Há menos de cinco
anos, em 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde
(OMS) estimaram que 17,9 milhões de pessoas haviam morrido em todo o mundo em decorrência de
doenças cardiovasculares, o que, no período, representou 31% do total global de óbitos. Ainda
segundo as entidades, das 17 milhões de mortes prematuras, ou seja, de pessoas com menos de 70
anos, por doenças crônicas não transmissíveis, 37% foram causadas por doenças cardiovasculares –
grupo que inclui as coronarianas, cerebrovasculares, arteriais periféricas, cardíacas
reumáticas, cardiopatias congênitas e tromboses venosas profundas e embolias pulmonares.
As mulheres são as principais vítimas. A Sociedade Brasileira de Cardiologia divulga que, de
acordo com a OMS, as cardiopatias respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo. Entre
as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, as doenças do coração chegam a representar 30%
das causas de morte, a maior taxa da América Latina.
A boa notícia é que grande parte das enfermidades cardíacas pode ser prevenida. Isso porque,
entre os mais relevantes fatores de riscos comportamentais estão dietas inadequadas,
sedentarismo e uso de tabaco e (nocivo) de álcool, cujos efeitos são capazes de se manifestar
por meio da elevação da pressão arterial e glicemia, hiperlipidemia (alto nível de partículas de
gordura no sangue), sobrepeso e obesidade. Assim, parar de fumar, reduzir a quantidade de sal na
dieta, consumir frutas e vegetais, fazer atividades físicas regularmente e evitar o consumo
excessivo de álcool são medidas eficazes para reduzir os riscos (saiba mais nesta página).
No mesmo sentido, tratamentos com medicação para diabetes, hipertensão e hiperlipidemia podem
ser necessários. Outra aliada é a tecnologia, que cerca cada vez mais de eficácia as medidas
tanto preventivas quanto para o tratamento das doenças. “Vemos técnicas cada mais disruptivas e
menos invasivas capitaneadas por robôs precisos e assertivos”, atesta o diretor-geral de
Educação Continuada da Afya/ Ipemed, André Raeli Gomes, acrescentando que “não podemos deixar de
evidenciar os papéis das HealthTechs, permitindo melhorar o acesso a uma saúde de qualidade, num
intervalo de tempo reduzido, com valores mais acessíveis”.
É possível minimizar e até eliminar alguns fatores de riscos que ampliam as chances de doença cardiovascular, infarto do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC). A Cartilha de Prevenção Cardiovascular, da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, menciona, entre eles, fumo, alimentação inadequada, obesidade, falta de exercícios físicos, colesterol alterado, diabetes, pressão alta e estresse. Veja como cada um desses fatores interfere na saúde do coração e o que pode ser feito para combatê-los.
Fumo – Fumar aumenta em 30% o risco de ataque cardíaco. O cigarro
contém cerca de 4.720 substâncias químicas, das quais pelo menos 60 são reconhecidamente
cancerígenas, além de irritantes e tóxicas para os pulmões. Quem fuma tem também 200% mais
risco de ter um derrame.
Alimentação - Ingerir frutas, verduras e legumes diariamente
diminui em 30% as chances de infarto.
Obesidade – Além de cuidar do peso, é preciso estar atento à
circunferência abdominal, que, no homem, deve ser igual ou menor que 90 cm e, na mulher,
deve ser igual ou inferior a 80 cm. Valores acima dessa média indicam obesidade abdominal,
mais perigosa como fator de risco do que a obesidade corporal total. Exercícios físicos –
Praticá- los regularmente reduz em 14% os riscos de ataque cardíaco. Atividade física
moderada é a que produz suor, mas que, enquanto é realizada, permite conversar e pronunciar
frases curtas.
Colesterol alterado – Substância importante para a saúde, o
colesterol é produzido pelo organismo, mas também adquirido pela ingestão de alimentos
gordurosos. Assim como outras gorduras, ele não pode se dissolver no sangue. Por isso, o
colesterol que não é aproveitado pode ser eliminado pelo fígado.
