Após o leilão realizado no ano passado, o sinal 5G já começou a ser oferecido pelas companhias vencedoras. Brasília foi a primeira cidade a receber a quinta geração de internet móvel, na última quarta (6). Em seguida, estão previstas São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa. E, aos poucos, os usuários de outras capitais também sentirão o impacto da nova tecnologia com downloads mais rápidos e chamadas de voz e vídeo com maior qualidade, entre muitas outras novidades. Eduardo Neger, engenheiro e advogado especialista em telecomunicações, atual presidente da Abranet (Associação Brasileira de Internet), acompanha de perto a chegada do 5G no País, ressaltando pontos cruciais para a expansão da tecnologia atingir todo o seu potencial. “Existem algumas diferenças técnicas na topologia de rede e na modulação para um uso mais eficiente do espectro, além da alocação de novas faixas de frequências. Como resultado para o usuário final, teremos maior velocidade, menor latência e maior capacidade [para conectar] mais dispositivos por km2”, aponta.
Velocidade, aliás, é o grande destaque da tecnologia. Podendo ser até 100 vezes mais rápida e mais estável do que o atual 4G, a quinta geração da rede móvel vai permitir conectar diversos celulares, computadores, carros e até semáforos ao mesmo tempo e em baixa latência – o chamado delay mínimo de conexão.
Mais: enquanto o 4G permite conectar cerca de 10 mil dispositivos por quilômetro quadrado, o 5G amplia essa possibilidade para 1 milhão de dispositivos. Esse aporte na infraestrutura de comunicação coloca o Brasil em outro patamar de desenvolvimento, o que pode, inclusive, atrair a atenção dos investidores globais.
Pesquisa realizada pela consultoria Omdia e Nokia, em 2021, mostra que a tecnologia pode render até R$ 5,5 trilhões para o Brasil nos próximos 15 anos. Nesse movimento, mais empregos serão gerados e novas tecnologias surgirão, demandando investimentos em infraestrutura. Assim como as outras gerações, o 5G funciona por meio de ondas de rádio e oferece uma banda larga maior.
Só que, inicialmente, a nova tecnologia vai operar paralelamente com o 4G, com antenas acopladas às que já existem, até que seja concluída a instalação da nova estrutura necessária, o que levará tempo, investimento das operadoras e governos, além de mudanças nas legislações municipais.
“Boa parte da infraestrutura será compartilhada com as antenas, no entanto, as novas faixas de frequência utilizadas possuem uma menor capacidade de propagação e penetração em obstáculos, demandando a instalação de uma maior quantidade de Estações Rádio Base (popularmente chamadas de antenas) para prover cobertura e capacidade”, explica Neger, da Abranet.
Toda a rede móvel como conhecemos, do uso pessoal às cadeias de produção, mudará. Se hoje é possível assistir séries e filmes em alta definição no celular e dispositivos portáteis com o 4G, a nova tecnologia permitirá que mídias e arquivos grandes sejam baixados em segundos, sem falar no “adeus” aos ruídos causados por falhas de sinais em chamadas de vídeo.
Outra mudança é a necessidade de troca de aparelhos, já que alguns podem não ser compatíveis ao 5G, o que deve mudar em breve com as fabricantes se movimentando para preparar smartphones adequados. “Em relação ao valor da conta de telefone, a tendência é que seja semelhante ao cobrado pelo 4G”, diz Basílio Perez, presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).
Empresas como Claro e Samsung dispõe de diversas opções para quem optar por usufruir das inovações do 5G. No último dia 30 de junho, a operadora promoveu um evento em Brasília para inaugurar a sua estratégia com o 5G na pós-liberação da faixa de 3,5 GHz.
“Para a Claro, é bastante representativo que este novo e importante passo aconteça novamente em Brasília, a nossa capital federal e região onde detemos a liderança absoluta de mercado. Trata-se de um ciclo evolutivo e início de uma nova era de inovação e transformação. Há cinco anos, lançamos aqui o 4.5G, com funcionalidades inéditas para a época, que nos permitiram, a partir daquele momento, assumir a posição de líderes em velocidade da internet móvel no Brasil; e também a de operadora que mais cresceu desde então no segmento móvel”, avalia José Félix, presidente da Claro.
