por quase50% de todas as mortes cardiovasculares, contribuindo, em média, com 80% dos Acidentes Cardiovasculares (AVCs), 50% dos infartes e 60% das doenças tromboembólicas”.

Neste contexto, prevenção e cuidados adequados são essenciais. “Com informação e acesso aos tratamentos corretos, é possível evitar as complicações. Por isso o Dia Mundial do Diabetes visa levar informação e debater sobre o tema. Este ano, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e o Congresso Nacional, em Brasília, foram iluminados com a cor azul como forma de alertar as pessoas com Diabetes para que se cuidem, pois é uma doença grave, que pode incapacitar e causar mortalidade precoce”, afirma o médico. Ele destaca ainda que as complicações, como perda de membros inferiores e cegueira, por serem incapacitantes, podem levar os portadores à aposentadoria precoce ou à dependência de auxílio- doença – um ônus econômico e social indireto da doença, que deve ser amplamente divulgado como reforço aos cuidados necessários. “Nosso objetivo é sempre melhorar o tratamento e garantir acesso aos medicamentos adequados, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, orientamos Secretarias de Saúde, encaminhando anualmente a estratégia para a realização de campanhas e ações”, complementa o presidente da Anad.

Principais tipos


O Diabetes, segundo definição expressa no Saúde Brasil, portal vinculado ao Ministério da Saúde, é uma doença crônica provocada pela falta de insulina – hormônio produzido pelo pâncreas, que controla a quantidade de glicose no sangue – ou pela incapacidade do organismo de utilizá-la adequadamente. Assim, portadores de Diabetes são caracterizados por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente, condição que pode provocar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos. Os diferentes tipos da enfermidade têm a mesma origem, mas há particularidades, sendo a descrição dos principais, de acordo com o Ministério da Saúde:


Tipo 1

O próprio sistema imunológico do enfermo ataca e destrói as células produtoras de insulina. Ocorre em cerca de 5% a 10% das pessoas com Diabetes, sendo mais frequente em jovens e crianças. Por esse motivo, o diagnóstico costuma ser feito na infância e adolescência.


Tipo 2

Resulta da resistência à insulina – caso em que o corpo não produz quantidade suficiente do hormônio ou há incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. O tipo é o de maior incidência e mais comum em adultos ou em pessoas acima do peso, sedentárias e sem hábitos saudáveis de alimentação.


Diabetes gestacional

Decorrente de mudanças hormonais, em que a ação da insulina pode ser reduzida, com o pâncreas aumentando a produção do hormônio. A condição pode ou não persistir após o parto.


Pré-Diabetes

Caracterizada pelo nível de açúcar acima do normal no sangue, mas não o suficiente para ser diagnosticado como Diabetes.
É um sinal de alerta da possibilidade de desenvolvimento da doença.



Cuidados

Atenção aos sintomas antecipa tratamento

Sinais da doença e fatores de risco devem ser rotineiramente observados e acompanhados com auxílio médico

O Diabetes é uma doença que pode atingir qualquer pessoa, mas a atenção deve ser ainda maior por parte daquelas que têm familiares com a enfermidade, mais de 45 anos, comportamentos sedentários, obesidade e hipertensão arterial. Os sintomas característicos são mais frequentes no desencadeamento do tipo 1. Já no tipo 2, no qual o Diabetes é definido como “silencioso”, os alertas são menos evidentes e podem até inexistir, principalmente em crianças. Os principais aspectos a serem observados, que podem estar relacionados ao surgimento da doença, são:

  • Sede excessiva
  • Rápida perda de peso
  • Fome frequente e/ou exagerada
  • Cansaço inexplicável, fraqueza e/ou sonolência
  • Tontura
  • Urina em excesso
  • Má cicatrização
  • Infecções frequentes
  • Visão embaçada
  • Desânimo, falta de interesse e de concentração
  • Vômitos e dores estomacais,frequentemente diagnosticados como gripe


Alimentação adequada

Como em outras doenças, a alimentação pode auxiliar na prevenção e no controle do Diabetes. Para orientar nesse sentido, o Ministério da Saúde disponibiliza o “Guia Alimentar para a População Brasileira” no link aqui. De acordo com o documento, deve- se priorizar o consumo de legumes e verduras, que são excelentes fontes de várias vitaminas e minerais e, portanto, muito importantes para a prevenção de deficiências de micronutrientes. Além de fontes de fibras, eles fornecem, de modo geral, muitos nutrientes em quantidade relativamente pequena de calorias, características que os tornam ideais para a prevenção do consumo excessivo de calorias e da obesidade e doenças crônicas associadas a essa condição, como o Diabetes.

