A corrida global por alimentos está cada vez mais acirrada: a produção mundial terá crescimento anual de 1,1% nos próximos 10 anos e a demanda por alimentos aumentará 1,3% por ano, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nesse cenário, o Brasil tem tudo para ser protagonista: a expectativa é que o país se torne o principal fornecedor de até 35% da demanda alimentícia mundial, quadro que reflete mais uma grande oportunidade para o crescimento econômico do país, graças à abundância de recursos naturais do território nacional, aos avanços tecnológicos no campo e à importância estratégica do agro para a balança comercial brasileira.
Essa meta foi solicitada ao Brasil pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que já previu essa demanda global de alimentos. "Esse estudo prevê um crescimento elevado da oferta do agro brasileiro tanto na produção de grãos como de carnes, açúcar, fibras e outros itens fundamentais à humanidade. Os principais fatores que precisam acompanhar a expansão da oferta, com sustentabilidade e capacidade competitiva, são a melhoria e investimentos em logística e infraestrutura, redução do Custo Brasil e a confiança aos estratégicos investidores no agronegócio", afirma Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).
Segundo ele, um dos motivos que sustentam tal projeção é o reconhecimento internacional da produção agrícola brasileira pela sua qualidade sanitária e sabor excepcionais. ‘’O mundo tropical tem, no Brasil, a base da ciência e da pesquisa aplicada que permite várias safras no mesmo ano e local, assim como modernos sistemas produtivos que suportam qualidade sanitária, de produtos nutritivos e de qualidade’’, explica.
Com todo esse potencial, o agronegócio brasileiro espera melhores resultados a partir desse ano: ‘’a expectativa é que em 2023 haja uma recuperação via recorde na produção de grãos e expansão da pecuária. Algumas estimativas apontam que o crescimento no PIB do agronegócio será de 12%, o que, devido à sua importância para economia brasileira, deve impulsionar o PIB nacional, com destaque para suas exportações’’, comenta Victor Nogueira, consultor de relações governamentais em economia e agronegócio da BMJ.
Com a expectativa de ser o melhor ano da história na comercialização externa de produtos agro, entre janeiro e setembro, o Brasil já conquistou 51 novos mercados para exportações de produtos agropecuários, em cinco continentes, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Entre eles, estão o México, a República Dominicana, a Indonésia, a China e a Índia, incluindo carnes bovina e suína, algodão, soja, milho, frutas e legumes, entre outros produtos.
Ainda soma a esse cenário, a capacidade de produzir com alta demanda e sustentabilidade, como informa o presidente da ABAG: "os impactos são de forte presença dos produtos do agro no mercado internacional, alta participação na balança comercial brasileira e liderança global em produtos como a soja, o milho, o açúcar, carnes e celulose. A expansão da produção se faz muito mais nos ganhos de produtividade do quem em área, gerando o que se chama de `poupa-terra´, numa clara linha de performance sustentável."
O Brasil desponta na pesquisa contínua e na autoridade agropecuária, investe pesado em inovação, tecnologia e educação no campo, o que resulta em uma produção agrícola altamente eficiente e competitiva. Além disso, o crédito agrícola desempenha papel crucial na sustentação do agronegócio brasileiro. O acesso a financiamento adequado permite investimentos tecnológicos, em maquinária, em sementes de alta qualidade e outras melhorias que aumentam a produtividade do setor.
"Os produtores buscam o crédito tanto para o custeio da atividade quanto para a realização dos investimentos, seja para a expansão da área, diversificação produtiva ou aquisição de novas tecnologias", assim como o fundamental Plano Safra. "Os mecanismos de financiamento são essenciais para o funcionamento e crescimento da produção agropecuária no Brasil", conta Nogueira.