Na avaliação de Paulo Tavares, diretor de 5G & Cloud First Networks na Accenture América Latina, o cronograma de implantação é o maior desafio. “A nossa visão é que o leilão foi muito bem feito. Esse processo é complexo no mundo todo. O fato de o leilão não ser arrecadatório foi muito importante também: os valores foram reduzidos, mas com a contrapartida de todos aqueles que entraram para investimento a médio e longo prazo. E a questão de associar efetivamente a transformação real das redes móveis para o 5G. Ou seja, todos que adquiriram essa faixa de 3,5 GHZ são obrigados a construir uma rede nova”, pontua.
Enquanto as novidades se apresentam, outro tema também precisa ser acelerado para garantir que o calendário de implantação do 5G não seja travado: as leis municipais. Segundo a Abranet, existem municípios que ainda não atualizaram sua legislação para conceder as licenças e alvarás necessários para as instalações de antenas e outros equipamentos das operadoras.
“É equivocado dizer que o 5G será uma ferramenta de inclusão ou expansão da conectividade. A expansão da conectividade se dá com a construção de infraestrutura, seja fibra óptica, sejam estações rádio base. A tecnologia a ser adotada, seja ela 5G ou 4G, é mera coadjuvante de toda uma estrutura de conectividade construída nos bastidores. Onde não existe infraestrutura, não há conectividade, muito menos 5G”, reforça o especialista.
Num país com dimensões continentais como o Brasil, conectar municípios remotos sempre será um desafio, o que explica a implantação faseada da quinta geração de redes móveis.
De uma forma ou de outra, todos os setores da economia brasileira serão impactados pela chegada do 5G, destaca o presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), Basílio Perez. “O mercado brasileiro vai se aquecer muito. Num primeiro momento, o setor mais tecnológico envolvido com a internet vai ter mais ativação e movimentação”, diz.
Na sequência, comenta, virão outros como a telemedicina, a educação e a população toda. “Todo mundo vai ter benefício com o 5G”. Com as melhorias que a tecnologia promete, a tendência é aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) “porque (a tecnologia) faz a economia girar mais”, acrescenta. De acordo com estimativa feita pela Nokia e pela consultoria Omdia, o PIB pode ter acréscimo de US$ 1,2 trilhão até 2035.
As mudanças advindas do 5G vão exigir ainda mais capacitação tecnológica para executar os novos serviços e as pessoas terão de aprender a usar as tecnologias e equipamentos. “Há muitos empregos de alta tecnologia disponíveis e faltam pessoas qualifi- cadas. As empresas terão de dar cursos e treinamentos porque o mercado não consegue preparar tanta gente ao mesmo tempo. Já estamos falando em 6G e isso faz parte da vida tecnológica”, avisa.
Dizendo-se um otimista, Perez afirma que a tecnologia 5G vai despertar o potencial de inovação das pessoas e das empresas. “Será impossível impedir de aparecer novos serviços, mais aplicativos, novas funções e novos produtos. Por exemplo, se não tivesse sido desenvolvido o 4G, não existiria o Uber, o Waze, entre outros”. Conforme avança a agenda de instalação, surgem novidades e mais possibilidades de experimentar a nova tecnologia.
Trabalhando com o 5G desde o início das discussões no Brasil, em mais de dois anos, e já executando projetos em 2021, a Accenture acredita em uma transformação significativa no mundo dos negócios. Para Paulo Tavares, diretor de 5G & Cloud First Network na Accenture América Latina, “o 5G foi pensado para suportar os novos modelos de negócios, especialmente na indústria”, considerando seus três atributos principais: cem vezes mais veloz, a quantidade de dispositivos conectados e o tempo de resposta.
Da mesma forma que virão celulares aptos a rodar o 5G, eles estarão preparados para o Wifi6E, o novo sistema a ser usado internamente em residências, empresas e outros locais. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) liberou uma faixa de frequência bastante alta para o Wifi6E, destaca Perez. “Ele é um complemento para o 5G e tem características semelhantes de velocidade, latência. Se a pessoa está na rua usando 5G e assistindo algo que precisa de muita capacidade, ao entrar em casa e o celular mudar para o Wifi6E não notará a diferença”.