Diabetes – É a produção deficiente de insulina – substância
produzida pelo pâncreas, responsável pela transformação do açúcar em energia. Com a doença,
o pâncreas produz menos insulina, e a quantidade torna-se insuficiente para transformar o
açúcar do organismo em energia. Assim, há excesso de açúcar, o que favorece o acúmulo de
gorduras na parede arterial.
Hipertensão arterial – A resistência das artérias à circulação
normal do sangue gera pressão arterial, que tem de ser vencida pelo coração para que o
sangue chegue a todos os órgãos do corpo. Se a resistência exercida pelas artérias for muito
alta, há aumento da pressão arterial, o que significa que o coração precisa fazer mais força
para conseguir manter o sangue circulando e fica sobrecarregado.
Estresse – Provocado pela incapacidade de suportar as pressões
externas (trabalho, família, finanças, etc.), o que leva a impaciência, ansiedade,
irritabilidade, depressão, perda de capacidade de concentração e insônia.
Na área da saúde, a
inovação e o uso de recursos tecnológicos têm avançado significativamente,
tanto para facilitar e qualificar o trabalho dos profissionais como para ampliar o bem-estar e
abreviar o período de recuperação dos pacientes. A cirurgia robótica, por exemplo, confere maior
precisão e controle às atividades médicas. Os dispositivos de realidade virtual contribuem na
formação de estudantes de medicina, além de beneficiarem os pacientes no diagnóstico, tratamento
e preparação para determinados procedimentos. A Inteligência Artificial (IA) é outra aliada que,
segundo estudo publicado na revista Nature Medicine, é mais precisa do que os médicos para
diagnosticar doenças pediátricas.
Exemplo ainda mais evidenciado – em razão da pandemia de Covid-19 – do benefício da tecnologia na área da saúde é a telemedicina, adotada por 80% dos médicos em atuação na cidade de São Paulo, de acordo com pesquisa da Associação Paulista de Medicina (APM). Outro levantamento da entidade, feito em março do ano passado com 2.285 médicos brasileiros, apurou que 90% deles acreditam nas tecnologias digitais como recurso para ajudar a reduzir as filas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Alinhada a essa tendência, a Bayer mantém a inovação como um de seus pilares estratégicos,
investindo em pesquisa e desenvolvimento de novas terapias e estudos para ampliar as indicações de seus medicamentos. De acordo com Philip Glaser, head de cardiologia da Bayer Farma no Brasil,
o grupo como um todo investe 16% de seu faturamento global anual em Pesquisa &
Desenvolvimento (P&D) – em 2020 foram cerca de € 4,9 bilhões, considerando todas as divisões da companhia. O grupo Bayer tem uma rede global de P&D com cerca de 16 mil colaboradores em diversas localidades. Na Farma, mais de 7,5 mil cientistas conduzem pesquisas em diversos locais do mundo.
Segundo Glaser, o modelo de inovação da divisão farmacêutica da companhia tem como
direcionamentos expandir as atividades para incluir modalidades, tecnologias e inovação externa; entender profundamente os mecanismos das doenças nos campos em que há alta necessidade médica; e ter grande flexibilidade no modelo de P&D e nos recursos internos.
Esse empenho resulta em diferenciais como o fato de o Rivaroxabana (Xarelto®), da área de cardiologia da empresa, ser um dos medicamentos mais estudados no mundo, indicado no Brasil para tratar sete doenças correlatas ao coração, o que impacta a vida de mais de 39 milhões de pacientes. “Apesar do sucesso já estabelecido, ele continua sendo amplamente estudado para tratar o maior número de pacientes”, afirma o executivo, ressaltando que a companhia apoia atualmente vários desses estudos. “Isso demonstra o comprometimento da Bayer em procurar atender os mais diversos pacientes, de acordo com a sua doença correlata ao coração, e a dedicação da empresa no cuidado com a saúde do coração”, conclui.