Os grandes players do agronegócio no Brasil enfrentam uma série de desafios complexos que moldam a dinâmica do setor. ‘’A pressão das mudanças exigidas na cadeia alimentícia e de energia leva o setor produtivo à busca de tecnologia, qualificação e de certificações, essenciais ao modelo de aquisições pelos citados agentes do mercado’’, completa Luiz Carlos Corrêa, da ABAG. Ademais, a busca por novos mercados internacionais exige conformidade com regulamentações estrangeiras e normas de qualidade, aumentando a complexidade das operações de exportação. Enfrentando concorrência global e flutuações de preços, os grandes players precisam manter preços competitivos e qualidade para permanecerem relevantes em um mercado agrícola altamente dinâmico e desafiador. “Também para pesquisa e desenvolvimento de insumos e práticas que melhor atendam as necessidades dos produtores brasileiros, alcançando patamares cada vez mais altos de produtividade, adaptação e sustentabilidade, as empresas buscam mapear as necessidades e oportunidades melhor para realizar esses investimentos de forma mais eficiente e proativa e, assim, obter melhores resultados no campo”, conta Nogueira.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está atualmente recebendo propostas do setor produtivo para o Plano Safra 2023-2024. O programa do governo federal é essencial para sustentar o crescimento do agronegócio brasileiro e garantir o apoio financeiro necessário aos agricultores. “É a principal política pública de financiamento ao setor agrícola brasileiro e o lançamento anual de novas edições é aguardado com bastante expectativa pelo setor. São anunciadas as linhas de crédito, taxas de juro e montante de recursos voltados a diferentes objetivos. Podem ser para construção de armazéns, para aquisição de tratores, para implementação de agricultura de baixo carbono, para favorecer a agricultura familiar ou os médios produtores, entre outras possibilidades,’’ informa Victor Nogueira, consultor da BMJ. Em retrospectiva, o Plano Safra de 2022 demonstrou a importância do crédito agrícola no Brasil. Durante esse período, o montante do crédito rural atingiu a impressionante marca de R$ 222,9 bilhões, fornecendo recursos cruciais para o setor agropecuário enfrentar desafios e continuar seu crescimento.
Acompanhando as boas projeções do agro brasileiro – que mais uma vez deve impulsionar o Produto Interno Bruno (PIB) do país – o segmento de consórcio de veículos e máquinas agrícolas promete dar novo salto, principalmente, por conta de produtores rurais de pequeno e médio portes, que precisam modernizar as suas produções ou ampliar a frota. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), de agosto de 2019 até o mesmo mês deste ano, os dados revelam um bom ritmo de crescimento do consórcio de máquinas e equipamento agrícolas inserido no setor de Veículos Pesados do Sistema de Consórcios.
As vendas acumuladas, que haviam totalizado 19,86 mil novas cotas de janeiro a agosto de 2019, este ano, no mesmo período, atingiram 71,27 mil, registrando aumento de 258,9%. Os números de participantes ativos na modalidade também traduzem essa expansão: eram 110,02 mil consorciados ativos em agosto de 2019. Em agosto de 2023, são 251,33 mil, um incremento de 109,2%. Entre os consorciados, a maioria é de pessoas físicas: 68,9%.
Segundo Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, o mecanismo confirma que suas características e vantagens são os diferenciais que sensibilizam produtores e criadores, sobretudo pelas peculiaridades adequadas ao planejamento do plantio e da produção animal. “Por ser a forma mais simples e econômica de adquirir bens, o aumento das vendas de novas cotas nos grupos de consórcios justifica que o produtor-consorciado, ao escolhê-lo, considera fatores como prazos de duração, datas de pagamentos adequados, taxas de administração competitivas, baixo custo final, linha de crédito sempre disponível, entre outros, para adquirir máquinas, equipamentos, instalações, móveis ou fixas, com alta tecnologia embarcada, sempre com objetivo de reduzir custos e aumentar a lucratividade”, diz.
Rossi explica ainda que a expansão do segmento também está ligada com uma diversificação maior de bens disponibilizados nos grupos de consórcios. “Além de tratores e implementos agrícolas, possibilitam a aquisição de aeronaves, especialmente voltadas ao manejo da lavoura como a aplicação de fertilizantes, sementes, pulverização de defensivos, combate às pragas e até combate a incêndios”, diz.
Houve ainda, segundo aponta, quem tenha utilizado o crédito concedido, por ocasião da contemplação, para a compra de drones, equipamentos de segurança e de geração de energia, bem como na contratação de serviços para informatização de gestão e controle dos negócios, da meteorologia, fertilização, entre outros. “A crescente utilização de placas fotovoltaicas para utilização no campo é um exemplo típico de como o consórcio pode contribuir para a redução de custos para os agricultores”, destaca Rossi. O mercado vem aquecendo tanto que mais empresas vêm apostando na modalidade, estreando no setor ou anunciando inovações. É o caso da CAIXA Seguridade que, por meio da CAIXA Consórcio, entrou no segmento agro e vem registrando ótima performance, com produtos que atendem a diversos bolsos e desenvolvidos com foco no público agro.