Na fase inicial da nova geração de internet móvel, ocorre a migração de 4G para 5G porque a aparelhagem já existe e passa por adaptações e ajustes para receber a nova tecnologia, pontua Perez. Assim, estão sendo feitas “adequações dos equipamentos atuais para poder falar com o 5G. Há instalação de aparelhos adicionais, substituição de frequências e de outros equipamentos de gerenciamento da rede”.
Em seguida, vem o trabalho mais árduo de instalação de equipamentos de tecnologia de telecomunicação e de informática (antenas, servidores, roteadores), informa Perez. “O 5G requer dez vezes mais antenas do que se tem atualmente e tem de estar ligadas por fibra ótica. Há locais que o 4G não está completo; algumas localidades estão com 3G e até 2G. Vai ocorrer a migração aos poucos”.
Para o Brasil aproveitar todas as potencialidades do 5G, alguns desafios precisam de solução rápida. Em São Paulo, a situação caminha bem, apesar de entraves para instalação de antenas e obter licenciamento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Brisanet.sp.gov.br/ ">Brisanet), avalia Perez. “Governos municipais e estaduais precisam entender que para instalar uma tecnologia tão sofisticada como o 5G é necessário agilidade para resolver o licenciamento e outros problemas. Se forem burocráticos demais não dará tempo de instalar tudo que precisa”.
Ele cita cidades no interior paulista, que têm lei municipais altamente restritivas à instalação de antenas, que pode prejudicar a oferta do serviço. “Simplificaria o processo entender o benefício gigantesco que o 5G traz para todos. Não dá para deixar de fazer por preconceitos ou porque as torres enfeiam a paisagem urbana. Há torres camufl adas que simulam palmeiras e as antenas ficam escondidas entre as fl ores. Assim, resolve essa questão e traz o serviço que as pessoas precisam.”
Outro obstáculo complexo de infraestrutura é o compartilhamento de postes entre distribuidoras de energia elétrica e operadoras de telecomunicações. “Essa bagunça que todo mundo vê com excesso de utilização e desorganização precisa ser resolvida para que o 5G atinja o cronograma pretendido e não seja impactado”, frisa Perez. O serviço ficará disponível em capitais, aeroportos e shoppings, mas a disseminação para outras localidades pode enfrentar problemas por falta de espaço nos postes para as antenas de 5G, acrescenta.
A solução, segundo ele, já foi proposta ao governo. “A faixa de telecomunicação que está no poste passaria a ser gerenciada por um grupo de telecomunicações. Seria criada uma entidade sem fins lucrativos que receberia os aluguéis dessa utilização e contrataria os serviços de manutenção e de administração técnica do serviço. A proposta não é uma solução imediata, mas sem ela a tendência é piorar a situação atual”, avisa Perez.
Farão o serviço de 5G, as três grandes operadoras convencionais (como a Claro) e as cinco novas operadoras de telefonia celular. As maiores atendem nacionalmente; as menores, tem abrangência regional – Brisanet, Winity Telecom, Cloud2U, Consórcio 5G Sul, Neko Serviços. As entrantes se diferenciam das maiores por ter licença de operar apenas em 5G do tipo standalone, chamado de puro. Por usar infraestrutura nova e dedicada ao 5G, essa versão tem maior velocidade e menor latência e é a mais desejada. Por ter rede extensa, a Claro e suas concorrentes aproveitarão a infraestrutura do 4G, destaca Perez. “Vão colocar 5G em algumas localidades e quando o consumidor sai dessa região, o celular passa a pegar o 4G, ou 3G, da mesma operadora. As menores terão mais desafios tecnológicos para ofertar 5G ‘puro’ o tempo todo e em todos os locais”, explica. Segundo ele, as características específicas serão exploradas comercialmente pelas três grandes e pelas menores.