No Brasil, vários centros de referência se destacam pela adoção dos mais atualizados recursos
aplicados à cardiologia. Hospital público universitário de alta complexidade, o Incor, por exemplo, integra em sua estrutura o núcleo InovaHC, cujo propósito é promover a sinergia entre pesquisadores, empresas, institutos de fomento e governo para identificar soluções na área das ciências da vida, principalmente relacionadas às necessidades cardiovascular e respiratória.
O Hospital Santa Catarina também conta com diferenciais que o evidenciam: sala cirúrgica híbrida, especializada em procedimentos de alta tecnologia, e procedimentos endoscópicos, robóticos, de Tavi e mitraclip. “A equipe de cardiologia possui mais de mil casos de tratamento por cateter da válvula aórtica (Tavi)”, afirma o cirurgião cardiovascular da instituição, Diego Gaia.
Segundo ele, o hospital mantém ainda um time especializado em Ecmo, o chamado pulmão artificial, muito utilizado atualmente em casos graves de Covid-19. Além de oferecer esses tratamentos de ponta, os médicos da cardiologia estão envolvidos diretamente em protocolos de pesquisa e são responsáveis por técnicas inéditas no mundo, como o Endobentall – cirurgia capaz de tratar a valva aórtica e aneurisma simultaneamente sem necessidade de abrir o peito ou parar o coração.
Por soluções como essas, Gaia avalia que a medicina cardiovascular no Brasil nada fica a dever aos grandes centros internacionais. “Ela é e foi responsável por grandes marcos, como o desenvolvimento da cirurgia de ponte de safena com o coração batendo, os stents de aorta e, mais recentemente, de válvulas por cateterismo (Tavi)”, lembra, acrescentando que a especialidade sempre Incorporou nos tratamentos tecnologias inovadoras, a exemplo dos exames de diagnóstico de imagem. “A tomografia cardiovascular é capaz, hoje, de realizar diagnósticos precisos com técnicas não invasivas que podem muitas vezes evitar a realização de cateterismos cardíacos. Os
exames são realizados em poucos minutos e com capacidade de ‘enxergar’ o coração por dentro em três dimensões. O ecocardiograma tridimensional também se tornou rotina na especialidade, demonstrando o funcionamento do coração em tempo real”, cita, como exemplos.
Diego Gaia, cirurgião cardiovascular do Hospital Santa Catarina, ressalta a infraestrutura
nacional para o tratamento de doenças cardíacas citando como exemplo a cidade de São Paulo,
que
concentra a maioria dos centros de excelência em intervenção e cuidado cardiovascular.
“Tanto a rede privada como a pública tem se destacado no cenário nacional e internacional. As universidades, como a Escola Paulista de Medicina, e o Incor, têm, rotineiramente,
desenvolvido técnicas e tratamentos inovadores para as doenças cardíacas”, diz.
O diretor-geral de Educação Continuada da Afya/Ipemed, André Raeli Gomes, lembra, além
disso, que novas especialidades, de caráter hospitalar ou ambulatorial, “ganham robustez num momento de envelhecimento da população e as necessidades prementes de tornarmos esse momento convergente com uma qualidade de vida potencializada”.
De acordo com
dados do estudo Demografia Médica do Brasil 2020, elaborado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com cooperação técnica do Conselho Federal de Medicina (CFM), o país passou a contar, no ano passado, com mais de 500 mil médicos, dos quais
61,3% possuíam um ou mais títulos de especialista – a cardiologia respondia por 4,1% das
especialidades.