Pronta para atender ao produtor rural interessado em investir no transporte e logística do campo, propiciando a compra de caminhão, caminhão-trator, chassi-plataforma e suas combinações, a CAIXA Consórcio dedicou meses de trabalho para colocar no mercado um plano exclusivamente desenhado para o agronegócio brasileiro. Lançado em março do ano passado, o produto atende e inclui produtores com diferentes rendas (pessoas físicas ou jurídicas), além da possibilidade de adquirir diversas máquinas direcionadas ao serviço no campo, tratores e caminhões.
“Nosso consórcio agro chega no mercado com diferenciais competitivos. Temos como objetivo fortalecer esse segmento que, atualmente, está em destaque e com potencial de crescimento. Nossos clientes encontram mais flexibilidade e confiança para investir em veículos pesados e maquinários essenciais para a logística e produção do agronegócio”, afirma Felipe Montenegro Mattos, diretor-presidente da CAIXA Seguridade.
Ele informa ainda que o perfil do consorciado agro é majoritariamente masculino, acima dos 31 anos, com renda em torno de 15 salários-mínimos. Com o objetivo de atender os clientes que estão abaixo dessa faixa de renda, em torno de 30%, a CAIXA Consórcio oferece parcelas que começam a partir de R$ 2.360,00, possibilitando um maior acesso a todos os públicos.
O desempenho positivo do segmento vem animando a CAIXA Consórcio, empresa da holding CAIXA Seguridade, que cresceu 34% em vendas nos produtos de consórcios no período de janeiro a setembro de 2023 se comparado ao mesmo período de 2022. Além disso, a modalidade de Veículos Pesados/Agro contou com o aumento de 13% no primeiro semestre de 2023 em comparação com o segundo semestre de 2022. “O segmento de veículos pesados foi um grande sucesso no ano de 2022, totalizando para a CAIXA Consórcio um montante de R$ 1,5 bilhões em vendas. Em 2023, o sucesso é ainda maior: o fechamento de julho aponta resultados superiores a R$ 1,7 bilhões em vendas, representando um crescimento significativo de 40%, em comparação com o mesmo período do ano anterior e “as expectativas são altas até o final deste ano, pois é um produto que vem ganhando força cada vez mais dentro da modalidade de consórcio”, diz Vanessa Cattinne, diretora comercial da CAIXA Consórcio.
Para quem busca alternativa acessível para adquirir maquinário e veículos agrícolas, a CAIXA Consórcio dispõe de planos diversos, que atendem do pequeno ao grande produtor rural, com valores de crédito que vão de R$ 200 mil a R$ 1 milhão. Contudo, a maior vantagem é que o produto dispensa a cobrança de juros ou algum valor a título de entrada, são parcelas fixas que variam de acordo com o índice INPC uma vez ao ano. Além disso, a taxa de administração cobrada está entre as menores do mercado, o que torna um diferencial da administradora.
Há também os grupos de consórcio com e sem lances embutidos, possibilitando no caso dos grupos com lance embutido, o pagamento do lance com o valor da própria carta. A empresa informa, por exemplo, que há um novo grupo sem lance embutido, com parcelas a partir de R$ 2.360,00, prazo de pagamento de até 100 meses, com taxa de administração reduzida de 14,5%, e cartas de R$ 200 mil a R$ 400 mil.
Orientado para o futuro,o agronegócio brasileiro desfruta de uma capacidade excepcional em inovar. Em grande parte, as empresas, organismos e produtores do setor têm consciência da importância de revisitar seus processos continuamente, incluindo a digitalização, além de outras formas de tornar esse ecossistema ainda mais competitivo. “O desafio está muito mais na entrega, na integração de uma série de tecnologias que estão nascendo de vários fornecedores diferentes, do que na falta de entendimento de oportunidade em inovar. Esse é um ponto superado há muito tempo”, afirma Alexandre Rangel, sócio-líder de consultoria para o setor de agronegócios da EY para América Latina Sul.
E, se depender da disponibilidade dos agentes envolvidos no campo, o futuro no setor pode ser ainda melhor. Um estudo da consultoria Mckinsey & Company, feito com 5,5 mil produto- res agrícolas, mostra que o Brasil está na vanguarda da digitalização, quando falamos no uso de canais digitais para compra de produtos, insumos e máquinas. Mas esse status não fica somente nesse ponto.