Em relação ao mercado atual, Perez destaca que as pequenas operadoras “têm quase 50% do mercado de banda larga fixa e mais de 60% dos serviços com fibra ótica que chegam na casa das pessoas. Se elas fossem uma empresa só, seria a maior empresa de internet do Brasil”. Acrescenta que elas têm a vantagem de estar em todas as cidades. “Em qualquer localidade do Brasil, tem duas ou três empresas pequenas operando”.
Assim como as demais gerações de rede de internet móvel, o 5G terá como desafio o antigo binômio universalização versus qualidade, ou seja, garantir cobertura em todo o território nacional, entregando a velocidade prometida ao consumidor. É o que aponta Fábio Zacharias, CEO da PROTESTE - Associação Brasileira de Consumidores. Para os brasileiros, nem todos os ingredientes que fazem parte dos bastidores dessa indústria são evidentes, mas acabam impactando no acesso ao 5G. Como a exclusão digital, por exemplo, que atinge ainda uma parcela considerável da população.
“Houve muitos avanços com o 4G. Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), no final de 2021, mais de 90% da população brasileira já era coberta com banda larga móvel. Entretanto, ainda há áreas de sombras em um terço dos municípios brasileiros que contam com, pelo menos, uma operadora prestando serviço na tecnologia. Entre cidades, vilarejos e áreas rurais, há mais de 9 mil localidades sem conectividade, além de um grande número de rodovias. Cerca de 45 milhões de brasileiros vivem sem acesso à internet, excluídos, portanto, da vida digital”, diz.
O desafio de inclusão, conforme a PROTESTE diz, é também pontuado pela acessibilidade aos serviços de telecomunicações.
Há outros desafios que a indústria encontra pela frente, que podem impactar na universalização do 5G em um ritmo mais acelerado. “Atualmente, o mundo ainda sofre os impactos da crise global de logística e distribuição de produtos. O setor de telecomunicações tem sido penalizado com a falta de insumos, como semicondutores e equipamentos necessários à implantação do 5G. Atrelada à questão de suprimentos, existem empecilhos nas próprias cidades. As leis municipais dedicadas a regular o uso e a ocupação do solo são antigas”, ressalta Zacharias.
De acordo com dados apurados no “Fórum PROTESTE 5G: Desafios de Implementação no Brasil” (https:// conectaja.proteste.org.br/teles/), realizado em 2021, o Brasil conta hoje com cerca de 100 mil antenas. “Para viabilizar a implementação do 5G, no entanto, serão necessárias cinco vezes mais antenas. Dessa forma, as prefeituras precisam de estímulo e apoio para aprimorar seus marcos legais, de forma a agilizar a emissão de autorizações para a instalação de novos equipamentos”, explica.
Outro tópico fundamental é a facilitação do acesso ao 5G aos consumidores de menor poder aquisitivo. “Considerando que o Brasil é um país com alta concentração e disparidade de renda, há o risco do nicho do uso da tecnologia e da limitação de seu uso a um pequeno e elitista conjunto de consumidores. Assim, de nada adianta implementarmos uma tecnologia de grande alcance e incontáveis benefícios se não houver a universalização dos serviços de telecomunicações ou se os consumidores não forem capazes de pagar por isso”, finaliza.
O seu smartphone é compatível com a internet 5G? Como fica o contrato com a sua operadora? Essas são duas perguntas que muitos consumidores já estão fazendo agora. De acordo com a Claro, assim como aconteceu no lançamento da rede 5G DSS, em 2020, a adoção da nova tecnologia será transparente, sem exigir qualquer alteração de contrato. Basta que o cliente tenha um plano ativo da operadora e um celular compatível para passar a utilizar o novo 5G+. Ou seja, os telefones comercializados e compatíveis com o 5G DSS e que também suportam a faixa de 3,5 GHz serão automaticamente compatíveis com o novo 5G+, agora com mais capacidade pela adição da nova faixa.
Por ter saído na frente no oferecimento do 5G, a Claro possui hoje mais de 2 milhões de smartphones compatíveis em operação, o que representa 4% de sua base.