Outra orientação é evitar alimentos ultraprocessados, que tendem a ser muito pobres em fibras e costumam apresentar gorduras, sal, açúcar e aditivos químicos em abundância, e doces e massas, que têm carboidratos capazes de afetar os níveis de glicose do sangue. Outra dica é a prática frequente de atividades físicas, aliadas do controle de peso – um dos fatores do surgimento e agravamento do Diabetes.

Um simples exame de sangue pode detectar a doença, sendo que os tratamentos mais frequentes envolvem insulina e medicação oral. De acordo com o Ministério da Saúde, o uso de insulina é obrigatório para os acometidos pelo Diabetes do tipo 1, mas também pode ser adotada em casos do tipo 2, se o pâncreas não produzir o hormônio na quantidade necessária. Já a medicação oral é prescrita para Diabetes tipo 2. Há também tratamentos específicos para complicações crônicas da doença – como problemas neurológicos, na visão, nos rins, nos pés e nas pernas –, com vistas a garantir o bem-estar e a qualidade de vida.


Edema Macular Diabético


Doença que atinge a retina, o Edema Macular Diabético (EMD) pode provocar cegueira em pessoas com Diabetes. Segundo a médica Wania Regattieri, líder da Área Médica de Oftalmologia da Bayer Brasil, o EMD “é uma consequência da retinopatia diabética, cuja principal causa é o elevado nível de glicose no sangue por um longo período. A falta de oxigenação nos tecidos provoca alterações da permeabilidade vascular com o extravasamento de fluidos para a mácula, no centro da retina, e acontece o edema”.

A doença é diagnosticada por exames, como o de fundo de olho, retinografia colorida, angiofluoresceinografia e Tomografia de Coerência Óptica (OCT), sendo importante o diagnóstico precoce. Nesse sentido, Wania ressalta que no início da doença, os sintomas podem ser muito leves ou quase imperceptíveis, como um sutil borramento, diminuição da intensidade de cores e/ou nitidez da imagem. “Mas podem evoluir para a perda da visão central, o que pode ser altamente impactante na qualidade de vida. Dentro do nosso portfólio temos o antiangiogênico aflibercepte, considerado padrão para o tratamento do EMD. Estudos clínicos e da vida real mostraram que os pacientes poderiam se beneficiar com o uso desse medicamento, em muitos casos com ganhos expressivos de visão”, afirma a médica.

Nesse contexto, a Bayer foi pioneira ao oferecer o medicamento para pacientes com EMD no SUS, embora seu uso ainda seja limitado ao sistema privado. A médica explica: “Apesar de o aflibercepte estar na lista de tratamentos incorporados gratuitamente pelo SUS desde 2019, ele ainda não é disponibilizado ao paciente devido à falta de publicação do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT), que está atrasado”. Ela ressalta os esforços da Bayer para que o PCDT seja publicado, já que “o tratamento desacelera a progressão da doença e, em muitos casos, possibilita a recuperação da acuidade visual, devolvendo qualidade de vida e autonomia aos pacientes tratados”.


Investimentos e inovação

Ciência e tecnologia como aliados

Avanços na medicina visam promover qualidade de vida e, futuramente, a cura do Diabetes

Apesar de sua alta prevalência, acometendo milhões de pessoas no mundo, o Diabetes é uma doença que pode ser controlada, com cada vez mais efetividade, em razão da evolução dos tratamentos e a consequente minimização dos efeitos dela. Exemplo é a atuação da Novo Nordisk, que, para pacientes com Diabetes tipo 2 (DM2), investe na terapia com agonistas do receptor de GLP-1 (AR GLP-1). “A empresa desenvolveu inicialmente AR GLP- 1s injetáveis de uso diário e semanal e, mais recentemente, com administração via oral, inaugurando uma nova classe de medicamentos, a de AR GLP-1 oral. Com isso, os pacientes com DM2 passam a ter diferentes opções terapêuticas para tratamento com essa classe de medicamentos”, comemora Érika Miyamoto Fortes, médica endocrinologista e gerente médica da Novo Nordisk.

A empresa também tem direcionado recursos para a fabricação da chamada insulina inteligente, em fase inicial de desenvolvimento clínico (estudo fase 1). De acordo com Érika, “a insulina inteligente ou insulina sensível à glicose traz a possibilidade do controle glicêmico com um risco ainda menor de hipoglicemia, pois a atividade da insulina se adequaria de acordo com os níveis de glicose”.