Outro exemplo de como a inovação brasileira no setor pode fazer a diferença está em uma das soluções entregues pela Embrapa.br/agricultura-digital" target="_blank">Embrapa Agricultura Digital. A empresa acaba de anunciar que o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar) agora pode operar internacionalmente. “A adoção da tecnologia vai abrir novas fronteiras aos produtores com ampliação do sistema em escala comercial”, explica Stanley Oliveira, chefe-geral da unidade da Embrapa. Vale destacar que a rastreabilidade dos produtos é, hoje, essencial para promover a confiança na segurança alimentar e processos sustentáveis tanto no mercado doméstico quanto internacional.
A expansão das agrotechs – startups que desenvolvem tecnologias para a agricultura – também revela essa revolução no agronegócio brasileiro. E são muitas: somaram 1.703 em 2022, crescendo 8% sobre o ano anterior, segundo a pesquisa “Radar Agtech Brasil”, divulgada pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens.
Entre elas, estão soluções dedicadas a alimentos inovadores, nutrição e saúde animal, genômica, biodiversidade, crédito, plantio urbano, marketplace, drones, telemetria e outros. Além disso, uma característica das agrotechs é que seus serviços podem impactar todos os portes de negócios. A startup Flor e Fruto, por exemplo, tem uma plataforma para conectar pequenos e médios produtores de frutas, legumes e hortaliças a varejistas. Em outra ponta, há negócios como a Agrotools, que oferecem análises remotas para a gestão de riscos e oportunidades em qualquer operação com o campo.
“O agro brasileiroémais avançadoemuito aberto à inovação e tecnologia do que em outros países, mas temos desafios imensos de produtividade. Enquanto EUA e Europa trabalham com uma safra por ano, aqui são doze meses”, explica Rangel.A principal fronteira, conforme diz, é “que não temos todos os custos de tecnologia baratos, exigindo um nível de criatividade, de uso das tecnologias acessíveis e sustentáveis de forma mais inteligente.”
Segundo a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), entidade que congrega associações e lideranças políticas e rurais nacionalmente, a aposta do país em desenvolver a agropecuária comercial mais sustentável do mundo antecipou a inovação, resultando em maior produtividade, maior produção, adaptação dos sistemas produtivos às alterações do clima, associados a umbalanço mais positivo de emissões.
Você sabia que o Brasil lidera a lista de países com maior produção de soja certificada? E que somos uma potência global no combate a pragas e doenças usando bioinsumos, além de obter os melhores indicadores da agricultura regenerativa? Esses são apenas alguns exemplos de como o país vem investindo fortemente rumo a uma produção mais sustentável no agronegócio. Uma jornada de longa data, e que não vai estacionar. Pelo contrário: esse é um dos principais desafios do setor e que ganha cada vez mais relevância.
Na agropecuária, o Brasil vem reduzindo os impactos do clima, por meio da Política Pública Setorial da Agricultura e Pecuária sobre Mudanças Climáticas, o Plano ABC+. Nessa segunda etapa do Plano ABC – que foi realizado entre 2010 e 2020 – as metas para a década 2020-2030 são ousadas para aprimorar a sustentabilidade da produção brasileira nesse período, mantendo o agro na vanguarda dos esforços de enfrentamento da mudança do clima. O objetivo é reduzir a emissão de carbono equivalente em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário até 2030, valor sete vezes maior do que o plano inicial.
De acordo com a CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a produção agropecuária brasileira é sustentável e continua a encontrar soluções para a redução de emissões, especialmente baseadas no Plano ABC e no compromisso do metano (na COP-26, o Brasil se comprometeu em cooperar para a redução de metano global em 30% até 2030). Acresce o fato de que 95% do gado brasileiro é criado ao ar livre, se alimenta de pastagem natural e o setor emprega as melhores práticas para o bem-estar animal.
Na busca incansável em reduzir o impacto ambiental, a Embrapa, por meio de pesquisas e incentivos à iniciativa privada do setor, vem colaborando para colocar o país no topo do ranking dos mais sustentáveis do mundo. São diversos os projetos Brasil afora, como uma metodologia que mede a emissão de metano em reprodutores bovinos, desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul (RS).
De acordo com Fernando Flores Cardoso, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, a agropecuária gaúcha vem dando novos passos nesse trabalho, realizado a muitas mãos: governo do Rio Grande do Sul, sistema cooperativo, SINDILAT – Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados, Associação Brasileira de Angus e Embrapa. “Visa incrementar a adoção de práticas que reduzam as emissões e aumentem as remoções de carbono (descarbonizantes), bem como o desenvolvimento de selos e certificações que comprovem a sustentabilidade da nossa agropecuária”, diz.