Com a chegada do 5G, o consumidor pode encontrar dificuldades na hora de contratar os serviços, com a diversidade de ofertas que entrarão no ar. Por isso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está focada na revisão do Regulamento Geral dos Direitos dos Consumidores de Telecomunicações (RGC), que passou por consulta pública e está em análise pelo Conselho Diretor da agência. Uma das principais demandas é comunicar as ofertas de forma mais transparente, já que o consumidor pode se confundir para encontrar a melhor opção.
Quando o País recebeu a tecnologia 4G, em 2013, os brasileiros acompanharam várias mudanças: o acesso à internet por celular ou tablet, e uma velocidade até 15 vezes maior que o 3G. Agora, com a chegada da quinta geração das redes móveis, as transformações prometem ser bem maiores. As melhorias de velocidade, o tempo de resposta e confiança na rede devem abrir um leque de aplicações e novas experiências de consumo, com uma conexão muito mais abrangente.
O novo Core 5G+ SA (standalone) da Claro, por exemplo, permitirá o desenvolvimento de aplicações inovadoras e que utilizam todos os benefícios que a tecnologia oferece, como baixa latência, alta capacidade e alta densidade de dispositivos e sensores conectados em cada célula. De acordo com a operadora, será possível desenvolver soluções customizadas para cada segmento de mercado ou vertical econômica, como o agronegócio, a indústria 4.0, as cidades inteligentes, a educação, a saúde a distância e muitos outros.
Para acelerar o desenvolvimento dessas soluções, a operadora dispõe do BeOn Claro, um hub de inovação para fomentar o ambiente empreendedor entre startups interessadas em usar o 5G+ como habilitador tecnológico.
Outro grande diferencial vem com a Embratel, operadora voltada ao segmento corporativo do grupo Claro Brasil, que desenvolve e integra de forma especializada soluções de TI, Telecom, Cloud Computing, segurança, Internet das Coisas (IoT) e Professional Services, entre outras. A empresa acredita que o mercado corporativo atravessará uma inédita fase de digitalização com o 5G, que potencializará a criação de novas soluções digitais capazes de transformar a maneira como as organizações operam. Nesse Nesse cenário, informa que vai entregar toda a infraestrutura digital necessária para desenvolver novos negócios, ampliar capacidades e otimizar operações, traçando um futuro altamente digitalizado e inovador para as empresas.
“As empresas se tornarão mais empoderadas para otimizarem seus processos operacionais e produtivos, inclusive potencializando oportunidades e novos modelos de negócios. Com isso, haverá uma contribuição imensa para o desenvolvimento econômico e social do país, expandindo limites e ajudando na modernização de diversos setores”, afirma José Formoso, CEO da Embratel.
José Rizzo Hahn Filho, diretor de Industry X da Accenture América Latina, comenta que já existem algumas tecnologias que permitem a chance do fl uxo de dados na indústria, mas sem as vantagens do 5G. “Pensamos na indústria 4.0, logicamente, na parte de hardware envolvida, dos robôs autônomos, etc. Mas a grande revolução, agora, vem da parte de dados, que é ter todas as máquinas e equipamentos conectados, e a comunicação entre eles”. Segundo o executivo, o que está por trás desse conceito de indústria 4.0 “é uma melhor inserção da manufatura no ambiente de negócios, fazer com que a fabricação se torne mais responsiva às demandas do mercado e à necessidade crescente por customização dos produtos” – o que dialoga exatamente com as oportunidades do 5G.
Nesse sentido, ele acrescenta que o 5G é “uma solução melhor para o que já existe, porque para conectar máquinas dentro de uma fábrica atualmente, tem que usar cabos, uma estrutura de Wi-fique acaba sofrendo interferência, etc. Além disso, o 5G vai viabilizar aquelas (conexões) que não são possíveis com a tecnologia atual, porque elas dependem realmente dessas características de baixa latência e de alta velocidade”, diz. Nas fábricas, segundo José Rizzo, já há robôs que fazem a logística interna e manipulam os produtos, mas necessitam ser controlados e, hoje, isso é feito usando o Wi-Fi. “O 5G realmente é a solução definitiva”, diz.