Ainda no período, a taxa de médicos diplomados por 100 mil habitantes era de 10,4, superior a de
países como França, Estados Unidos, Canadá e Japão, em razão da política de expansão de cursos e
vagas de graduação na última década. Esse volume de formandos é superior ao número de vagas de
residência ofertadas anualmente, como observa o diretor-geral de Educação Continuada da
Afya/Ipemed, André Raeli Gomes, para quem “a pós-graduação chega para atenuar esse gap e
contribuir para
o refino da formação médica, sobretudo em regiões onde a oferta dessa
qualificação é prejudicada”. A Ipemed, adquirida no ano passado pela Afya – maior grupo de
educação médica do Brasil –, é uma das instituições especialistas em cursos de pós-graduação e
aprimoramento na área médica. Em 15 anos de história, já capacitou mais de 10 mil médicos no
Brasil, nas modalidades presenciais e on-line, em diversas especialidades, incluindo
Cardiologia. O corpo docente é formado por mais de 85% de mestres e doutores, que atuam em
unidades distribuídas por todo o território nacional, nas principais capitais. No ensino
prático, os médicos/estudantes da instituição conseguem atender, mensalmente, mais de 42 mil
pacientes gratuitamente, com o acompanhamento de seus preceptores em cada especialidade médica.
Os pacientes atendidos são encaminhados para consultas por meio de parcerias com Secretarias de
Saúde e outras instituições parceiras.
O Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) também oferece, em seu
portfólio de cursos, o de pós-graduação em Cardiologia para Médicos, ministrado segundo visão
holística, que abrange todas as esferas da especialidade, como prevenção, tratamento e
reabilitação com enfoque nas tecnologias mais avançadas para o cuidado adequado do paciente.
O Instituto do Coração (Incor) – parte do Hospital das Clínicas e campo de ensino e de pesquisa
para a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – também atua na qualificação
profissional com a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu – que contempla
Cardiologia e Cirurgia Torácica e Cardiovascular.
O foco na saúde
implica, entre outras medidas, consultas regulares a médicos especialistas. No
caso dos
cardiologistas, o primeiro contato e a frequência dos retornos estão relacionados a fatores e
predisposição
hereditários, assim como a hábitos de vida e até ao gênero, visto que as mulheres são mais
vulneráveis a doenças do
coração.
Alguns sintomas também indicam a necessidade de recorrer ao profissional, entre elas falta de ar
no repouso ou
esforço, dor ou desconforto no peito, tosse seca e persistente, tonturas ou desmaios frequentes,
palpitações ou
taquicardia, cansaço excessivo sem razão aparente, suor frio e má digestão, enjoo ou perda de
apetite.
A escolha do médico é outro fator de atenção: deve considerar a formação, as condições do local
de atendimento e a
atenção dispensada por ele no decorrer das consultas. O ideal é pedir indicação de outros
médicos de confiança ou de
amigos e familiares.
É recomendável ainda verificar se o nome do cardiologista consta nas listas do Conselho Regional de Medicina e da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
De acordo com os sintomas e as características das doenças a serem investigadas, há uma série de
exames que podem
ser solicitados pelo médico cardiologista para amparar o diagnóstico, entre os quais se
destacam:
Eletrocardiograma – Usado rotineiramente tanto na triagem dos
prontos-socorros quanto em check- ups preventivos, permite avaliar a atividade elétrica do
coração por meio de eletrodos fixados na pele.
Ecocardiograma – Exame de ultrassom que avalia a função e anatomia do
coração, fornecendo imagens obtidas por meio do som.
Teste ergométrico – Também conhecido como teste de esforço, analisa o
comportamento do coração em repouso e em movimento.
Exame de sangue – A análise a partir do sangue também podem indicar
doenças cardíacas. De acordo com o pedido médico, podem ser avaliados índice glicêmico,
coagulação sanguínea (plaquetas), quantidade de
glóbulos brancos e vermelhos, colesterol, triglicerídeos, etc.
M.A.P.A. – A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial permite o
registro indireto e
intermitente da pressão arterial.
Hoje, 14 de agosto, foi estabelecido como Dia Nacional do Cardiologista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em 2007, como forma de valorizar a especialidade e reforçar, na sociedade, as recomendações dos profissionais sobre a importância dos hábitos de vida saudáveis para o coração e para saúde como um todo.
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