Dentro desse projeto, por meio de parceria público-privada, o foco está na evolução sustentável de sistemas pecuários, gerando produtos cárneos saudáveis, seguros e com valor agregado. “Cada vez mais essas organizações da iniciativa privada são parceiras da Embrapa, pois identificamos os mesmos objetivos, e trabalhamos efetivamente em parceria para desenvolver novos conhecimentos e tecnologias que se constituam em soluções, impactando positivamente a rentabilidade dos produtores e a sustentabilidade dos sistemas produtivos rurais, fundamental para sustentar e ampliar a grandeza do agronegócio brasileiro e a segurança alimentar de nossa sociedade”, destaca Cardoso.
A busca por informações e oportunidades a respeito de acesso a programas de financiamento sustentáveis também pode garantir outros avanços para o agro brasileiro, comenta Daniele Barreto e Silva, consultora em sustentabilidade da Grant Thornton Brasil. “Tanto o BNDES quanto gestoras de ativos, bancos e seguradoras estão cada vez mais interessados, se estruturando e proporcionando boas oportunidades relativas ao tema”, pondera.
E as companhias têm se engajado na causa. A BASF, por exemplo, estabeleceu metas para uma agricultura mais sustentável que incluem ajudar os agricultores a reduzirem em 30% as emissões de CO2 por tonelada de cultivo produzido até 2030. “Além de apoiar os agricultores a reduzirem suas emissões de gases do efeito estufa e sequestrarem carbono no solo, buscamos simplificar ao máximo o seu acesso ao mercado de carbono. Facilitar o processo de medição, monitoramento e reporte é chave para destravar incentivos financeiros e acelerar a caminhada rumo à neutralidade de carbono na cadeia de valor de alimentos”, conta Marcelo Batistela, vice- -presidente da divisão de soluções para agricultura da BASF no Brasil.
Para que toda a cadeia do agronegócio seja de fato sustentável, ela não pode ser excludente. E isso significa aproximar tecnologias e incentivos de grupos como os pequenos produtores. “Um dos exemplos de práticas agrícolas tecnológicas e sustentáveis, é a polinização assistida, que é a introdução de comunidades de abelhas em fazendas, que gera resultados expressivos na produção de alimentos, reduzindo a necessidade de insumos, água, e até mesmo da expansão de novas áreas de produção, além de diminuir a emissão de carbono nas fazendas”, reflete Larissa Bergamini Balieiro, diretora de negócios e administrativa da Agrow.pay, que atua com monitoramento de clima e solo.
A adoção da agenda ESG (sigla para as práticas Ambiental, Social e Governança, em português) também tem muito a ajudar. Como acontece em todas as etapas de produção da cafeicultora Juliana Rezende, vencedora da categoria “Pequena Propriedade”, na edição de 2021 do Prêmio Mulheres do Agro – organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). Para Juliana, uma das formas de colaborar com outros negócios, nesse sentido, está na atuação com a comunidade ao seu redor. “A educação é um ponto-chave para garantir que o agronegócio continue evoluindo e se tornando cada vez mais sustentável. Abro as portas da fazenda para pesquisadores e professores de universidades, que estudam e colhem materiais, já que em volta da fazenda temos fauna e flora muito específicas, que monitoramos com câmeras”, diz.
A relevância da sustentabilidade e ESG para o setor também pautou um projeto organizado pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA). A iniciativa Marco Agro do Brasil, lançada recentemente, tem por objetivo aproximar a cidade do campo e tornar o agro uma paixão nacional por meio da conscientização. “O agronegócio brasileiro tem avançado significativamente em termos de produção, tecnologia, inovação e sustentabilidade. No entanto, sua comunicação e construção de uma marca forte ficaram aquém, deixando-o vulnerável a críticas frequentes”, afirma Ricardo Nicodemos, presidente da entidade.
Entre os eixos do projeto, o ESG entra como um dos mais importantes, uma vez que 87% dos produtores se preocupam com aspectos ambientais, como apontou a 8ª Pesquisa Hábitos do Produtor Rural. “O projeto Marca Agro do Brasil mostrará produções mais sustentáveis, o bem-estar animal, além de trazer aspectos governamentais e de profissionalização ao setor. O setor busca não só a conscientização dos produtores, mas também da população geral, o que mostra uma longa caminhada pela conscientização de que o agronegócio caminha junto à sustentabilidade”, diz.
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