Com o 5G, a Embratel avalia que bilhões de devices conectados transportarão de forma instantânea o mundo físico para o digital, capturando e analisando uma infinidade de dados sobre o que acontece ao redor, em uma união perfeita entre Internet das Coisas, Big Data e Analytics. Dessa forma, informações sobre como as pessoas vivem, trabalham e se movem pelas cidades, por exemplo, serão captadas e avaliadas para gerar novos produtos e experiências.
Na indústria, espera-se muitas outras vantagens também: a tecnologia apoiará a manutenção preditiva e remota utilizando sensores para prever e solucionar ocorrências a distância. Além disso, com inspeções mais rápidas e eficazes por meio de inteligência preditiva, há oportunidades de ampliação da segurança do trabalho e do trabalhador, e o aumento da eficácia operacional.
Nas cidades, explica a Embratel, o 5G poderá ajudar no monitoramento da qualidade do ar com mais assertividade, ajudando a administração pública a obter insumos para alinhar políticas focadas em melhorias ambientais e na saúde da população. Já no agronegócio, a agricultura de precisão realizará a medição das condições ambientais, do solo e da cultura com dispositivos IoT de forma mais efetiva, com análises mais aprofundadas, tomada de decisões mais rápidas e, como consequência, mais produtividade.
Na saúde, cirurgias robóticas a distância permitirão integrar equipes médicas de várias especialidades a partir de locais diferentes para realizar os procedimentos suportados pela transmissão de dados e imagens em tempo real. A telessaúde conectada com 5G possibilitará que ainda mais pessoas sejam atendidas a partir de localidades descentralizadas, com excelência de conexão.
No segmento de pessoas físicas, a Claro está trabalhando com parceiros para desenvolver capacitações de desenvolvimento de aplicações no metaverso, com uso de óculos de realidade aumentada e virtual. E também comercializará equipamentos como o novo laptop da Lenovo, que já vem pronto para receber um chip 5G+ da operadora. “A disponibilização deste 5G abre portas para novas discussões; oportunidades em negócios, serviços, comunicações; acelera a digitalização; além de impulsionar a criação de aplicações que irão fazer diferença na vida das pessoas e tornar o dia a dia mais divertido e produtivo. Mas, é só o início. Temos um longo e desafiador caminho pela frente”, avalia Paulo César Teixeira, CEO da Claro para Consumo e PME.
Sabe-se que as grandes evoluções que o 5G promete levarão ainda um tempo para estar perto da nossa realidade, pela necessidade de adaptação e alguns entraves. Contudo, muitas delas já estão sendo testadas no mundo corporativo, com potencial de ganhar escala no futuro próximo. Há outras que deverão estrear rapidamente, no audiovisual, no entretenimento e nos serviços digitais.
Na comunicação, por exemplo, teremos conversas e conferências por vídeo, com muito mais qualidade, evoluindo até para chamadas holográficas. Nas cidades, poderemos ter monitoramento de congestionamentos, gerenciamento inteligente de resíduos e sensores de estacionamento. Nas fábricas, o 5G deve permitir linhas de montagem automatizadas, operadas por robôs de alta precisão e sincronia, entre muitas outras aplicações inovadoras.
Uma das principais transformações, que despertam muito interesse nos consumidores, está nas possibilidades de conectar os itens usados no dia a dia à rede mundial de computadores, sejam eletrodomésticos, meios de transporte, roupas, partes da casa, entre outros, para que possam armazenar e trocar dados. A Internet das Coisas (IoT) pode ser definida como o encontro entre o mundo físico e o virtual, e já é realidade com a fabricação e redes de energia inteligentes, gerenciamento de frotas em logística e monitoramento com drones.
Segundo José Rizzo Hahn Filho, diretor de Industry X na Accenture América Latina, pelo menos duas experiências da aplicação do 5G em indústrias de segmentos diferentes, mostram que “quem quiser começar, já pode”. Uma delas vem da Nestlé. “O Brasil hoje está sendo um dos maiores centros de experimentação de novas tecnologias que ganham o mundo depois. Com a Nestlé, fizemos uma prova em uma das localidades da empresa, usando um robô autônomo conectado ao 5G, mostrando que essa tecnologia de robôs autônomos funciona”.