No mercado em geral, se destacam ainda novas classes de fármacos, como inibidores de DPP4, com os quais a glicose é excretada do corpo pela urina, o que auxilia a diminuição da pressão arterial e pode promover perda de peso. Outra novidade, testada nas universidades de Cambridge (Inglaterra) e de Berna (Suíça), é um dispositivo para pessoas com Diabetes tipo 2, apelidado de pâncreas artificial. Por meio de um sensor, a taxa de açúcar no sangue é medida, e a insulina é injetada automaticamente nos pacientes. Segundo o estudo, a alternativa é mais eficaz para manter a glicemia dentro dos padrões do que a aplicação tradicional do hormônio, com injeções manuais.

Investimentos para a cura

Além dos importantes avanços nos tratamentos, há a constante busca da cura do Diabetes. Para o tipo 1, há um trabalho realizado pelo time de pesquisa e desenvolvimento da Novo Nordisk, em parceria com importantes centros de pesquisa em todo o mundo. “Esse é um dos grandes objetivos da Novo Nordisk, encontrar a cura para o Diabetes tipo 1, impactando ainda mais a vida de milhares de pacientes e seus familiares. Um projeto de médio a longo prazos. Enquanto não alcançamos a cura, tratamentos mais inovadores e com impacto na qualidade de vida do paciente estão em estudo e são disponibilizados, como insulinas de ação ainda mais prolongada e dispositivos inteligentes, com impacto positivo na adesão e, consequentemente, nos resultados clínicos”, afirma Érika.



O Edema Macular Diabético (EMD) é uma doença que atinge a retina e pode provocar a cegueira em pessoas com diabetes. Felizmente, existem medicamentos já aprovados para serem oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, os pacientes que sofrem da doença ainda não têm acesso gratuito ao tratamento na rede pública e podem perder a visão.

Estas drogas são conhecidas como antiangiogênicose a primeira decisão de incorporação de um produto desta classe foi aprovada em 2019, em uma consulta pública realizada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC). Após a publicação da portaria no Diário Oficial da União, as áreas técnicas do Ministério da Saúde devem, em situações de normalidade, efetivar a oferta à população no prazo de seis meses, como previsto no artigo 25 do Decreto Presidencial nº 7.646/2011, por meio da publicação do Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica (PCDT).

Desafios da saúde pública

Com estes produtos (aflibercept e ranibizumabe) disponibilizados pelo SUS, pessoas que sofrem de EMD poderão, por meio de injeções nos olhos, diminuir o vazamento de fluido e sangue para dentro da retina, o que pode resultar em perda visual se não controlado. O tratamento desacelera a progressão da doença e, em muitos casos, possibilita a recuperação daacuidade visual devolvendo qualidade de vida e autonomia aos pacientes tratados.

Segundo o departamento jurídico das organizações não-governamentais Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME) e Crônicos do Dia a Dia (CDD), que criaram a campanha “A regra é clara”, um movimento que fiscalizaa regra de 180 dias na disponibilização de remédios de alto custo incorporados ao SUS, a falta de medicamento preocupa. “Com esse atraso, o paciente que sofre dessa doençacrônica vai acumulando sequelas e incapacidades até ficar cego”, enfatiza Gustavo San Martin, fundador da AME/CDD.

As sociedades médicas responsáveis por estas áreas contribuem ativamente para o diálogo com o Ministério da Saúde, CONASS e CONASEMS, oferecendo suporte técnico para elaboração dos PCDTs etambém dando contribuições relevantes sobre as formas de execuçãoe pactuação que sejam, de fato, executáveis pelos Hospitais Públicos na ponta, de forma a acelerar o diagnóstico tratamento correto para os pacientes do SUS.
“As sociedades médicas (Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Sociedade Brasileira de Retina e Vitreo) atuam hoje em parceria com o Ministério da Saúde para garantir a tomada de decisão com base em evidências científicas, que tragam impacto positivo para a saúde dos pacientes. Por isso, um paciente que tem edema precisa iniciar o tratamento o mais rápido possível e, por isso, a publicação do PCDT é tão importante.”, afirma Pedro Carricondo, oftalmologista, membrodo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), médico assistente da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) e vice-coordenador da Residência Médica de Oftalmologia do HC-FMUSP.

O edema macular diabético é uma consequência da retinopatia diabética, cuja principal causa é o elevado nível de glicose no sangue por um longo período. Comorbidades como hipertensão arterial, obesidade, sedentarismo, colesterol alto e outras doenças oculares aumentam ainda mais o risco de surgimento da doença.Por isso, pacientes com essa doença precisam urgentemente da publicação do PCDT.


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