Já na indústria automotiva, ele cita os testes do 5G em aplicações na Stellantis – fusão entre os grupos FCA (Fiat Chrysler) e PSA (Peugeot Citroën). Lá, a Accenture conta que foi investigar o problema do negócio do cliente, pensar profundamente nas especificidades do setor, nos desafios próprios de um carro conectado, e nas oportunidades de melhoria na manufatura. “Quando se traz um benefício na manufatura, você cascateia esse benefício ao longo de toda cadeia: o usuário final recebe um produto melhor, ou de melhor qualidade ou com custo menor, com alguma funcionalidade”, comenta.
A Claro em colaboração com a Embratel e o beOn Claro, por meio de licença científica concedida pela Anatel, desenvolveu vários projetos inovadores. São iniciativas que podem melhorar a vida das pessoas, a evolução das empresas e o cotidiano dos brasileiros:
USP.br/offline/ ">Hospital das Clínicas: a Claro e a Embratel possibilitaram a chegada do 5G no primeiro hospital público do Brasil, com a tecnologia instalada na sala de cirurgia robótica do centro cirúrgico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), com o InovaHC. Além da otimização, a integração de tecnologias vai possibilitar mais segurança e qualidade às cirurgias e o desenvolvimento de novos serviços de apoio e educação a distância.
USP: formação de um ecossistema de inovação para o desenvolvimento conjunto de aplicações para os segmentos de Smart Cities e Internet das Coisas.
SLC Agrícola: nesse piloto, o 5G possibilitará a transmissão instantânea de centenas de imagens, em alta resolução, que poderão ser coletadas em campo e processadas em tempo recorde para os produtores reagirem de forma muito mais eficaz à transformação digital.
WEG: em uma iniciativa inédita, o 5G foi implementado para criar um ecossistema de inovação aberta na WEG, com a realização de casos de uso únicos para atender aos desafios da indústria 4.0, que exigem baixa latência e rede ultra confiável, incluindo funcionalidades de Network Slicing e Edge Computing. O projeto “Open Lab WEG/V2COM” já avança em ambiente real de produção em uma das fábricas da WEG, em Jaraguá do Sul (SC).
Banco do Brasil: Claro e Embratel atuam em primeiro projeto com a tecnologia 5G em banco público do país. A rede irá operar na sede do banco, em Brasília, onde aplicações que fazem uso de Inteligência Artificial e Visão Computacional estão sendo prototipadas e serão testadas nos próximos meses.
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA): realização de demonstrações técnicas desenvolvidas sobre uma rede 5G Standalone voltadas para o mercado de aviação e aeronáutica, incluindo o uso de tecnologias 3D, Inteligência Artificial e Realidade Estendida.
TecBan: Claro, Embratel e TecBan lançaram o primeiro caixa eletrônico com tecnologia 5G da América Latina. A parceria permite o desenvolvimento de novas aplicações 5G, especialmente direcionadas para o mercado financeiro.
Num país com dimensões continentais como o Brasil, conectar municípios remotos sempre será um desafio, o que explica a implantação faseada da quinta geração de redes móveis.
Com mais dispositivos e pessoas conectadas às redes no 5G, a tendência é aumentar o número de possíveis alvos e desafios na segurança digital. Um estudo global da Accenture, feito em 2020, mostrou que o otimismo das empresas com a nova tecnologia caminha lado a lado com as preocupações de segurança da informação. No levantamento, mais de seis em cada 10 entrevistados (62%) expressaram temores de que o 5G os torne mais vulneráveis a ataques cibernéticos, e as empresas acreditam que a maior parte do risco começará no nível do usuário, seja por meio dos dispositivos ou de pessoas. Além disso, à medida que a internet 5G avançar, novos equipamentos serão adicionados pelas empresas e usuários finais. No caso das organizações, será preciso investir em tecnologias de proteção que também sejam capazes de resistir a riscos e ameaças que poderão surgir. Especialistas acreditam que será necessário reforçar as campanhas de conscientização com a população que, em um ambiente marcado pela conectividade, deverá ficar ciente de boas práticas e recomendações a seguir.
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